terça-feira, 28 de julho de 2009

Comissão de Higiene e Segurança na PT-C

Resultados do escrutínio para eleger os representantes dos trabalhadores:

Votantes 2043

Votos Válidos 1862
Lista A, SINTTAV 1085
Lista B, STPT, SNTCT, STT 666
Lista C, SINDETELCO 111
Votos Nulos 69
Votos Brancos 112

Ao contrário de Setúbal, os trabalhadores da PT que se dignaram votar fizeram-no maioritariamente na Lista A, assim a Lista apoiada, ou do SINTTAV, vai ter mais representantes que a Lista em que votei (Lista B).
Foi a vontade livre dos trabalhadores, e quando assim é, nada a comentar.

Três gestores da Parpública vão receber 176 mil euros de prémios de gestão.


Quando o governo fala de crise, nos pede paciência e sacrifícios e se permite dar a estes rapazes - gestores da Parpública - mais de 50 000 euros a cada um estamos perante uma sacanagem da pior espécie.

Bem pode José Sócrates, Teixeira dos Santos e todo o governo reclamar seriedade e critério nas medidas tomadas e nos sacrifícios exigidos, que depois disto só os tolos e gente sem auto-estima pode olhar para esta gente sem se enojar , sem vomitar...

Esta gente? Gente não é certamente… Serão vilões, ou qualquer outro “ões”, mas não são gente de carácter.
São falsos.
São aesquerosos.
Enojem-me!!

sábado, 25 de julho de 2009

O preço certo!

O antropólogo e ex-bloquista Miguel Vale de Almeida, conhecido activista dos direitos homossexuais, é o 7º candidato a deputado na lista do PS pelo distrito Lisboa.
Ao que parece o preço era um lugar de deputado. Pois bem ai o tem!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Manuel Alegre despediu-se hoje do parlamento

Manuel Alegre despediu-se hoje, ao fim de 34 anos do parlamento.
Por tudo o que ele foi, por tudo o que ele é, por tudo o que pode vir a ser… até pelas suas indefinições, pelos avanços, pelos recuos, pela coerência inconstante, por tudo… a certeza de que ainda vamos sentir saudades dele naquele parlamento cada vez mais distante da ideologia e dos afectos.
Novas batalhas se advinham e por sentido de serviço - de vaidade até - espero que Manuel Alegre não volte a cara à luta. Cavaco tem que ter um adversário á altura, um adversário que o devolva a Boliqueime, de onde nunca deveria ter saído…

O regabofe continua


Em apenas uma semana, o valor dos rendimentos líquidos dos accionistas da Liscont com o negócio dos contentores passou de 4,2 milhões de euros para 7,4 milhões de euros, refere o relatório do Tribunal de Contas.

E depois ainda há quem tenha o descaramento, como o senhor que referi no anterior post, de dizer que há neste PS "e sobretudo em Sócrates, sinais de um projecto de modernização para o país que se diferencia quer da tentação miserabilista da maior parte da direita, quer da tentação revolucionária da maior parte da esquerda.”
Diferencia, diferencia... tá-se vendo!!


[Ler noticia aqui ]

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Há quem fareje os ventos e procure estar de feição

ou Miguel Vale de Almeida já lá está, quantos mais se seguirão?

Em Talvez não sejamos muitos e muitas… Miguel Vale de Almeida declara que vai votar (neste)PS.
Por isso há quem se interrogue se estamos perante um ciclo migratório, agora do Bloco para o PS. Não tenho dotes "adivinhatórios" mas creio que não. Há gente, muita gente que mais que o ego ou a vaidade pessoal, mais que a busca de temas fracturantes almeja e anseia por algo diferente verdadeiramente diferente.
Não creio que este texto de Miguel Vale de Almeida consubstancie o inicio de um novo ciclo migratório, este de sinal contrário, nem sequer parece indiciar um movimento de retorno, diria que estamos perante protagonismos, exacerbados protagonismos, que não satisfazem o seu ego num Bloco que está para lá do “tudo bons rapazes” mas ainda longe do poder.
Ao contrário do que escreve MVA, não é o Bloco que “corre por fora”, “por fora” andaram aqueles que, nunca estiveram connosco verdadeiramente, na verdade estavam apenas desgostosos a fazer a travessia do seu próprio deserto, capitalizando, para mais tarde retornarem à area, de onde verdadeiramente nunca sairam, com mais poder.
Agora que o PS precisa do ponto de vista estratégico, e apenas nesta perspectiva, de emprestar uma certa imitação de esquerda ao seu portfolio, uma imagem de esquerda ao seu projecto, acena aos desavindos, aos desencantados, [a alguns até oferece lugares de relevo nas listas] no sentido de estes se reencontrarem com a sua própria natureza.
Mas estas pessoas não são os combatentes e lutadores por um mundo novo, um mundo novo de verdade, de justiça, de fraternidade… estas pessoas, são as que farejam os ventos e procuram sempre estar-lhes de feição.
Com estes não se mudam destinos, promovem-se vaidades.
Se o raciocínio subjacente ao texto de MVA tivesse substancia, jamais poderia considerar que há “no PS e sobretudo em Sócrates, sinais de um projecto de modernização para o país que se diferencia quer da tentação miserabilista da maior parte da direita, quer da tentação revolucionária da maior parte da esquerda.”
Justamente porque neste PS jamais se pode confiar. Este PS de Sócrates, porventura liderando o governo que mais malefícios causou ao povo, é o que recusou o referendo ao Tratado de Lisboa; este é o mesmo PS que contrariamente ao que prometeu em campanha agravou o Código Laboral; este é o PS que destruiu o Estatuto da Carreira Docente; este PS é o mesmo que fechou maternidades por falta de dinheiro e dá milhões à banca; este PS é o mesmo que quis comprar a TVI para calar uma voz não alinhada; este PS é o mesmo que mantém Lopes da Mota apesar das pressões no caso Freeport Outlet de Alcochete; este PS é o mesmo que mantém no Banco de Portugal alguém manifestamente incompetente para controlar os tubarões da banca; este PS é o mesmo que persegue e manda para tribunal sindicalistas que contestam Sócrates; este PS é o mesmo que faz negócios com a Liscont do seu amigo Jorge Coelho sem concurso e com os riscos por conta do estado; este PS é o mesmo que privatizou a GALP e a PT; este PS é o mesmo que aumenta as taxas moderadoras na saúde; este PS é o mesmo que nos obriga a nascer em Espanha; este PS não tem emenda…
Mas MVA, justamente agora, vai votar PS.
Que seria que ele procurou no Bloco e não obteve?
Qual seria o preço dele?
Não sei, mas sei que mandatário para a igualdade de facto nada é quando comparado com um lugar no parlamento europeu.

terça-feira, 21 de julho de 2009

PSD nada tem que ver com isto... Nada mesmo...

