quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Cadê o Simplex?

Afinal de contas o Simplex não chegou aos cadernos eleitorais e hoje deparamo-nos com qualquer coisa na ordem de 1 000 000 (Um milhão) de eleitores fantasma que acabam por contribuir para o desvirtuamento da verdade eleitoral.
O distrito de Setúbal e do Porto foram pois penalizados na medida em que cada um deveria eleger mais um deputado em detrimento da Madeira e de Viana do Castelo.
Se o tão badalado Simplex fosse mais que propaganda governamental no parlamento teríamos o PS e o CDS com menos um deputado cada e o BE juntaria ao seu grupo parlamentar Jorge Costa (Setúbal) e Bruno Maia (Porto).
Segundo um estudo referido pela revista Visão de 24 de Setembro, existem quase um milhão de "eleitores fantasma". Esse elevado número de inscritos inexistentes leva a que a abstenção seja inferior à divulgada, mas pode também alterar a composição do parlamento. De acordo com aquele estudo, os círculos do Porto e de Setúbal deveriam ter mais um deputado cada. No caso das eleições legislativas do passado Domingo seriam ambos do Bloco de Esquerda. A revista Visão publicou a 24 de Setembro um artigo, que refere que um estudo dos politólogos José Bourdain e Luís Humberto Teixeira, do Instituto de Ciências Sociais e Políticas de Lisboa, apontam para a existência de cerca de 930.000 eleitores fantasmas. Trata-se de pessoas que já faleceram, mas de que não foi dada baixa nos cadernos eleitorais, de recenseamentos duplicados ou de outras irregularidades. Se o recenseamento estivesse correctamente actualizado, a abstenção teria sido significativamente inferior à oficialmente calculada.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Cinco lições das eleições

Em artigo de opinião publicado no Esquerda.net, Francisco Louçã, coordenador do Bloco de Esquerda, em cinco pontos faz uma interessante leitura das eleições do passado dia 27, onde, recorde-se o BE dobrou o número de deputados, de 8 para 16, superou em 60 000 votos o meio milhão e contribuiu de forma muito clara para retirar a maioria a José Sócrates. Não restam dúvidas de que a contribuição do Bloco para a derrota da maioria absoluta foi decisiva. Sócrates percebeu-o em devido tempo por isso “ninguém ouviu Sócrates, Vieira da Silva ou Teixeira dos Santos atacar em comícios o programa do CDS ou o do PCP, mas certamente toda a gente ouviu-os em todos os comícios atacar o do Bloco.”


Cinco lições das eleições

por Francisco Louçã

Os resultados das eleições parecem claros: uma queda do PS que perde 9% e a maioria absoluta, um colapso do principal partido da direita com uma subida da extrema-direita parlamentar, um reforço extraordinário do Bloco de Esquerda e também, em menor escala, da CDU. Mas estes resultados exigem uma leitura mais detalhada.

Antecipar a reforma

Sua Excelencia o Presidente da Républica falou ao pais.
Falar, até falou, mas nada disse...
Por exemplo porque razão tirou o tapete ao sr Lima?
Francamente...
Depois de mais esta trapalhada, das duvidas e suspeitas que voltou a criar... creio que é chegada a hora de por um travão nisto tudo.
E que tal antecipar a reforma?

Onde Sancho vê moinhos, D. Quixote vê gigantes…

Numa analise às eleições no Portal de Thrasybulos, alguem disserta sobre os resultados e conclui que: “A CDU teve uma vitória curta em termos de resultado eleitoral, porém ninguém pode negar os milhares de votos a mais comparados com o último sufrágio legislativo, a eleição de mais um deputado, além das enormes demonstrações de força popular nos comícios e arruadas feitos por todo o país, mostrando que a CDU é uma força política presente na vida quotidiana do povo e dos trabalhadores portugueses.”

Cada um ilude-se ou deixa-se iludir como muito bem quiser. Onde Sancho Pança vê moinhos, D. Quixote vê gigantes…
Vê moinhos? São Moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!
[Para o caso de não estar sintonizado com os crescimentos partidários regista-se que a CDU cresceu 14 000 votos e ganhou um deputado e o BE obtveve cerca de 200 000 votos, ultrapassou lagamente o meio milhão de votos e dobrou o numero de deputados, passou de 8 para 16.]

