quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Ignorar é conivência, silenciar é crime!

Quando comparado com o ataque sem precedentes ao Estado Social e à vida das pessoas, perpetrado por essa gente da finança e da banca [Eu disse gente? Foi engano, peço desculpa…] a perseguição da policia aos jovens militantes políticos, do PCP e de outras agremiações partidárias, identificando-os, conduzindo-os à esquadra e obrigando-os a despirem-se totalmente, para procurarem droga, sem que para tal haja a menor suspeita, e acompanhando toda essa actividade pidesca com impropérios acerca da ideologia dos jovens, é porventura irrelevante.
Silenciar é seguramente conivência!
Foi de silêncio em silêncio, de conivência em conivência que os fascistas se apoderaram nos anos trinta e quarenta de potências europeias; e foi igualmente com pés de lã, à vista de todos ou pela calada que a finança e a banca fizeram chegar o país e o mundo a este estado.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

X Jogos Florais da Alma Alentejana

Aos meus amigos:

O texto que se segue, é o trabalho com que concorri aos X JOGOS FLORAIS DA ALMA ALENTEJANA (Jogos 2010) que o júri premiou com o primeiro prémio na categoria de conto.

A história, com cenários deslocalizados e registos ficcionados, é na essência verídica e foi-me contada por uma pessoa que já não está entre nós, a Isabel Dinis, avó dos meus filhos. Não posso, nesta hora de satisfação e alegria, esquecê-la. O prémio recebido, que dediquei aos meus filhos, à minha esposa, aos meus amigos Zé e Cidália, bem como às gentes da minha terra - Castelo de Vide – é, e com propriedade, dedicado à memória de Isabel Dinis Carita Caldeira, uma excelente contadora de histórias, falecida na vila de Nisa em 2006.

Para quem tiver paciência e gosto pela leitura


_____________________

Futuro Jerónimo, ou o ideário perpetuado.  



Ao certo, bem ao certo a Republica chegou com algum atraso, pelo menos aqui… – Não, não me refiro à longa agonia da oligarquia monárquica, essa é outra história que não cabe no conto que vos quero contar. Aqui, só passados dois ou mesmo três dias, após a proclamação da República, a plebe tomou conhecimento do novo regime político. Ao que se sabe hoje, a noticia até não chegou tão tarde assim, na verdade ainda na tarde desse dia o Administrador do Concelho terá sido informado por telegrama da Proclamação da República. Parece que o homem resolveu guardar segredo, uns diziam que aguardava a confirmação, outros ao invés afiançavam que o homem acalentava a esperança numa reviravolta.

Quem conta um conto, acrescenta um ponto. Mais dia, menos dia pouco abona para os factos. Mas certo é, que esse incidente, deu a João Marcelino a glória de anunciar aqui, à nossa gente, a implantação da República.

Simples republicano, maçom ou carbonário, nunca se soube, para o povo Marcelino, filho único dos donos da Herdade das Malhoas, era do contra. Do contra e amigalhaço da plebe. E isso bastava para ser popular. As ideias, dizia-se, eram influência de um tio que estivera implicado no 31 de Janeiro de 1891 no Porto, o qual, tendo escapado ileso ao massacre que se seguiu à revolta, se refugiou nas Malhoas. Tio e sobrinho eram muitas vezes vistos em franca confraternização com os trabalhadores da herdade. Em suma, o João Marcelino embora herdeiro de uma casa abastada, abraçara a causa republicana e contrariamente aos da sua igualha, apreciava misturar-se, cantar e divertir-se com o povo.

Em Outubro de 1910, Marcelino e o seu velho tio, encontravam-se em Lisboa onde foram apanhados pelos acontecimentos. Apanhados é uma maneira de dizer, na verdade havia quem afiançasse que o tio, o homem do 31 de Janeiro, fazia parte dos conjurados que derrubaram a monarquia. Por um acaso ou pelo envolvimento do tio – Vá lá saber-se! – Marcelino pode presenciar os memoráveis acontecimentos de 5 de Outubro. Viu no Tejo os navios insurrectos S. Rafael e Adamastor hastear a bandeira verde rubra; presenciou a primeira ofensiva rebelde contra o Paço; esteve na Rotunda e mais tarde no Rossio, onde presenciou a rendição das tropas monárquicas e por fim assistiu à proclamação da Republica.

A rua era então uma festa e ele esteve lá.