Seria abusivo dizer que o PSD é responsável pela idoneidade dos seus militantes, porem são casos a mais a cada dia que passa. A cúpula dos governos de Aníbal Cavaco Silva, está hoje demasiadamente ligada a casos muito pouco transparentes.
Ontem mais um ex-ministro social-democrata foi constituído arguido no âmbito do processo BPN.
Por este andar qualquer dia…
Qualquer dia… ai não! Qualquer dia estão outra vez livres e alguns, a reclamar chorudas indemnizações do estado. São muitos anos de treino, é malta com muita experiência…
Agora até o tipo que estava em prisão preventiva [Pilantra que em devido tempo providenciou a transferência dos bens para a esposa de quem se divorciou] já deixa a preventiva para se limitar à prisão domiciliária.
Não é de estranhar que o advogado venha agora invocar que o homem sofre de claustrofobia ou qualquer coisa parecida e que precisa de uns dias de praia... Vão ver que ainda vão requerer a anulação desta ultima medida. Convenhamos com um tempo tão bom para a praia, o coitado ser obrigado a passar os dias em casa, é demasiadamente incomodativa e... faz mal à saude!
Bom, mas o que importa é que o PSD nada tem que ver com isto, é tudo mera coincidência e má vontade da justiça que dá ouvidos a uns e a outros...

O nosso presente e o nosso futuro

Um grupo de "cidadãs e cidadãos insatisfeitos com o conteúdo e a qualidade do debate político" lançou no passado dia 15 de Julho um texto intitulado "O nosso presente e o nosso futuro". O documento é assinado por 25 figuras públicas da área das artes e da cultura, da economia, da educação ou do ambiente.
Os 25 assinantes são Ana Luísa Amaral, Ana Maria Pereirinha, António Pinto Ribeiro, Clara Macedo Cabral, Isabel Allegro de Magalhães, Isabel Hub Faria, Jean Barrocas, Joana Rigatto, João Ferreira do Amaral, João Sedas Nunes, Laura Ferreira dos Santos, Luís Filipe Rocha, Luís Moita, Luís Mourão, Margarida Gil, Maria do Céu Tostão, Maria Eduarda Gonçalves, Maria Helena Mira Mateus, Maria Manuela Silva, Mário Murteira, Mário Ruivo, Miguel Caetano, Philipp Barnstorf, Teresa Pizarro Beleza e Viriato Soromenho Marques.

O nosso presente e o nosso futuro, algumas questões prementes

Encontramo-nos hoje em Portugal mergulhados numa dupla crise: uma que vem muito de trás, resultante de uma não-definição clara de objectivos consensuais para o futuro do País e outra, que resultou da aceleração e agudização desta pela crise global.
Estamos em vésperas de eleições. Os cidadãos, mulheres e homens, poderão ficar, mais uma vez, perante um menu diversificado de propostas avulsas, raramente bem esclarecidas e coerentes, sem terem em seu poder os dados necessários para fundamentarem e fazerem as suas escolhas. Continuarão alienados pela retórica dos discursos e cada vez mais descrentes quanto à importância do seu voto.
Urge, pois, neste momento crítico da sociedade portuguesa e da democracia, encontrar modos de proporcionar uma opinião pública esclarecida. E isto faz-se, em grande medida, através de debates sérios, diversos, com homens e mulheres de áreas distintas capazes de reflectir e formular não apenas “críticas pontuais”, tantas vezes de mera oportunidade partidária, mas capazes de trazer ao debate questões de fundo, conteúdos argumentados, propostas viáveis e que vão para além das receitas já conhecidas. Há que acreditar que novos projectos às escalas global e nacional são possíveis
É com este propósito que um grupo de cidadãs e cidadãos, insatisfeitos com os conteúdos e a qualidade do debate político partidário, tomou a iniciativa de reunir neste documento alguns contributos para um melhor equacionamento de opções com que o nosso País se tem de confrontar, nesta encruzilhada em que se encontra o mundo contemporâneo.
Move-nos o desejo de uma reflexão sobre as escolhas que afectam o nosso presente e condicionam o nosso futuro.
Este documento foi construído com contributos vários e sem qualquer plano previamente traçado. Não se espere, pois, que se encontrem cobertos todos os campos da nossa vida colectiva.
Propositadamente, consideramos esta proposta aberta a outras contribuições e pontos de vista.
De um modo geral, o texto formula interrogações que implicam escolhas e admite que as diferentes forças políticas assumam posições distintas e até antagónicas. É que esta não é uma iniciativa que pretenda subestimar o papel e a relevância dos partidos políticos na vida democrática do nosso País. Procura, sim, ser um contributo para que haja um valor acrescentado no debate partidário, com base em posições e anseios da sociedade civil, na sua diversidade.
[Ler texto completo e comentar aqui]

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Mata do Estádio Nacional transformada em campo de golfe?!!

Quando foi criado, nos anos 40 do século passado, pretendia-se que o Complexo Desportivo do Jamor fosse «um grande parque, sem luxo, de relvados frescos e árvores copadas, onde a gente de Lisboa brinque, ria, jogue, tome o ar puro, e verdadeiramente se divirta em íntimo convívio com a natureza», e «um lugar de recreio e escola de desportos para todos, mesmo para os que queiram utilizá-lo sem objectivos de competição». Neste momento, assiste-se à destruição do coberto vegetal no espaço circundante ao Estádio Nacional para a construção de ( mais ) um campo de golfe que servirá apenas alguns e impedirá todos os outros de usufruirem do espaço. Esse campo de Golfe ocasionará a destruição da pista de corta mato e a ocupação de mais de metade da zona do vale que deixará de ser pública.
Um conjunto de cidadãos accionou já uma providência cautelar que foi aceite e obriga à paragem imediata das obras, a título provisório, até que a referida providência seja julgada.
Também a Quercus fez exposições à Secretaria de Estado do Desporto e CMO. Mas a defesa do Estádio Nacional é um dever de todos, independentemente de sermos ou não utilizadores do mesmo.
Deixo aqui uma petição que circula na Net sobre o assunto e apelo a todos os que concordem com ela que a assinem e divulguem por todos os meios ao vosso alcance.

PT Pro não quer minissaias e tecidos transparentes


Em nota interna [informação orientadora de vestuário profissional] a PT PRO desaconselha o uso de determinadas peças e defende saias e vestidos pelo joelho. Ganga é permitida apenas à sexta-feira.
Calções ou minissaias, tecidos transparentes ou calças "de cintura muito descaída" são desaconselhados pela PT Pro.
Tudo isto "para o cumprimento de uma imagem profissional".
Calças de ganga "manchadas e rasgadas", jardineiras, chinelos e ténis são desaconselhados, num documento que recorda que, "uma imagem cuidada é fundamental para o estabelecimento de uma relação de confiança e para uma boa receptividade dos serviços que prestamos".
Comentários para quê?
[Noticia completa em DN de hoje]

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Lisboa, coligações autárquicas.