Mas a vida continua…
Porem, a coisa pia mais fino, quando o sectarismo e a cegueira politica toldam a mente, condicionando o raciocínio. O mesmo analista no que confere ao Partido que mais subiu em termos absolutos, que dobrou o numero de deputados, que de partido urbano sediado em apenas três cidades alcançou dimensão nacional diz que: “ com o seu discurso social-democrata de fachada socialista, [refere-se ao Bloco de Esquerda] agregando uma imagem new-wave que atrai os mais jovens, conseguiu consolidar-se como força de esquerda.” Para concluir que o Bloco “à medida que se avoluma a sua representação, a social-democracia e o discurso de conciliação de classes está cada vez mais presente e a fachada socialista é uma camada todos os dias mais ténue, até que se torne em mais um companheiro de caminho de PS/PSD/CDS.”

Quando tal acontece, quando não se consegue descortinar e ou vaticinar, nesta votação, nesta consolidação do Bloco de Esquerda mais que um companheiro de route do PS, do PSD e até do CDS, creio que já não estamos perante um simples fenómeno de dor de cotovelo, de corno se quiserem, estamos de facto perante um problema de demência mental de um pobre lunático que se considera iluminado por um qualquer fogo, divino ou não, mas cuja intensidade da chama lhe vai consomindo os neurónios.
Por isso o analista é diferente dos demais e está cada vez mais convicto de que vencerá. Vencerá não sabemos bem o quê… vencerá e isso basta!

Vencerá hoje, amanhã, daqui a 2 anos, 20 anos ou daqui a 2 séculos.

Enquanto a nossa revolta incidir sobre a autoflagelação...

Mais um – e já lá vão 24 nos últimos 18 meses – trabalhador da France Telecom, de 51 anos e pai de dois filhos, acabou com a própria vida.
Em carta deixada a família disse que a sua acção (suicídio) tinha como causa o contexto profissional e o sofrimento que a reestruturação da empresa tem provocado nos trabalhadores abrangidos, mais de cem mil segundo os sindicatos.

***

Enquanto a nossa revolta incidir sobre a autoflagelação, podem esses filhos da puta dos neoliberais dormir sossegados…
Porem há sempre um dia.
Um dia em que os desprotegidos da sorte, os deserdados, as vitimas das reestruturações, da ganância desenfreada, do lucro a qualquer custo, da usura, do caralho das reestruturações filhas da puta que nos fode a todos, virão por ai… e então não haverá nada que (n)os trave. Nada!
Mas, o que me constrange é que, muito provavelmente os prevaricadores podem ficar incólumes.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Flor da "carqueja"


O novo grupo parlamentar (do BE)


Objectivos

A imprensa – alguma imprensa – ávida de casos uma, outra empenhada em reduzir ou denegrir vitorias, mediante expedientes de trazer por casa, não se cansa de empolar o facto de, ao contrario do que indicavam as sondagens, o Bloco não ter afirmado como a terceira força politica do nosso espectro partidário.
O Bloco nunca traçou esse patamar como objectivo. Não significa que o não desejasse, mas a verdade é que não traçou esse cenário como propósito. Tal resulta apenas da especulação jornalista. De qualquer forma os resultados indicam que estava perfeitamente ao seu alcance.
A margem que nos separa do CDS é apenas de 0,6%, ou seja pouco mais de 30 000 votos. Votos que valeram perto de mais cinco ou seis deputados para o CDS.
A verdade repito é que os objectivos traçados pelo Bloco foram todos alcançados. Todos!
O que eu acho extraordinário [Não, extraordinário não é a vitoria de Sócrates, essa é de Pirro.] é que alguém possa tentar diminuir a vitória do BE, quando este partido dobrou o número de deputados e obteve a maior subida em termos percentuais e até em números absolutos de votos. No que confere ao ranking político até se posicionou um nível acima daquele que ocupava. É extraordinário!
Como extraordinário é, considerar que os resultados do líder da direita mais radical e conservadora do nosso espectro político parlamentar, Paulo Portas, se deve não ao demérito do seu parceiro ideológico, Manuela Ferreira Leite, mas a virtudes suas.
Virtudes têm, certamente… nomeadamente a que lhe permite esquecer objectivos que à escassos quatro anos determinaram a sua demissão de líder do CDS. Em Fevereiro de 2005 Paulo Portas deixou liderança do CDS no rescaldo da noite eleitoral e entre outros argumentos considerou também como derrota politica e um motivo para a sua demissão o resultado obtido pelo Bloco de Esquerda, argumentando que em "nenhum país civilizado do mundo a diferença entre os trotskistas e democratas-cristãos é de um por cento". Agora, em 2009 o voto popular colocou o Bloco a escassos 0,6%.
...