Impaciente por saudar e festejar com os seus a Republica, logo que teve oportunidade regressou à terra. Ao chegar, apercebeu-se da habitual pasmaceira, tudo corria como se nada tivesse acontecido. Entrou na barbearia, onde as notícias fluem, e ninguém abordou o assunto. Perguntou ao mestre barbeiro se já se sabia que não havia rei. Que não, respondeu mestre Samuel.

Saiu para a rua e caminhou a passos largos para o pelourinho. Ali, mesmo no centro da praça, em altas vozes deu a boa nova.

A principio as pessoas não percebiam o que se passava. Achavam até insólito, um homem sozinho, empoleirado no pelourinho a gritar… A curiosidade juntou as pessoas. Quanto mais gente chegava mais entusiasmo colocava nas palavras. Quando a populaça entendeu a razão daquele alarido entusiasmou-se. Extasiados gritavam, riam… os homens abraçavam-se, atiravam chapéus e boinas ao ar, davam vivas à Republica, vivas ao Marcelino, vivas ao tio do Marcelino, vivas a este e aquele…

Novamente a festa, um festejo como nunca fora vista por estas bandas.

João Marcelino, como qualquer bom republicano da época, era inimigo do trono mas, para grande desgosto de sua mãe, uma conceituada senhora frequentadora da igreja, era também avesso ao altar. Contudo, tal facto não o impediu de vir a ser padrinho de baptismo ou de casamento de um bom número de conterrâneos. Os pobres e sobretudo os trabalhadores das Malhoas viam naquele apadrinhamento uma bênção para os filhos, uma espécie de seguro para a vida. A sua devota mãe, substituía-o com afinco nos preceitos religiosos que o apadrinhamento impunha, enquanto ele, com base nos conhecimentos e amizades, encaminhava os afilhados para um emprego na administração pública ou algo parecido, poupando-os ao duro trabalho do campo.

Gradualmente o sonho de uma Republica, generosa e imaculada, foi-se desvanecendo nas trincas e lutas dos bastidores do novo poder. Nas ambições de uns e nas traições de outros. O operariado urbano e o povo humilde de Lisboa, a canalha como lhes chamavam, que tinha sido a base do apoio republicano é posta na ordem. Sindicatos e sindicalistas são perseguidos cavando-se um fosso entre o povo citadino e a nova elite. No país profundo, nomeadamente no mundo rural, o anticlericalismo das figuras de proa da República – as primeiras leis, mais que antimonárquicas visavam sobretudo a Igreja – permitiu ao clero, que não perdera influência, incitar os fiéis contra a nova ordem. Mais tarde a entrada na guerra de catorze a dezoito, as desastrosas e brutais consequências desse envolvimento, enterraram de vez qualquer resquício do idealismo republicano que ainda pudesse persistir.

Depois aconteceu o 28 de Maio e veio o Sidónio e por fim Salazar...

O nosso João Marcelino, contudo não era homem para desistir. Nem mesmo quando por falecimento do pai, ficou à frente dos destinos das Malhoas, se desviou do seu ideário. Se era ou não o mesmo ideário dos homens do poder, nunca o saberemos e não interessa para o caso. Marcelino continuou crente na República, uma República de todos e para todos.

Nem mesmo quando confrontado com a miséria que grassava por entre o povo, dava sinais de descrença, invariavelmente respondia:
– Os tempos estão difíceis, é certo… mas temos liberdade e fraternidade para o futuro.
Alguns mais atrevidos ripostavam:
– Mas isso não enche barriga som João…
– Tens fome? – quando lhe parecia grave, adiantava: Passa ali pela Maria da Estrela, faz o avio, manda apontar no meu nome que eu depois passo por lá.
– Seja por alminha de quem lá tem. – respondiam agradecidos.
– Seja!… – anuía sem convicção e seguia o seu caminho.

À filha que entretanto nasceu pós o nome de Liberdade.
A uma afilhada, para a baptizar exigiu que se chamasse Fraternidade. Os compadres, pobres e humildes pensando no futuro da filha consentiram e a criança virou Fraternidade Maria. Na vila era então comum o nome de Liberdade seguido de Purificação, de Conceição e até de Jesus como contraponto, ou então Fraternidade disto e daquilo.