Em Lisboa, contrariamente ao que diz Santana, não há coligação de esquerda. Em Lisboa, há contactos de António Costa, nomeadamente com vontades desavindas da sua própria área, no sentido de alcançar alguma convergência e reduzir os estragos decorrentes da política governativa do seu amigo José Sócrates.
Qualquer coligação de esquerda em Lisboa não pode dar-se ao luxo de deixar de fora o Bloco e o PCP.
É certo que, no caso do Bloco pelo menos, jamais aceitaria coligar-se com o actual PS. [Sejamos claros, António Costa não é José Sócrates, embora tacticamente lá vai fazendo uma ou outra critica a ministros socialistas, mas convenhamos o que os separa é insignificante, tanto mais que António Costa é o numero dois do PS e não se demarca das politicas fundamentais da governação de Sócrates.]
Voltando ao cerne da questão; não há nenhuma coligação de esquerda em Lisboa. Para não haver duvidas sobre esta matéria, quero deixar claro, que considero louvável os esforços que A. Costa, se quiserem, as diligencias, que tem desencadeado no sentido de tornar abrangente a sua candidatura, mais, está inequivocamente a abrir-se à esquerda. Isto é um facto!
Santana Lopes, precisa evidentemente de agitar o papão da coligação de esquerda, no sentido de unir as suas próprias hostes - Apesar da sua utilidade, na direita também há quem não esqueça que este politico é incompetente e que nenhum valor credibiliza a confiança num politico incompetente e excessivamente kitsch.
Santana é kitsch, mas não deixa de ser estratega. A coligação de que fala insere-se nessa estratégia. Só isso.
Voltando a António Costa, que sem a tutela de Sócrates sobre o PS, até poderia partir para uma politica diferente, a verdade é que apesar de hoje apresentar como seu mandatário o conhecido militante do PCP, Carlos do Carmo, nas intercalares que lhe deram a presidência do município, apresentou como seu mandatário José Miguel Júdice que não morre de amores pelo povo de esquerda, antes pelo contrário. António Costa recebeu o apoio de José Saramago, outro conhecido comunista, porem jamais conseguirá desemparelhar esse apoio do chorudo donativo da Câmara de Lisboa para o filme que trata a relação amorosa entre o português, Nobel da Literatura e a jornalista espanhola Pilar del Rio.
António Costa que namora a esquerda é o mesmo que ainda recentemente no congresso do PS, Fevereiro deste ano, classificou o Bloco de Esquerda como “parasita”.
António Costa nesse congresso subscreveu igualmente a moção de estratégia de José Sócrates, intitulada “A Força da Mudança”, onde a politica governamental não só é defendida como considerada necessária para a próxima legislatura.
António Costa não está inocente na concessão sem concurso de uma extensão do prazo de negócio da Liscont/Mota-Engil (dirigida pelo seu amigo Jorge Costa) no terminal de Alcântara, sendo que tal negócio consubstancia uma grave cedência aos interesses económicos que se têm imposto a Lisboa.
Em resume: do ponto de vista político António Costa faz bem em tentar congregar esquerda à sua lista, espero que o faça com lisura e transparência, o apoio de Saramago é no mínimo, comprometido, para não dizer outra coisa. Se conseguir integrar Helena Roseta, creio que acrescenta esquerda e seriedade à sua lista. Seja qual for os resultados, a grande coligação de esquerda para governar a cidade, não precisa de ser formalizada, far-se-á mediante politicas concretas e justas em defesa dos lisboetas e da cidade.
Tudo o resto é retórica para entreter…

terça-feira, 14 de julho de 2009

Faleceu Palma Inacio

Figura lendária da luta pela liberdade, Hermínio da Palma Inácio desafiou a PIDE , levando-a mesmo a cair nas suas próprias armadilhas, para desespero dos inspectores da ex-polícia política.
Antigo militante da LUAR aderiu posteriormente ao Partido Socialista.
Começou a sua actividade de combatente da liberdade aderindo ao "Golpe dos Militares", em 10 de Abril de 1947, um movimento desencadeado pelo general Godinho e pelo almirante Cabeçadas cabendo-lhe a tarefa de sabotar os aviões da base aérea da Granja, Sintra. Esta acção acabou por lhe valer sete meses de clandestinidade, a que se seguiu, a prisão pela PIDE, ficando encarcerado no Aljube, de onde fugiu em 16 de Maio de 1948.
Com a PIDE na sua peugada, seguiu para Marrocos, de onde, após várias peripécias pelos mares, consegue chegar aos Estados Unidos de onde saiu depois para o Brasil.
Palma Inácio, acompanhado de Camilo Mortágua, Amândio Silva, Maria Helena Vidal, João Martins e Francisco Vasconcelos, preparou então uma operação que haveria de acordar Lisboa de espanto - na manhã de 10 de Novembro, um avião da TAP, que partira de Casablanca, é desviado para sobrevoar Lisboa, onde são lançados cerca de 100 mil panfletos antifascistas. Os caças da Força Aérea não conseguem interceptar o avião, que regressa a Casablanca, para desespero do Regime.
No Brasil, o grupo preparou outras operações espectaculares, de entre as quais se destaca o espectacular golpe contra a Ditadura, o assalto à dependência do Banco de Portugal na Figueira da Foz, operação que mais feriu o regime de Salazar, concretizada em Maio de 1967 com Camilo Mortágua, António Barracosa, e Luís Benvindo.
Depois desta operação nasceu em Paris a LUAR - Liga de Unidade e Acção Revolucionária, que reivindicou o assalto para como operação manifestamente política.
Na capital francesa, Palma Inácio planeou outro golpe, talvez mais arrojado que o anterior, mas que acabaria por fracassar: tomar a cidade da Covilhã. Na sequência desse fracasso é detido pela PIDE. Contudo Palma Inácio volta a fugir humilhando a policia politica do regime, serrando as grades da cela com lâminas que a sua irmã lhe fizera chegar. Nesta operação estiveram envolvidos informadores da PIDE, um tal “Canário” que se havia introduzido na LUAR, e era do conhecimento dos inspectores Barbieri Cardoso e Sachetti,. Ambos os inspectores sabiam da existência das lâminas mas nunca as conseguiram localizar, apesar das inúmeras revistas à cela.
Em Novembro de 1973, é de novo detido pela PIDE, depois de ter entrado clandestinamente em Portugal para mais uma operação, foi barbaramente espancado.
Saiu da prisão em 26 de Abril de 1974.
Perante o combatente da liberdade Hermínio da Palma Inácio que hoje partiu, inclino-me agradecido.
Foi a tenacidade e a coragem de combatentes como ele que tornaram possível Abril.

“Dizem que lá me faço homem!... Não os entendo, já sou!”