Quando o Bloco deixa de ser novidade e incomoda de verdade os poderes instituídos

Ao contrário do que dizem certos detractores do Bloco, a subida eleitoral deste partido é feita a pulso, palmo a palmo, passo a passo… Com verdade, com coerência, com seriedade, com modernidade e com a inabalável convicção ideológica de que o socialismo configura o sistema politico mais justo e mais capaz de, com respeito pelas diferenças, a todos dar as mesmas oportunidades.
Certa gente, que lida muito mal com a caminhada do Bloco, acusa-o de ser levado ao colo pela imprensa. Na verdade esses comentários e observações mais não são que a assumpção de uma imensa dor de cotovelo. No fundo trata-se de desculpas de mau pagador ou vãs tentativas de esconder as suas próprias fragilidades.
É injusta a acusação de que a imprensa traz o Bloco ao colo. Enquanto o BE foi novidade e sobretudo quando, quase que em regime de exclusividade, defensor de temas fracturantes, não escondo que a curiosidade da imprensa pode ter-lhe dado algum destaque. [Pode, não significa que o tenha feito.] Mas, mesmo que o tivesse feito, o mérito cabe por inteiro ao Bloco que soube construir a sua agenda de forma a conquistar esse destaque, ou se quiserem, houve demérito de quem não foi capaz de ganhar a atenção dos “media”. Mas a verdade é que, hoje, particularmente quando a força do Bloco começa a poder influenciar a governação, a determinar politicas a imprensa, fala pela “voz do dono” e o Bloco passa a fazer parte da lista negra.
Basta para tanto ler “O Expresso”, “O Público”, o “Sol”, o “Correio da Manhã ou o “oficioso” Diário de Noticias. Por omissão ou pela mentira a imprensa mas sobretudo o “Expresso” e o “Público” tudo fazem para ignorar ou denegrir o Bloco. Por vezes, talvez adivinhando, ou desejando, uma suposta fragilidade do PCP, eles que tão maltrataram Jerónimo quando este assumiu a liderança do Partido Comunista, hoje desdobram-se em elogios ao mesmo.
Não, não se trata de inveja, é constatação. No fundo “eles” não querem proteger ou valorizar o PCP, na verdade trata-se de apoiar um, quiçá adversário, diria um putativo inimigo do Bloco, para atingir este, como antes poderão ter feito o contrário “acarinhando” o Bloco para atingir o PCP.
Espero que as intervenções de um e de outro (Louçã e Jerónimo) ontem à noite identificando com clareza os seus adversários, não seja uma mera operação de cosmética, cortesia quiçá, e possa fazer escola para que finalmente possamos coexistir nas associações sindicais e populares em defesa dos direitos dos mais desfavorecidos que são os trabalhadores deste país.
È apenas um desejo, em boa verdade creio que esse tempo ainda não chegou.
Quanto à imprensa... pois a voz do dono!


Resultados [Legislativas 2009]


Uma extraordinária vitória eleitoral

“O PS teve esta noite uma extraordinária vitória eleitoral” disse José Sócrates. Passou de 120 para 96 deputados, eventualmente para 98 e dos 45% de votos que detinha passou para 36,6%, acrescento eu. Extraordinário!

Objectivos atinjidos:

Socrates não tem maioria absoluta, o Bloco dobra o numero de deputados e ultrapassa o meio milhão de votos (557 109 portugueses confiaram o seu voto ao Bloco de Esquerda).

Deputados eleitos pelo Bloco de Esquerda
  • Aveiro
    Pedro Filipe Gomes Soares
  • Braga
    Pedro Manuel Bastos Rodrigues Soares
  • Coimbra
    José Manuel M. da Silva Pureza
  • Faro
    Maria Cecília V.Duarte Honório
  • Leiria
    Heitor Nuno P. S. Castro
  • Lisboa
    Francisco Anacleto Louçã,
    Ana Isabel Drago Lobato,
    Luís Emídio Lopes M.Fazenda,
    Helena Maria Moura Pinto e
    Rita Maria Oliveira Calvário
  • Porto
    João Pedro Furtado da Cunha Semedo,
    José Borges de Araújo de Moura Soeiro e
    Catarina Soares Martins
  • Santarém
    José Guilherme Figueiredo Nobre de Gusmão
  • Setúbal
    Fernando José Mendes Rosa e
    Mariana Rosa Aiveca Ferreira

domingo, 27 de setembro de 2009

Medronho


E hoje vamos decidir se o futuro é risonho ou... medonho.