Curiosamente afilhados não lhe apareciam. Parecia enguiço. Quando por fim se quebrou o agouro e nasceu um varão cujos pais convidaram o nosso conhecido João Marcelino para padrinho foi com satisfação que aceitou o convite. Porem colocou uma condição.
– Sim senhor, como vossemecê quiser. – Respondeu Jerónimo Leirinhas, pai do rebento.
– Tem que se chamar Futuro…
Ftur? Questionou angustiada a mulher.
Escondendo o seu desejo, fez-se desinteressado.
– Rapariga, é pegar ou largar, mas desde já te digo, estou disposto, quando chegar a altura, a pagar-lhe os estudos e a fazer dele um homem, tem é que se chamar Futuro, agora escolham...
– Ó som João mas Ftur… não parece nome de gente. Argumentava aflita Maria das Dores.
– Não sei rapariga, o rapaz é vosso, vocês saberão as linhas com que se cosem…
Dito isto pôs-se ao caminho. Jerónimo segurou-lhe o braço.
– O som João, o cachopo pode chamar-se essa coisa que vossemecê quer, Ftur ou lá o que é. Mas som João e se a gente lhe chama-se tamém…
– Jerónimo, como o pai… – acrescentou esperançada Maria das Dores.
– Pois que seja rapariga, até nem me parece mal; Futuro Jerónimo, parece-me até muito bem.


***

Assim, ainda que à sua maneira, João Marcelino perpetuou, no nome dos afilhados, o seu ideário republicano. Liberdade e fraternidade é o que temos para o futuro!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Noticias da alma

ALMA ALENTEJANA
X Jogos Florais da Alma Alentejana
Domingo, 24 de Outubro de 2010 15,30H
Fórum Romeu Correia, sala Pablo Neruda

Programa:


               15,30h – Orquestra Quatro Cordas

               16,00h – Entrega dos Prémios

                              Homenagem ao Patrono dos X Jogos Florais, Dr. Simas Abrantes

               17,00h – Francisco Naia e a Ronda Campaniça

Não faltem, traguem a família e os amigos

Nota: Eu, vou estar lá até porque concorri com um conto e… nunca se sabe…

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Este blogue apoia... CONVITE ABERTO:

VIGÍLIA/CONCENTRAÇÃO DIA 29 DE OUTUBRO, A PARTIR DAS 15.30 H, FRENTE À ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA



Dia 29 de Outubro será votado em Assembleia da República um OE para 2011, que deixará a maioria dos portugueses em graves dificuldades financeiras.
Podemos ficar em casa, acomodadamente, lamentando o infortúnio, ou sair para a rua e manifestar o nosso desagrado.
A nossa passividade, contudo, terá custos demasiado elevados nas nossas vidas: se calarmos as nossas vozes agora, neste momento fulcral da história, daremos CARTA BRANCA a governantes e políticos para todo e qualquer atropelo à nossa dignidade como cidadãos, direitos e garantias previstas na CR, comprometendo irremediavelmente as nossas mais elementares necessidades de sobrevivência, bem como o futuro dos nossos filhos.
Porque não nos podemos calar.
Porque não podemos aceitar a morte lenta a que nos condenam.
Porque não nos podemos acomodar.

VAMOS JUNTAR-NOS dia 29 de Outubro, a partir das 15.30 horas, frente à Assembleia da República, numa concentração de protesto contra as medidas de austeridade que nos vão ser impostas.
DIVULGUEM a informação pelos vossos contactos!

Esta é uma iniciativa de cidadãos, sem apoio de qualquer estrutura partidária, movimento, sindicato ou associação.

PORQUE QUEM CALA CONSENTE!

Semelhanças


Qualquer semelhança entre este bando de ficção e o outro bem real que se encontrou primeiro com o Passos na sede do PSD(*) e depois com Teixeira, não é pura coincidência.



(*) - PSD aquele outro partido do centrão que em parceria com os do Largo do Rato, [e os do Caldas], as “parcerias publico privadas” – a menina dos olhos do Cavaco - as Mota-Engil, e claro a banca; mas também os Pinas, as GALP´s, as EDP´s, as PT´s, os CTT´, etc, etc… deste país que têm delapidado a nossa economia.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Do debate de hoje:

«(…) vejo que lhe ficaram ressentimentos desse momento que já é histórico.» [Sócrates respondia a Francisco Louçã e provavelmente tinha na mente o debate entre Cunhal e Soares nos tempos do PREC, o debate que a história politica regista extrapolando dele o celebre: «Olhe que não, olhe que não doutor…» que é de facto histórico. Histórico sobretudo pela dimensão dos estadistas em debate. Soares de quem discordo, Cunhal com quem não concordei eram (Eram… Sim, eram, Soares já não conta!) de facto políticos com dimensão de estadistas. A vaidade de Sócrates fá-lo sempre dar o passo maior que a perna, até nas comparações.

