quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Ataque ao Serviço Nacional de Saúde

António Arnault não se cansa na denúncia aos atropelos e atentados ao SNS (Serviço Nacional de Saúde), mesmo quando essas malvadezas provêm da sua família política, o PS. Partido de que é um dos fundadores.
Enquanto uns, a troco de favores ou lugares, se calam, António Arnault tem feito soar o seu mais que autorizado grito, denunciando não apenas o desvirtuamento do Estado Social, como as praticas conducentes a esse efeito. Não! Não são todos que se calam, alguns não se intimidam e dizem o que têm a dizer. Vou referir apenas dois nomes, para além do próprio Arnault, Ana Benavente e Ana Gomes, mas outros há que vão falando… Manuel Alegre, por exemplo…
António Arnault é uma voz mais que autorizada, não apenas porque é o “pai”, mas porque lhe remanesce em coragem o que a outros sobra em cobardia. Sim, Arnault já tem uma certa idade, está “velho”, talvez não tenha ambições políticas para satisfazer, enquanto outros têm todo um caminho a percorrer…
Arnault talvez seja hoje, apenas uma reserva da República. Talvez!...
Eu porém acredito numa gesta de homens que se bate por ideais, mais que por carreiras, por muito promissoras que elas possam ser. Que tem convicções, mais que ambições… Por isso retiro o “talvez” e inclino-me perante a perseverança e a dignidade que revela, contrastando com os silêncios comprometidos de muitos dos seus correligionários políticos.
Mas se me é licito opinar, creio que é chegada a hora de fazer saltar a Reserva Republicana. Já chega de pungentes Estados de Alma, precisamos de algo mais. “Isto já lá não vai” com indignações mais ou menos contidas, não sei se “vai à porrada”, se por qualquer outra via!? Não sei…
Para já creio que se impõe não apenas agitar as aguas, é preciso pelo menos “partir a loiça” e se necessário bater com a porta, para não ficar enterrado nos cacos.
Meu caro Arnault, se o PS perdeu toda a razoabilidade, que há nele que o retenha?
Loas à “ética do socialismo” não resolvem o problema concreto das pessoas. As pessoas precisam de pão e, no caso em apreço, precisam de usufruir não da retórica socialista, mas do constitucional direito à saúde.
Como diria a “velha mãe”: «Se é o teu próprio irmão que te faz viver de joelhos, doa a quem doer, faz o que tens a fazer!»

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