Mente brilhante!

Vasco Pulido Valente, uma mente brilhante escreveu n"O Público" de hoje: «Os cem anos da república (que se comemoram a 5 de Outubro) são também os cem anos do fim da monarquia.»
.
Brilhante! Mas como é que eu ainda não tinha pensado nisso? Como?

Desconforto

Eu, que sou associado da DECO – Uma Associação de Consumidores, dita de referência. – fui surpreendido e senti um grande desconforto com a publicidade do Jumbo dando nota que uma “Associação de Consumidores Credível”, considera o JUMBO de Setúbal como “o mais barato do país.”
.
Provavelmente são pruridos… mas que causa desconforto ver um estudo da DECO a servir de suporte publicitário a uma "Catedral do Consumo, ai isso causa!

sábado, 26 de setembro de 2009

Miguel Portas interrompe a reflexão para...

«Interrompo a reflexão para desmentir uma notícia que acabo de ler no Expresso: que a campanha europeia tinha custado ao BE 1 milhão e 48 mil euros. Não é verdade. Apresentámos orçamento de 725 mil e fizemos 524 mil euros de despesas.
Em função dos votos obtidos teríamos direito a 580 mil euros de subvenção. Porque poupámos no máximo, receberemos 510 mil. Isto, sim, são contas certas.
Estou cansado de truques... »


(in Facebook)

TER OU NÃO TER “DR"

O biólogo amador Noémio de Sousa é um velho amigo que conheci nos tempos em que me envolvi na APEESG (Associação de Pais da Sebastião da Gama em Setúbal) e simultaneamente é pai de um dos melhores amigos dos meus filhos, o Ricardo Sousa.

Vemo-nos, ou vamo-nos vendo por ai…

O assunto da nossa conversa, quando nos encontramos é, depois de uma ou outra inquietação sobre o futuro dos rapazes, as rãs.

O Noémio de Sousa, para além de criar exemplares vários deste anfíbio, é uma verdadeira autoridade, diria enciclopédia, sobre a matéria. Dá gosto ouvi-lo dissertar sobre esta sua paixão. Aquele empenho só pode ser movido com fogo, com a energia da paixão.

Hoje encontramo-nos de manhã, e depois de me questionar sobre a viagem dos rapazes, chegaram ontem da Hungria, alvitrou uma preocupação com o futuro do Ricardo Sousa e de imediato entramos no tema das rãs.

Disse-me ele, "vou enviar-lhe um artigo que escrevi, a propósito de uma rã exótica que terá aparecido na ribeira de Oeiras, mas que eu conheço e crio vai para mais de cinquenta anos… "

O meu amigo Marques Sousa estava visivelmente irritado, com o desprezo e o silêncio asfixiante a que o texto foi votado pelas diversas entidades a que foi remetido.

E tem razão, muita razão!

Outros já teriam desistido. Ele não!

A perseverança e a paixão não o deixam. Ora leiam o que ele escreveu.

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TER OU NÃO TER “DR”; ainda sobre o aparecimento da rã exótica, Xenopus laevis, nas ribeiras de Oeiras.



Não haverá ninguém no mundo que goste tanto dos anfíbios da Família Pipidae (à qual pertence a rã acima mencionada), sob todos os aspectos, como o autor desta breve nota. E, no entanto, reconheço que deve ser erradicada da nossa própria fauna. No caso, terìa sido introduzida por um Instituto das proximidades - por negligência? Ainda contactei o Instituto responsável pelo programa de erradicação deste anfíbio, para tentar ajudar, oferecendo a minha experiência e os contactos com alguns dos melhores especialistas europeus; a resposta foi que também o mesmo Instituto estava em contacto com especialistas portugueses. Pois!.... Viu-se/vê-se o resultado! Como não tenho o DR., não terei qualquer crédito. Será?