Quão longe, sobretudo no carácter e na dignidade, está o Pinto daqueles homens com quem se quis comparar.

A vaidade dá cabo dele e acaba com os pobres e os desfavorecidos oferecendo-lhes a fome.

Engenheiro Pinóq.. quero dizer, Pinto

Este homem mente, mente, mente... Mente com todos os dentes que tem na boca.
No debate de hoje, Pinto de Sousa, voltou a socorrer-se da mentira e da calunia para esgrimir a argumentação da oposição, sobretudo a oposição de esquerda.
Tem razão Francisco Louçã quando afirma que já não temos governo e não sabe sequer se temos 1/2 governo.
Na verdade não há governo que resista à empedernida mentira e não sei se chegamos a ter meio governo. No desgoverno em que caiu, tenho impressão que nenhum dos seus membros se safa… Competência é valência que anda arredada do governo. E não é de agora.
Por ultimo não posso deixar de registar as insinuações maliciosas de Pinto de Sousa acerca da actividade profissional do deputado Francisco Louçã:
«- Professor de Economia o senhor e diz isso!?» questionava com falsa indignação o engenheiro Pinto.
Repito o Engenheiro Pinto, questiona a competência profissional de Francisco Louçã. Se não fosse o nosso futuro a estar em causa, era mesmo para rir.

O engenheiro Pinto... francamente!


PS: Registo a indignação de Pinto de Sousa com o Paulo das feiras, por ao felicitar o ministro dos negócios estrangeiros do "êxito" diplomático com a nomeação/eleição para o Concelho de Segurança da ONU ter excluído o dito cujo por omissão. O rapaz ficou indignado... tadinho...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ninguem porá em causa...

"Comigo na Presidência da República nenhum governo porá em causa o Serviço Nacional de Saúde, a Escola Pública, a Segurança Social e o conceito de justa causa” declarou o candidato poeta.
Ainda bem, estas são algumas das razões que me levam a VOTAR  MANUEL ALEGRE nas presidenciais 2011.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

PORQUE ESTAMOS NA FALÊNCIA??????


A lista chedgou-me pelo correio. Com uma ou outra destualização, caso do Vitor (o felizardo agora tem outro nome, mas come da mesma gamela) dá para se entender para onde vai parte do nosso dinheiro.
E têm, estes e outros da mesma laia, o desplante de apelar ao bom senso dos politicos e dos portugueses de um modo geral, como se todos nos estivessemos a encher os bolsos à conta das empresas publicas.
Só há uma solução para isto. NACONALIZAR E MORALIZAR.
  • 420.000,00 € - TAP - administrador - Fernando Pinto
  • 371.000,00 € - CGD - administrador - Faria de Oliveira
  • 365.000,00 € -  PT - administrador - Henrique Granadeiro
  • 250.040,00 € - RTP - administrador - Guilherme Costa
  • 249.448,00 € - Banco Portugal - administrador  - Vítor Constâncio
  • 247.938,00 € - ISP - administrador - Fernando Nogueira
  • 245.552,00 € - CMVM - Presidente - Carlos Tavares
  • 233.857,00 € - ERSE - administrador - Vítor Santos
  • 224.000,00 € - ANA COM - administrador - Amado da Silva
  • 200.200,00 € - CTT - Presidente - Mata da Costa
  • 134.197,00 € - Parpublica - administrador - José Plácido Reis
  • 133.000,00 € - ANA - administrador - Guilhermino Rodrigues
  • 126.686,00 € - ADP - administrador - Pedro Serra
  • 96.507,00 € - Metro Porto - administrador - António Oliveira Fonseca
  • 89.299,00 € - LUSA - administrador - Afonso Camões
  • 69.110,00 € - CP - administrador - Cardoso dos Reis
  • 66.536,00 € - REFER - administrador - Luís Pardal
  • 66.536,00 € - Metro Lisboa - administrador - Joaquim Reis
  • 58.865,00 € - CARRIS - administrador - José Manuel Rodrigues
  • 58.859,00 € - STCP - administrador - Fernanda Meneses
900,00 € = Média de um funcionário público.

Como é obvio eles, os funcionários publicos, é que são os papões. Pois... dá para perceber

domingo, 10 de outubro de 2010