Cavaco, o homem dos vetos, promulgou o novo RDM (Regulamento de Disciplina Militar), pelos vistos não se enganou na decisão e não teve duvidas. Coisas dele…
Este diploma aprovado com os votos contra da esquerda parlamentar (PC e BE), mereceu o consenso unânime de toda a direita, de Sócrates ao Portas, passando por Rangel, todos deram o seu aval a um diploma credor de criticas de imensas organizações e associações militares (de oficiais, de sargentos e de praças).
Sobre o conteúdo em si não me pronuncio porque não conheço na integra, contudo as reservas e oposições que tem suscitado nas organizações referidas é por si só elucidativo do conteudo, mais, o que transparece não abona nada em seu favor. São muitas as contradições, os conceitos extremamente vagos, susceptíveis das mais disparatas leituras, para alem de atingir militares fora de serviço e ou na reserva.
Sócrates tem aqui mais um diploma disciplinador da ordem pública, seguramente que à face dele os militares não poderão manifestar o seu desconforto e desagrado pelas políticas governamentais. Sócrates e os seus aliados sabem-na toda.
Por ultimo um pequeno aparte: Passei uns longos 16 meses na instituição e confesso, aquilo que o meu avô e meu pai me apresentaram como uma escola de valores e de formação de homens não passou afinal de uma escola de embrutecimento. Por isso relembro a poesia de Vitorino…


Oh Beja, Terrível Beja

Oh Beja, terrível Beja
Beja da minha desgraça
Eram três horas da tarde
Quando lá assentei praça

Deram-me a guia de marcha
Para o comboio apanhar
Vou p´rá tropa, e não queria
Vou p´rá vida militar

Adeus terra, adeus amigos
Não sei para que guerra vou
Dizem que lá me faço homem
Não os entendo, já sou

Senhor Alferes, Capitão
Mas que ofício tão ruim
Não fazem crescer um grão
Esmagam o alecrim

Obrigam-me a marcar passo
É contra a minha vontade
Só quero as guerras que faço
P´ra guardar a liberdade

Saramago e Carlos do Carmo com António Costa

Saramago e Carlos do Carmo com António Costa. Se estes dois ilustres nomes da nossa cultura não fossem também bandeiras do PCP, a noticia nada tinha de relevante. Contudo os vultos, não são quaisquer uns, ambos têm “dado a cara” por diversas vezes pelo partido da foice e do martelo. Têm-no feito porque enquanto cidadãos fazem uso dos seus direitos políticos como muito bem entendem. Se apoiaram desde sempre o PCP ou a sua frente eleitoral a CDU e agora entendem dar apoio ao PS continuam a exercer o mesmo direito de cidadãos. Ponto!
Porque vou então “agarrar” uma notícia que nada tem de extraordinário?
Pois… a questão é essa. A noticia nada teria de extraordinário, se os visados não fossem militantes e ou apoiantes do PCP, Partido que não se tem poupado, por interpostas pessoas evidentemente, a malhar no Bloco e no Chora, isto porque o Chora aceitou um convite pessoal para jantar com o ministro, ou ex-ministro, dos corninhos.
O PCP, pelos vistos não vai, e ainda bem, mover nenhum processo com vista à expulsão dos indisciplinados militantes, nem, ao que parece aplicar-lhes qualquer sanção. Não sei se isso significa uma evolução ou se pelo contrário representa algum “desvio” de classe ou um desvio pequeno burguês. Mas seja lá aquilo que for não é inédito. Ainda recentemente Pedro Namora, funcionário da CM de Setúbal (mais um) e conhecido militante do PCP, rompeu com Dores Meira e vai apresentar-se à CM de Setúbal encabeçando a lista monárquica e o PCP pura e simplesmente fechou-se em copas. Ainda bem, digo-o sem qualquer ironia.
Os partidos não são donos das pessoas, as pessoas têm o direito de pensar pela própria cabeça e fazer as suas análises politicas e agir em conformidade com elas, mesmo quando contrariam a linha oficial. Esta é uma prática estruturante da democracia e temos que saber lidar com ela em qualquer circunstância. Quantas vezes o PC não beneficiou do apoio de figuras que antes manifestaram esse mesmo apoio a outros quadrantes ideológicos. Jorge Palma por exemplo, Vitorino também, etc… O PCP gostou, recebeu e recebe esses apoios de braços abertos… é a dialéctica da politica.
Em suma, o pretenso apoio que António Chora deu ao comparecer naquele jantar, inclusive o discurso de agradecimento afinal de contas não contrasta com o apoio que Saramago dá a António Costa, o qual não se limita a um apoio circunstancial, deseja-o por muito tempo à frente da autarquia da capital. O PCP deveria ter cuidado com as pedras que atira ao ar… podem cair-lhe em cima. Aliás, suspeito que ao contrário do titulo da obra de Álvaro Cunhal, “Partido com paredes de vidro” , de vidro é o telhado…
E para concluir, devo acrescentar que António Costa está a sair-se bem na pesca de apoios à esquerda, que é onde o “peixe” faz a diferença, Camané que tem apoiado o Bloco, também apoia a candidatura de António Chora.
Eu sei que o Chora não é o Saramago. Evidentemente, mas que há aqui algum paralelismo ai isso há!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Vou contar a história de uma visita

Era uma vez, uma prisão, um militante político e um banqueiro a que se seguiu um restaurante, um sindicalista e um ex-ministro… há!! e havia também uma campanha negra…

Em 25 de Abril de 1975, nas eleições para a Constituinte a UDP, fundada em 16 de Dezembro de 1974 a partir de grupos ML dissidentes do PCP, elege deputado João Pulido Valente um dos fundadores do CM-LP em 1964. Contudo quem assumiu o lugar foi Américo Duarte. Uma campanha negra contra Pulido Valente, a pretexto de este ter visitado na prisão um banqueiro, seu velho amigo de infância, então preso por ligações ao fascismo. Acresce que a visita de cortesia, correspondia a igual gesto do banqueiro, que antes de Abril não só visitou João Pulido Valente quando era este o preso, como lhe terá prestado apoio económico.
Depois da visita João Pulido Valente continuou revolucionário, o banqueiro manteve-se crente nos seus valores. A amizade parece que não sofreu mazelas de maior…
A campanha negra [Um negro tipo sangue de boi, que só depois de “assentar” revela uns resquícios avermelhados.] foi alimentada por uns senhores que se tornaram especialistas nas campanhas de insinuações maldosas e venenosas, no diz que disse, no diz que é, na mentira, na meia verdade e tudo o mais que é apanágio dessa gente sem escrúpulos, onde vale tudo para alcançar os objectivos.
No PREC [Um tempo extraordinário que muitos de nós vivemos, foi propenso a excessos e até a urdidas assentes na nossa boa fé, mas muito mal intencionadas. Esta declaração não consubstancia nenhuma desvinculação ou qualquer repulsa, antes pelo contrário, não renego nada do que fiz e tudo compreendo em função da época que então vivíamos.] mas, escrevia, a época não aconselhava a visitar os presos fascistas, sob pena de poder vir a ser-se rotulado de cúmplice. Indiferente a esses pruridos ou preconceitos esteve João Pulido Valente, afinal de contas do lado de lá das grades estava um banqueiro, mas estava também o seu amigo de infância, e, sobretudo, estava aquele homem que em papeis inversos tivera a gentileza de o visitar e auxiliar economicamente.
O epílogo da história é conhecido: Américo Duarte substituiu João Polido valente tendo este protagonizado alguns momentos hilariantes da constituinte. Creio que a troca não foi benéfica, mas já não havia nada a fazer…
A história, que eu queria contar, morreria aqui, se… se não houvesse antecedentes e picardias entre os grupos ML (dissidentes do PCP) e o já então – Estou a falar dos anos 60. - auto tutor da luta operária, o PCP. Na verdade o Avante! Nº 349, de Dezembro de 1964, prestou um excelente “serviço” à polícia ao denunciar a presença em Portugal de João Pulido Valente e Manuel Claro, seus ex-militantes e à época membros FAP e do CMLP. Tratou-se de uma denúncia grave, recordo que se vivia em situação de clandestinidade, e a PIDE ficou a saber, ou, se quiserem, confirmou que ambos estavam no interior de Portugal e não no estrangeiro. Curiosamente João Pulido Valente foi preso pouco depois da publicação da notícia. Terá sido então visitado pelo tal banqueiro…
Parece que o PCP mais tarde, ainda que de forma indirecta, acabou por admitir que foi um “erro” a publicação daquela nota no Avante.