Tenho, efectivamente, muitos e bons conhecimentos sobre o comportamento deste Anuro, adquiridos no seu habitat natural, na República da África do Sul e em Moçambique, com inúmeras observações sob as condições climáticas mais díspares que possam existir, como trovoadas nocturnas e diurnas, épocas seca e húmida, média e alta montanha, em pequenos ribeiros, lagos, lagoas, etc...! Muitas vezes nadava, à noite, em pequenos charcos de água, com o auxilio de uma lanterna, modificada por mim, para poder observar a espectacular vida nocturna aquática, onde estava inserida esta rã. Quem corre por gosto...




Ao longo destes últimos tempos houve bastantes pessoas, ecologistas, biólogos, amigos, vulgares homens de Linnaeus, professores, etc., que, sabendo dos meus conhecimentos sobre as várias espécies de Xenopus (e outras da mesma família) telefonaram-me e enviaram-me mensagens nada abonatórias para quem tutela o Ambiente e a Natureza em Portugal. Inquiriram-me sobre o trabalho oficial de laboratório para o controlo da Xenopus nas ribeiras, acordados entre uma Faculdade de Lisboa e o tal Instituto oficial. Obviamente que nunca estive envolvido com gente tão importante - até porque não tenho DR. - e, após ter-lhes explicado isso mesmo, pressionaram-me para dar a minha opinião e, de certa maneira, tentar parar(!) a recolha deste vertebrado intruso, efectuada por caçadores furtivos, que ainda vai acontecendo todos os dias. Esta caça estimulou-me a vontade de escrever estas palavras.




Para que conste, a pedido de um responsável académico, cuja equipa descobriu a rã exótica (cujo nome nem sequer foi referido no artigo que correu mundo, lamentavelmente!) incitou-me a divulgar este caso. Também me desloquei a Lisboa, junto de uma instituição oficial, para classificar a Xenopus (pelo padrão dorsal poderia resultante do cruzamento da X.laevis x X.victorianus, ambas com 36 cromossomas cada)*, o que sucedeu. Eu, como pessoa responsável e outras pessoas conhecedores do que se passava, guardámos “segredo” durante um período alargado de tempo mas, alguns meses depois fui surpreendido com um E-mail da SIC do programa “Terra Alerta”, para tentar classificar aquele vertebrado via fotografia, o que aconteceu (claro!, eu já o tinha feito!). Depois, efectuaram reportagens na RTP1 e na SIC, apostando numa imagem apelativa do anfíbio, em poses engraçadas pró sentimentais, que foram prontamente estimulantes da captura por particulares, movidos pelo desejo de possuir mais um motivo egoista de adoração. Desde então, nas ribeiras do concelho de Oeiras, ainda continua o saque, diariamente. Basta consultar a net para comprová-lo.




E não serviu de nada o exemplo do acontecido há uns anos(1996?) nos Açôres, quando a RTP do arquipélago mostrou as imagens do lagostim (Procambarus clarkki), introduzido na ilha de S.Miguel! Logo, foram muitos os particulares caçadores após o visionamento na TV. Não se aprende com os erros?




Segundo veio a público, o Instituto governamental encarregue da eliminação (!) do Anuro intruso não tinha (e já tem?) verba, para fazer face ao combate da expansão desta espécie de rã exótica. Isto não é crime, diga-se, mas não deixa de ser lamentável que, numa situação tão grave, não se recorresse a quem sabe, sobretudo quando havia pessoas auto-disponibilizadas! Será que os responsáveis tinham / têm ainda noção da gravidade deste caso? Ou estiveram mais interessados em continuar o empolamento da questão, para expor a mediatização das culpas dos que provocaram este incidente? Em Portugal, as pessoas escudam-se nos seus centros de Poder, investindo mais na afirmação das suas vontades particulares de privilégios institucionais, do que no conjugar de cooperações, para melhorar os conhecimentos e promover a sabedoria colectiva do nosso Povo! Há um desejo mórbido, entre alguns académicos, de se destacarem dos outros, para promoção do nome e do orgulho pessoal, porque nada sabem do objectivo último da Vida, no plano da continuidade do Universo, onde somos um grão perdido, facilmente dispensável, tanto mais porque apostámos na nossa inviabilidade civilizacional, à custa dos comportamentos anti-sociais, derivados das manias dos elitismos!




Será que os responsáveis (?!) sabem com o que estão a “lidar”, no plano do desenvolvimento da nossa sociedade e no plano da preservação ambiental global? Certamente que não!




