sábado, 27 de junho de 2009

Medir o risco...

“ O problema começa quando foi decidido ouvir os trabalhadores, numa iniciativa a que se não mediu o risco”


Esta opinião de Rui Tavares editorialista do “Semmais” (região de Setúbal) a proposito do chumbo do pré-acordo na Auto-Europa, é bem reveladora do pensamento que norteia estes fazedores de opinião, esta gente manhosa que se assenhorou do poder.
O problema afinal de contas foi não terem medido o risco. Filhos da mãe!
A desfaçatez, a falta de carácter, a falta de vergonha destas mentes é bem elucidativa do estado a que chegamos.
Mas não são apenas estes diabretes a cultivar este tipo de raciocínio. A mesma base de pensamento e respeito pelos compromissos e pela democracia, presidiu a decisão de Sócrates de dar o dito por não dito e impedir os portugueses de opinar em matéria tão importante como o chamado “Tratado de Lisboa”.
Foi para não correr riscos que os governantes molestaram a democracia, feriando-a gravemente, impedindo os portugueses de dar a sua opinião sobre a Europa. E depois pedem à malta para votar nas europeias, e acusam quem não votou, como o fez Cavaco Silva, de não terem autoridade para reclamar. Não tem autoridade para reclamar quem não votou? E tem autoridade para governar quem mente com quantos dentes tem na boca? Francamente!!!
Estes escrevinhadores não almejam que este tipo de risco é a essência da democracia, [Ouvir os trabalhadores é algo que não entra naquelas cabeças formatas à neo-libreral.] ouvir o povo é base da relação dos democratas com o povo. Esquecem que em democracia não há riscos, há maiorias que, respeitando as minorias, têm o direito de aplicar decisões sufragadas.
Mas estes escribas também não percebem que o princípio da auscultação dos interessados faz parte do código genético da filosofia política da maioria dos elementos da CT da Auto-Europa, que, contrariamente às correntes maioritárias nos sindicatos, sejam estes afectos à CGTP ou da UGT. Esta corrente defende este princípio a par da adopção do Método de Hondt para as eleições sindicais, como primado para o funcionamento democrático das ORT’s.
Estes escribas no fundo, credibilizam todo e qualquer acordo dos acordos cozinhado entre as cúpulas sindicais e as administrações onde os trabalhadores apenas são informados de factos consumados. Essa não é a política sindical democrática e transformadora que acabará, mais cedo que tarde, de servir de referência para as relações laborais, porque democrática, participada e envolvente.
Eles são democratas tanto quanto, para eles a democracia é um risco calculado e quando estiver em “risco” determinados interesses, até se pode suspender a democracia, as eleições, os referendos e tudo o que possa atrapalhar o negócio.
Que nojo!
Apetece-me plagiar o Zé Mário…
Cabrões.
Filhos da puta. Neo-liberais do caralho que vos foda a todos! Vão fazer opinião para o raio que vos parta a todos!

Tomem fiquem-se com esta prenda!

[Também editado no "Preia-Mar"]

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