Agora, embora sem um forçoso paralelismo, sobretudo ao nível das personagens, façamos um pequeno exercício:

Experimentemos colocar no cenário, não a prisão de Caxias mas um restaurante e em vez de João Pulido Valente imaginemos que estamos na presença de António Chora, no lugar do banqueiro coloquemos um ex-ministro. Chifrudo ou não para o caso tanto faz.
Não voz parece que estamos a assistir a mais do mesmo?
Claro, o António Chora está longe, muito longe da postura de João Pulido valente. Sem margem para duvidas… de longe. Quanto ao ministro e ao banqueiro, confesso que não vejo grandes diferenças… Quem seguramente está igual, igual a si próprio são os promotores da campanha.
Digamos que o papel da denúncia do Avante de Dezembro de 1964, na actualidade, embora mal comparado, pode ser o daqueles bloguistas que por conta própria ou de forma orquestrada, de boa fé ou mal intencionados se encarregam de denegrir a reputação do líder da CT da Auto-Europa com base em meias palavras, inverdades, mentiras absurdas, insinuações e tudo o mais que por ai assistimos.
Eu sei que o exemplo não é o melhor, talvez seja até forçado, mas… sinceramente não vos parece que há aqui uma estratégia, de caça ao homem, uma tentativa de destruição da pessoa do ponto de vista político? Tudo isto com base em preconceitos, invejas e alguma dor de cotovelo.
A propósito da dor de qualquer coisa. Há quem se sinta ofendido com o facto de haver quem não especifique que a investida do então ministro foi sobre o Bernardino e não sobre o Louçã. Pois bem por mim fiquem lá com a investida ministerial e com os cornos…
A situação atinge os contornos do ridículo. Querem os cornos? pois bem, por mim fiquem com eles…

Para acabar, dois ou três pontos sobre a ida do António Chora ao jantar de homenagem a Manuel Pinho:

António Chora, líder da CT da Auto-Europa e membro da CP do Bloco foi convidado a título pessoal para um jantar com Manuel Pinho. Aceitou, ficou sentado ao lado do dito e discursou. Discursou elogiando e agradecendo o trabalho do ex-ministro. Tudo o que fez e não fez, tudo o que disse e não disse responsabiliza-o apenas a ele. Ponto!

Eu, nas mesmas condições, recusava delicadamente ou com estrondo se fosse caso disso, tal convite.
Mas se porventura aceitasse homenagear, ou simplesmente por uma questão de cortesia, aceitasse estar presente em tal convívio, nunca me sentaria mesmo ao lado dele. [O Chora estava à esquerda, quem estava à direita?]
Por outro lado, ainda que em tese, se lá estivesse jamais aceitaria discursar, mas se o fizesse nunca elogiaria Manuel Pinho, como o fez António Chora.
Sobre o elogio, acho-o muito estranho e desadequado, pois se eu ouvi o António Chora reclamar, exigir ao governo que não se envolvesse no processo da Auto-Europa, porque tal intromissão só complicaria. Disse ele: “Os trabalhadores, a CT e a Administração da empresa sabem tratar do problema, a intromissão do governo só complica.” Ora o agente governamental que poderia intrometer-se ali era Manuel Pinho, se o homem “só complicava” como pode ter sido tão bom ministro?
Acresce que depois de Francisco Louçã ter dito que "A chantagem é uma marca da política portuguesa", e nesse contexto criticar Manuel Pinho por ter ido à Auto-Europa dizer aos trabalhadores que " têm que aceitar o mais depressa possível as condições da administração”, não se compreende que António Chora almeje no ex-ministro as virtudes que lhe apontou no referido jantar.
Sendo o Bloco muito crítico das políticas económicas do Governo, criticas essas reiteradas no debate do Estado da Nação de quinta-feira passada, onde Francisco Louçã apresentou um retrato muito negativo da acção governativa e do estado da nossa economia, como consegue António Chora descortinar naquela neblina toda um ministro bom?
Mais, tendo Manuel Pinho, entre outras patetices, feito a apologia do “baixo do custo” da nossa mão-de-obra [que é uma realidade], como um factor de competitividade aliciante para o capital estrangeiro, Chora que ganha a vida numa empresa estrangeira, consegue ainda assim ver nele um homem de valor.
De concreto há a registar que António Chora participou a título pessoal num jantar, a convite do ex-ministro, do qual o próprio fez a seguinte leitura: "Terá cometido alguns erros, terá deixado muita coisa por fazer e terá feito outras que eu teria feito de maneira diferente, mas entre o não fazer nada ou o fazer alguma coisa, ainda bem que as fez”.

Os pais nunca desistem, nunca se cansam…


Não sei se contribui para alguma coisa, contudo recebi na minha caixa de correio este apelo, cujo processo está longe de ser arquivado ou encerrado no coração dos pais do Rui Pedro. Também sou pai e, à minha maneira este post é simultaneamente um abraço solidário para com os pais do Rui Pedro.

Porque os pais amam, nunca desistem, nunca se cansam…

***
Texto recebido


ESTA É VERDADEIRA, E PODE E DEVE SER ENVIADA!


Esta mensagem é um dos métodos a que a mãe do Rui Pedro tem recorrido para que a ajudem a encontrar o filho, já que as autoridades Portuguesas têm deixado arrastar este caso há já Nove anos.O mínimo que podemos fazer é reenviar esta mensagem aos nossos contactos na esperança de que um dia ela venha dar os seus frutos. Por favor divulguem esta mensagem aos vossos contactos nacionais e internacionais.



quarta-feira, 8 de julho de 2009

É fartar vilanagem!