Senão, vejamos:




Xenopus laevis laevis,(Daudin 1802) – Família Pipidae, englobante de anfíbios, caracterizados por falta de língua; esta rã é oriunda da África Austral







  • introduzida na Europa, região Deux-Sèvres (França) e na Sicília (Itália) e, provavelmente, já eliminada de alguns canais na Holanda;



  • longevidade de mais de vinte anos;



  • a quantidade de ovos postos pelas fêmeas varia conforme a idade e saúde do espécime, mas são quase sempre da ordem dos milhares; os girinos são muito difíceis de depredar em águas abertas - lagos e charcos perenes-; salienta-se que no artigo “X.laevis, a new exotic amphibian in Portugal” que tem corrido mundo, é referido a certo ponto “...production of egg masses...” . Gostaría de saber qual o significado em português, mas como não sou dr....; a minha observação prática mostrou-me o verdadeiro sentido deste tipo de posturas!



  • sobrevive normalmente em água salobra (25% a 30% de água doce; 75% a 70% de água salgada) mas não se reproduz aí;



  • quando chove, é estimulada a emigrar, conduzida por fios de água; em terra, locomove-se desajeitada mas rapidamente;



  • no caso de se expandir em Portugal, não haverão depredadores dos adultos, nem sequer a cobra-de-água (Natrix maura), que apresenta baixa elasticidade bucal:



  • transporta consigo o conhecido Chytrid fungus, que provoca a Chytridiomycosis, eventualmente letal para a nossa fauna, conforme é universalmente reconhecido. De referir que este fungo tem-se propagado em climas sub-tropicais e tropicais, por enquanto, dada alguma contenção dos climas, embora afectados pelas alterações climáticas locais e regionais!



  • estiva, cavando um buraco na vertical, em terreno argiloso, de preferência; eventualmente, poderá vir a acontecer em Portugal, sem quaisquer surpresas;



  • são oportunistas e comem quase tudo o que vive; são um gravíssimo perigo para qualquer fauna autóctone, a qual sofrerá um grande impacto na sua dinâmica populacional. A despeito da sua alimentação principal ser insectívora (disposição dos olhos), tem um faro apuradíssimo, não abdicando de devorar carne de animais terrestres ou aquáticos, recém-mortos, que rasga facilmente com as suas poderosas unhas. Como exemplo, dou o meu testemunho (não está referido em qualquer compêndio!) de ter visto algumas Xenopus, que se alimentavam no interior de um pequeno crocodilo morto (Moçambique) e que entravam e saíam do cadáver, através de um grande buraco no abdómen, provavelmente provocado por outro crocodilo; canibalizam os próprios girinos e juvenis;



  • obviamente que, durante a investigação em Oeiras, não se encontraram girinos da rã nas ribeiras (há justificação para isso), porque a corrente existente não deixava quaisquer possibilidades dos mesmos girinos sobreviverem sem o phytoplankton de que se alimentam, como filtradores que são; se me tivessem contactado, eu tería dado uma resposta pronta, em vez de perderem tanto tempo em consultas algures, quando há em Portugal quem saiba... Não tenho o dr. e não ficaría muito bem, um biólogo amador prover ensinamentos a alguns académicos!



  • os girinos suportam a temperatura da água entre os +- 10ºC e os +-30ºC, enquanto os adultos toleram dos 1ºC aos 45ºC . Tive oportunidade de observar adultos vivos sob gelo!!! Fantástico!


Confesso que, se não tivessem havido as reportagens televisivas ( o eterno dilema 'direito de informar, indubitavelmente contra o direito de privacidade e preservação!), havería uma ténue possibilidade de, pelo menos, reduzir drasticamente as Xenopus nas ribeiras de Oeiras, com métodos que não revelo neste artigo, propositadamente (participei, na África do Sul, na erradicação da rã num ribeiro particular). Neste momento e por causa da sua caça, haverá muita gente com estes Anfíbios em aquários privados, como animais de estimação, o que poderá ser uma via de dispersão da espécie mais tarde...! É pena; há que, pelo menos, apelar para que não se desfaçam das rãs em qualquer ponto de água, como já verifiquei fazerem com outros animais (Trachemys scripta elegans). Entreguem-nos nas instituições governamentais ou Associações Ambientais, por favor!



