quarta-feira, 23 de março de 2011

Enojam-me!


Andam por ai uns figurões de uma certa esquerda – suposta esquerda, diga-se em abono da verdade – apavorados com um processo eleitoral que possa surgir na sequência da desastrada prestação do PS e do seu líder, enquanto responsáveis pelo governo. Que eu saiba as eleições são o ADN da democracia e é nelas que assenta a legitimidade democrática. Em suma, as eleições são a essência da democracia, sem as quais jamais se pode aferir a vontade popular. É essa vontade que deve nortear toda a acção governativa, sob pena de cairmos em regimes autoritários, anti-democráticos se não mesmo fascizantes. Estranho pois que esses figurões, alguns dos quais ex-presidentes da republica venham à praça deitar as mãos à cabeça e aflitivamente, se quiserem angustiados, bramir e esgrimir argumentos contra a palavra do povo. E não são comedidos nas ameaças e insinuações, até ameaçam, por sugestão, com a banca rota.
Hipócritas, cínicos, manhosos é o que eles são.
Recordo a propósito o quanto se escandalizaram, quando a ex-líder do PSD, sugeriu que se suspendesse a democracia. Escassos meses depois são eles que se apavoram com a continuidade da democracia, mediante um hipotético cenário eleitoral.
Não está em causa a opinião de cada um. É justo e legitimo considerar que se justificam ou não se justificam eleições… Já a questão do custo das eleições, considero-a absurda e contra natura em democracia. Por essa ordem de ideias teríamos que dar razão Salazar, que as não realizava porque caras e desnecessárias, as escolhas fazia-as ele. Já no que confere aos figurões a que me refiro, alguns reclamando o estatuto de pais da nossa democracia, repito esses figurões ditos de esquerda, não revelam princípios nem estão a ser sérios intelectualmente.
Lembro a propósito o exemplo de Ferro Rodrigues, supostamente o ultimo líder de esquerda do PS. Lembram-se quando bateu com a porta, porque o amigo Jorge [Que também é contra as eleições], não deu a palavra ao povo e escolheu Santana para substituir o fugitivo… Lembram-se? Pois, até esse senhor vem agora assustar a populaça com as eleições…
Convenhamos, se até Ferro Rodrigues, que eu julgava um democrata genuíno, se apavora com as eleições, apelando ao “bom senso da oposição”, blá, blá, pardais ao ninho…que há no PS para se reclamar de esquerda?
Com estas atitudes, estes senhores conseguem tirar-me do sério… e dão-me a volta ao estômago… vomito…
Se fosse a Manuela Ferreira Leite, a reclamar contra as eleições… convenhamos, é a lógica da direita mais conservadora e retrógrada; se fosse o Passos… enfim é mais do mesmo travestido de uma certa, mas falaciosa, modernidade. Fazê-lo em nome da esquerda… bardamerda para essa esquerda!

sexta-feira, 11 de março de 2011

Amanhã vou estar lá.

O ideólogo, Aníbal de seu nome, da geração rascaEssa geração que hoje ocupa os lugares cimeiros da economia, da gestão e de uma certa maneira de ver e fazer politica. – veio a terreiro dizer que o interpretaram mal; que fizeram leituras enviesadas do seu discurso de tomada de posse…
Bem me parecia, de facto o homenzinho quando falava da "década perdida" e das "dificuldades da juventude", não se referia à geração que vive enrascada com as politicas que ele iniciou, falava de uma coisa qualquer… Está na moda ser solidário com a juventude à rasca e o homem quis dar uma de moderno…
Quiz também ficar  na fotografia mas saiu-se mal. Aquele discurso, aquelas supostas preocupações soam a falso, são pechisbeque! É plástico e falsidade! É cinismo e hipocrisia.

Para que nos entendamos, ou como diz um amigo meu: “Para a gente não se enganar”, esclareço que geração à rasca, é a actual geração que não encontra rumo nem estabilidade graças à política iniciada pelo senhor que hoje ocupa a presidência e que teve continuidade nos desmandos desses passarões que se têm sentado depois dele no cadeirão de primeiro-ministro, ministros e secretários de estado. Incluindo os incompetentes Durão Barroso e Santana Lopes.
A geração rasca é a de Passos Coelho, de Sérgio Sousa Pinto, de Paulo Portas e outros figurões tipo Sócrates ou moscas-mortas tipo Guterres.

Amanhã vou estar lá.
Vou estar lá cheio de vergonha. Envergonhado com a minha geração.
Quando meu pai faleceu, eu tinha um trabalho que me assegurava estabilidade e condições para viver… temo não conseguir o mesmo para os meus filhos e para a geração que se segue…

Vou estar lá para saudar essa geração – a dos meus filhos – que ousa dizer basta!