Quando os sindicatos, sobretudo o SNTCT, denunciaram a situação, foram chamados de irresponsáveis.
Claro denunciar que entre 8 de Julho de 2002 e 31 de Maio de 2005, com a decoração do gabinete do presidente do Conselho da Administração dos CTT, Carlos Horta e Costa, bem como a sua sala de visitas e ainda das salas de visitas e refeições gastaram-se 430.691 euros e que Carlos Horta e Costa teve à sua disposição, entre 2002 e 2005, um Jaguar S Type (a renda para o adquirir custou cerca de 50.758 euros) e um Mercedes Benz S320CDI (comprado em Abril de 2004 por 84 mil euros), só podem ser irresponsáveis, responsáveis era terem-se abotoado também com alguma massa.
E depois venham falar de produtividade!
Produtividade para quê? Para roubarem mais?!

Tróia foi-nos roubada



Acampamento, Bloco 2009

O já tradicional Acampamento do Bloco (jovens), decorre este ano entre os dias 17 e 21 de Julho num espaço onde impera a auto-gestão, a democracia e a solidariedade.
Inscrições aqui .

Setubalês, (do Viso)


Um precioso naco do falar de Setúbal.

Este, um falar com ganas, um falar revoltado porque nos roubaram a Tróia, a nossa Tróia.

[Ler texto completo]

"Estrala a bomba o fogueti vai no ari, arrebenta fica tudo quemado…"

O verniz estalou!
A fogosa deputada europeia pelo PS, ex-diplomata e ex-militante do MRPP, candidata pelo mesmo partido à presidência da CM de Sintra, deixou cair o verniz e declarou não aceitar lições de moral de Manuel Alegre, o qual recorda-se, tinha lançado um repto às meninas [Ana e Elisa] no sentido de optarem, renunciando a uma das duas situações ou à de deputadas ou então à de candidatas à CM. A Ana acrescentou que sempre actuou com honestidade e transparência. Claro, mas alguém duvida? Honestidade, transparência e calculismo.
Não vá o diabo tecê-las e ficar apeada em Sintra, pelo sim, pelo não deixa lá mas é assegurar o tacho na Europa. Não! Chamem-lhe parva!

A menina Elisa - a ex-ministra do ambiente do governo de Guterres, substituída depois pelo seu secretário de estado o então promissor José Sócrates, que à época já dava mostras evidentes, pela teimosia e arrogância, do animal feroz em que se transformaria tempos depois. - que a sageza de Rui Rio realçou que tem um pé no Porto e outro nas Europas, também reagiu ao repto de Manuel Alegre, não aceitando lições do deputado poeta.

Não contra propriamente Manuel Alegre, mas contra a intenção do Partido de não querer duplas candidaturas, a menina Leonor… [a Coutinho, sim aquela senhora que enquanto secretaria de estado, ou algo parecido, terá emprestado uma viatura de serviço a um namorado ou amigo que veio a morrer na noite…] essa mesmo, ter-se-á segundo a imprensa insurgido contra a intenção. Convenhamos a moça vai ser candidata a Cascais, o mais certo é ficar também apeada e depois nem sim, nem sopas…
Tá mal, a Elisa e a Ana têm o emprego assegurado e a menina Leonor não pode ter iguais garantias? Olá!!

Claro, o mais certo é a intenção não passar disso mesmo, de uma intenção!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Incompreensível.

Não, não é o discurso de Paulo Portas trata-se de uma profunda indignação pelo facto de a vida humana valer menos que os bens do BES.
Repare-se nestes dois excertos de notícias retirados dos jornais, a primeira do dia 6 e a segunda de hoje.
É revoltante verificar que um tipo que regou uma mulher, a sua companheira no caso, com álcool e depois lhe ateou fogo, provocando-lhe a morte é condenado a apenas oito anos de prisão, isto é aquela mulher, a sua vida, pode valer qualquer coisa como oito anos… enquanto o assalto ao BES custa qualquer coisa como 11 anos.
Incompreensível.

"6/7/2008
Oito anos de prisão para homem que matou companheira
O Tribunal Judicial de Viana do Castelo condenou hoje a oito anos de prisão um homem acusado pelo Ministério Público (MP) da morte da companheira, em Barroselas, regando-a com álcool e ateando-lhe fogo com um isqueiro."

"7/7/2008
Wellington Nazaré condenado a 11 anos de prisão pelo assalto ao BES
Wellington Nazaré, um dos dois homens que tentaram assaltar um balcão do BES em Lisboa, em Agosto de 2008, foi condenado a 11 anos de prisão."

Subtilezas ou como uma pequena omissão faz toda a diferença


Na sequencia deste post escrito pelo autor do “Cantigueiro” Samuel, que comentei considerando-o provocatório, Samuel respondeu-me com o seguinte comentário:

«JotaCê:

Já percebi que para ti não passo de um provocador... mas respondendo aos teus comentários na modalidade económica de três em um, quando é que alguma vez mostrei alguma pena ou ressabiamento por o Chora ter saído do PC, coisa que até há pouco nem sabia (a malta do PC não tem por costume telefonar-me a dizer quem sai de lá...), ou quando é que achei que as votações da CT da Autoeuropa são más (ainda há dias gostei de uma...)? E já agora, se realmente não subscreves a opinião do Chora sobre o papel de Manuel Pinho, por que raio é que este post, onde apenas acho muito estranho que ele tenha exactamente dito sobre o ministro (entre brindes e elogios) o que não subscreves, constitui uma provocação?»


Esta resposta, mereceu-me o seguinte comentário, sendo que ela se segue a outros comentários que tive oportunidade de deixar no “In Coerências

Samuel
Já em diversos comentários tive oportunidade de apontar a subtileza com que insinuas, lanças achas, pequenas ou grandes provocações, sobre o António Chora e sobre o partido em que ele milita. Depois, os comentadores, encarregam-se de alimentar o rastilho e em pouco menos de nada temos uma fogueira de insultos ressabiados sobre Chora e o Bloco.
Tu, no contexto do combate ao Chora e ao Bloco, usaste uma expressão dura e inadmissível que foi chamar-lhe “canalha”, e isso é indesculpável mesmo tendo em conta que o calor da luta é propenso a excessos.
Não tenho nenhuma simpatia pelo Chora, para alem da que advém de militarmos no mesmo partido – talvez essa seja a grande riqueza do Bloco, a pluralidade… adiante – porem, não aceito que a coberto de algumas opiniões nem sempre bem apresentadas, se tente denegrir um homem, um líder operário e por arraste o partido de que foi deputado, no caso o Bloco.
Por outro lado ainda não percebi se é o Chora o alvo ou se pelo contrário se pretende atingir o Bloco.
Eu sou, no interior do Bloco adversário do Chora, como sou no sindicalismo adversário do PCP. Jamais porem me atreveria a chamar a um e a outro “canalha”. Canalhas são pessoas infames, indignas, cretinas, sacanas… em bom alentejano, canalhas são os filhos da puta, nomeadamente aqueles que nos destruíram aquele inolvidável sonho de termos a posse da terra.

Por ultimo questionas-me: «(…) se realmente não subscreves a opinião do Chora sobre o papel de Manuel Pinho, por que raio é que este post, onde apenas acho muito estranho que ele tenha exactamente dito sobre o ministro (entre brindes e elogios) o que não subscreves, constitui uma provocação?»

Constitui uma provocação na medida em que, naquele jantar em “representação de trabalhadores” ou em nome próprio não estava apenas o António Chora, estavam entre outros os responsáveis da Comissão de Trabalhadores da Bordalo Pinheiro.
Eis como uma pequena omissão faz toda a diferença.
Sabes Samuel, eu ainda me lembro de um certo refazer da história, por omissão ou pelo silêncio. Como também me lembro de uma certa recuperação de heróis e mitos… Lembro-me por exemplo de a China, o PC Chinês serem condenados pelo PCP, no âmbito do seu alinhamento com Moscovo contra o maoismo e de hoje, a China e o PC Chinês serem amigos. Lembras-te Samuel, de ver o PC ML do Eduino Vilar, nas manifestações do PPD e do PS durante o PREC, a agitarem a bandeira foice e do martelo? Pois, o Partido do Vilar era reconhecido pelos chineses como comunista, enquanto o PCP era para os chineses revisionista e lacaio de Moscovo. Mas também me lembro de um tal Ernesto não ser muito apreciado no leste e entre os Partidos Comunistas alinhados com Moscovo e hoje ser o ícone mais presente na Festa do Avante. Como me lembro das críticas que esse tal Ernesto fez ao “internacionalismo socialista” de Moscovo.
Voltando ao Chora, que de facto é o cerne desta questão, sou declaradamente crítico do seu pensamento político. Porem no concreto, isto é na Auto-Europa tenho duvidas se seria possível fazer diferente, até porque de um modo geral a classe está com ele. As sucessivas votações, mesmo quando as posições da CT são derrotadas, assim o demonstram.
Por ultimo quero ressalvar que não tenho relutância nenhuma em aplaudir a posição de um militante do PCP, ainda que de base como gosta de dizer, refiro-me a Manuel Carvalho da Silva, em detrimento do aplauso a Chora como deixei expresso neste post.

Saudações

O Novo logotipo para as eleições



A julgar pelo que se passou aqui espero que mais ninguém reivindique a propriedade dos cornos.

Ainda os cornos do ministro

Não resisto a copiar do Arrastão este poster da próxima corrida tauromatica

Mas interessante mesmo é o problema dos "cornos do ministro", a quem se dirigiam ou a quem eram oferecidos. Aparecem ali, alguns comentários identificados com militantes ou simpatizantes do PCP, indignadíssimos sobre a propriedade dos cornos. Parece que “são ou eram” para ou do jovem Bernardino, pois que sejam… ofendem na mesma a dignidade da Assembleia.

Mas porque cargas d’agua hão-de estes moços fazer uma guerra por causa dos "cornos do ministro". Querem uns só para si, ponham-se a jeito, o que menos falta é gente para armar uma boa cabeça.Francamente!!

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Domingos Névoa, um homem sério, muito sério.

Domingos Névoa, condenado por corrupção não gostou de ouvir José Sá Fernandes, referindo-se à sua pessoa, que se trata “de um bandido que tentou corromper um vereador” e terá apresentado queixa.
Ao que parece o tribunal terá considerado (Terá?) que a palavra “bandido” é atentatória da honra, da dignidade, da personalidade e da imagem publica do Sr. Domingos. O Dito cujo ter-se-á inclusivamente “perturbado e revoltado” e não se sentiu capaz de trabalhar, tal facto permite-lhe pedir uma indemnização de 25 000 euros.
Tadinho do Senhor Domingos… um homem tão serio, tão sensível, tão… prejudicado assim por um qualquer vereador, francamente, só neste pais é que um tipo como o Zé Sá Fernandes está em liberdade, e o pobre do Sr Domingos com a honra manchada, o Zé deveria estar já atrás das grades e com umas grilhetas nos pés…
Caramba chamar bandido ao senhor Domingos é inadmissível, creio que bandido mesmo é o Zé Sá Fernandes. Com que jeito um homem não aceita deixar-se corromper?

O PS não quer duplas candidaturas


Segundo a imprensa de hoje o PS não vai aceitar que os seus candidatos à AR sejam simultaneamente candidatos as autarquias.
Ana Gomes a fogosa deputada europeia, veio a terreiro dizer que acha a medida razoável.
Razoável, senhora ex-maoista, como assim?
Então a menina foi candidata ao Parlamento europeu, e foi eleita deputada em 7 de Junho e já então era candidata igualmente pelo PS, ao município de Sintra, acha agora a medida razoável?
Francamente D. Ana, a ética e o decoro parece que não conjugam convosco. Então uma candidatura ao Parlamento Europeu, não contrasta com a candidatura aos Municípios de Portugal e a candidatura ao Parlamento Nacional já lhe oferece duvidas ao ponto de achar a medida razoável?
Eu não só a acho razoável como a aplaudo. Mas eu nem sou do PS nem conto “mamar” por conta. Desculpem lá esta do “mamar”, mas as coisas vistas assim, se não é, parece…
Deve ser antagonismos de âmbito territorial. Convenhamos, um Presidente de Sintra que em simultâneo seja deputado europeu, nada tem que ver com um presidente de um qualquer município em acumulação com o lugar de deputado à Assembleia da Republica.
Ao que chegou a falta de princípios, a falta de decora e de respeito para com a nossa inteligência.

Que mal fizeram eles?

Sousa Tavares – O filho do “Tareco” lembram-se? – diz que está a pensar ir para o Brasil e ficar por lá…
Pobres brasileiros, que mal fizeram eles ao mundo?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O Capacete

Convenhamos, com a armação verdadeira até que não fica mal?

Mentirosos!


Manuela Ferreira Leite promete mudar tudo na Educação caso vença eleições
Manuela Ferreira Leite diz que o PSD vai pôr em cima da mesa “a modificação destes quatro aspectos: Estatuto do Aluno, avaliação dos professores, Estatuto da Carreira Docente e os aspectos de desburocratização”. Contudo em concreto não propôs uma única medida, limitou-se a dizer que “as propostas hão-de ser feitas com os agentes educativos”.
Mas a gaja julga que a malta é tonta?
O aldrabão que todos conhecemos, também se comprometeu a mudar o Código do Trabalho do Bagão Felix. Dizia ele quando nada podia: “Quando formos governo vamos acabar com esse código, expurgá-lo-emos de todas as medidas que prejudiquem os trabalhadores”
O resultado é aquele que todos conhecemos, mudou mas para pior.
F…-se! Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim!
Eles são a cara e a coroa da mesma moeda, são ambos mentirosos compulsivos

Mas acima de tudo, a justiça, deve ser célere a decidir e a reanalisar.

Começa a ser preocupante – começa não! – são preocupantes as decisões da “nossa” justiça. Sucedem-se casos atrás de casos, gritantes alguns, difíceis de entender outros, sobretudo pelo cidadão comum, mas até incompreensíveis a quem da matéria tem conhecimento especializado. Acresce a tudo isto que as contradições decorrentes dos diversos níveis da justiça a que se recorre, não abonam em favor da compreensão muito menos da aceitação das decisões. Vezes há em que um tribunal de instancia superior, acho que é assim que se catalogam os diversos tribunais, chega a alterar radicalmente ao decisão de um outro de instancia inferior. No direito do trabalho, já assistimos a decisões em que a vitima, considerada e ressarcida numa instância se vê condenada noutra e obrigada a ressarcir.
Porem no que confere as decisões que envolvem menores ou disputas entre progenitores sobre a tutela dos filhos as aberrações são gritantes.
Lembro-me de um caso, não há muitos anos, em que o juiz decidiu uma disputa do poder paternal, entre mãe e pai, a favor da mãe pelo simples facto de entender que a mãe, qualquer que ela seja, é por “definição e pela ordem natural” mais competente para educar e formar os filhos.
Mas vamos aos casos mais recentes:


  • A jovem Esmeralda que foi retirada aos pais afectivos, com quem vivia desde os três meses, para ser entregue a Baltazar Nunes. Baltazar é o pai, os testes assim o demonstraram, contudo estranha-se que os seus direitos se sobrepusessem aos da criança. Aos da criança e aos da mãe biológica. A mãe, face a recusa inicial de Baltazar assumir a paternidade, entregou a filha ao casal (pais adoptivos/afectivos) e posteriormente, em face da reivindicação de Baltazar, também ela reivindicou a tutela. Incompreensível a decisão do tribunal.

  • Outro exemplo ainda bem recente prende-se com o casal de Braga, família de acolhimento, que viu um juiz retirar-lhes a criança e entrega-la à mãe biológica, baseado em juízos de opinião que o próprio juiz criou ao ouvir na imprensa a mãe de acolhimento falar sobre o assunto. Não gostou e essa opinião acabou por determinar a decisão que proferiu, entregando a menina à mãe, que de imediato a levou para a Rússia. Por costumes e consumos a mãe não tem condições para criar a criança, mas a isso a decisão não disse nada. Mais tarde mesmo frente às câmaras da televisão a mãe esbofeteou a menina.

  • Depois, outro caso que não sai das páginas dos jornais, tem a ver com o jovem Martim. Filho de mãe adolescente (13 anos) o tribunal decidiu enviar a criança para adopção, contra a vontade da mãe, do pais, dos avós e restantes familiares. Estes supostamente não tinham condições para criar o Martim. Curiosamente enquanto este processo não ata nem desata no Pinhal Novo, aqui bem perto, morrem queimadas três crianças de 2, 3 e 5 anos que a mãe tinha entregue aos cuidados de uma irmã que vivia numa casa abandonada com o namorado toxicodependente. Na casa viviam igualmente outros toxicodependentes. Teria esta jovem condições para criar ali os irmãos, não digo criar, para os ter consigo naquele antro, um minuto que fosse? E o Martim é que foi para adopção? [Parece que o processo de adopção foi finalmente travado e o tribunal vai voltar a avaliar a situação. Parece…]

  • Por ultimo a aberrante decisão de retirar uma menina à guarda da mãe, a menina de Fronteira como é conhecida nos jornais, para a colocar numa instituição de Vendas Novas, porque supostamente a mãe a influenciaria contra o pai. O casal está divorciado. Mas, que sentido faz isto? A criança é arrancada à mãe e entregue a uma instituição apenas porque os progenitores se acusam mutuamente?


Quatro casos, ou cinco… dos muitos que conhecemos, dos muitos que enchem as paginas dos jornais.
A minha pergunta é: Para quando uma justiça rápida e humana?
Estou cansado dos aspectos técnicos da justiça, magoado com as incompreensíveis decisões da justiça…
Uma coisa é certa a justiça é executada por homens e mulheres, falíveis como os outros, logo têm que despir a farpela de sacrossantos e humildemente sujeitarem-se à crítica, algo que têm muita dificuldade em aceitar.

Mas acima de tudo, a justiça, deve ser célere a decidir e a reanalisar.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Mentirosos

Foi Manuela Ferreira Leite e o governo do Durão Barroso quem vendeu a rede fixa à PT.
A PT fez “um bom negócio” é certo, comprou a rede por 365 milhões quando ela estava avaliada em cerca de 2.5 mil milhões. Bom negócio é relativo, na medida em que a PT tinha a concessão da rede até 2025, não precisava de a comprar e o estado não a deveria vender.
Mas a verdade dos factos é que o PSD vendeu a rede para obter receitas que lhe permitissem cumprir o pacto de estabilidade e crescimento por isso a venda concretizou-se de forma célere para satisfazer esse compromisso. Encontrar receitas extraordinárias para respeitar os 3 por cento de défice impostos por Bruxelas tornou-se um imperativo para o governo, que sem hesitações procedeu à venda da rede. A Anacom afirmou que o negócio poderia ter sido renegociado ou cancelado por Ferreira Leite, sem custos para o Estado, se houvesse vontade política acrescento eu.
Que o padreca do Guterres era capaz de a vender, disso não tenho dúvidas, contudo não teve tempo e quem a vendeu foi o Durão Barroso e a Manuela Ferreira Leite.
Por isso é preciso não ter pitada de vergonha naquela cara para insistir na mentira.

Que mais lhe irá acontecer?

Afinal de contas o homem em quem Cavaco Silva confiava, tinha-lhe dado a palavra de honra, também conhecido por homem sem memória, já tem o estatuto de arguido.
Tadinho que mais lhe irá acontecer?

Trocos...

A CM de Viseu tinha no BPP cerca de sete milhões, desses parece que já recuperou seis milhões. Quando o Banco voltar a ter liquidez espera, diz Fernando Ruas, recuperar esse milhão.
À laia de justificação o edil afirma: “Ganhamos muito dinheiro com o BPP.”
Falta saber quanto perdem… se efectivamente conseguem recuperar esse milhão. Mas isso são trocos, até porque não lhes sai do bolso. Somos nós contribuintes quem tudo pagamos. Adiante…
Mas porque carga de água, sendo o estado detentor de um Banco [Caixa Geral de Depósitos] os organismos públicos, como é o caso do Município de Viseu deposita os fundos que possui no Banco Privado Português?