Como ambientalista, a minha preocupação principal não será a da transmissão do fungo (não está provado que tal aconteça em climas como o nosso, ainda...), mas sim a da depredação que a Xenopus poderá infligir à nossa fauna -que será terrível!




Acrescento que o conteúdo deste artigo não é contra ninguém, mas sim contra as mentalidades bacocas e retrógradas! Nada me move contra o que quer e quem quer que seja mas, meus senhores!, o conhecimento não é exclusivo de Profs. e Biólogos profissionais! Neste caso, é de bradar aos céus a colocação de interesses institucionais à frente dos interesses primários da Vida! Tenho a plena consciência de que não sou licenciado efectivamente mas, apesar disso, sinto-me orgulhoso porque académicos estrangeiros me procuram para preencher as suas lacunas cognitivas de campo, precisamente no domínio de alguns aspectos da a etologia das Xenopus. Porque será?




Aproveito para agradecer ao Dr. J.Barros pela revisão do artigo e a todos aqueles que acreditam em mim, bem como a quem queira vir a publicar este “ARTIGO INCOVENIENTE”.




TER OU NÃO TER DR é efectivamente a questão!




(* como não tive acesso a qualquer resultado de exame laboratorial, não posso garantir, só pela observação do padrão dorsal -segundo Catherine Vigny- se eram ou não resultado do cruzamento de X.laevis e X.victorianus)




Noémio António Marques de Sousa,
Biólogo Amador

Doa a quem doer!

E pronto... cá estamos em dia de reflexão, com muita ponderação.

Atenção! Reflexão não conjuga com distracção.

Por isso não te distraias, não te deixes enganar com manobras de última hora.

E amanhã, se é o teu próprio partido que te fez andar de joelhos, faz o que tens a fazer, doa a quem doer!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Projecção de deputados no novo parlamento (Visão)

PS 94 deputados
PSD 85 deputados
BE 21 deputados
CDU 15 deputados
CDS 15 deputados

Sondagem Correio da Manhã

PS 38,8%
PSD 29,1%
BE 10,0 %
CDU 8,4%
CDS 8,6%

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Uma vergonha. Acordem, porra!

Estava a começar a fazer um registo sobre a matéria quando tomei conhecimento deste post do "in-coerencias".
Com a devida referêcia aqui fica o registo em causa.
«José Lello e António Braga, dirigente do PS e Secretário de Estado das Comunidades, são acusados de terem oferecido lugares na administração das empresas Vivo e das Águas de Portugal, a operarem no Brasil, ao empresário Licínio Santos, empresário brasileiro envolvido num processo de corrupção conhecido pela Máfia dos Bingos, em troca de financiamento ao Partido Socialista. A denúncia parte de um outro membro do PS, candidato às legislativas de 2005 pelo circulo fora da Europa, Aníbal Araújo.
PS e PSD estão demasiado envolvidos em negócios sujos sendo que num e noutro caso com uma aparente conivência das direcções partidárias. Sinto-me enojado. Não por isto acontecer. Começamos a estar habituados. Mas pela condescendência deste povo com estas indecências. Uma vergonha. Acordem, porra! »

Sondagem Intercampus para a TVI/Rádio Clube Português,


Sondagens (Univ. Católica)




Poch, un piloto de los "vuelos de la muerte"


Uma das mais sanguinárias ditaduras latino-americanas vigorou entre 1976 e 1983 na Argentina. Era seu chefe o general Videla, um fascista tinhoso.
Esta ditadura distinguiu-se em requintes de malvadez no desaparecimento de opositores. Socorreu-se entre outras crueldades dos chamados “voos da morte”.
Os “voos da morte” consistiam em voos sobre os mares de onde largavam os prisioneiros.
Ontem em Espanha foi preso Júlio Alberto Poch, piloto da companhia aérea holandesa Transavia, suspeito de ser um desses pilotos da morte.
Uma boa noticia, a ferida ainda assim, continua a sangrar…

Deus que descalce a bota

Um democrata-cristão de Moura, por sinal candidato pela lista do CDS ao Município de Moura foi apanhado com “a boca na botija”, que no caso corresponde a “mão na palha”. Ao que parece roubar é um acto normal, tanto que, como diz Sílvia Ramos, numero um da lista democrata-cristão, “aquele que nunca pecou que atire a primeira pedra”. Deus, se não estivesse tão distraído, não diria melhor.
Para todos os efeitos a líder centrista já decidiu, disse ela:

"A minha decisão é simples. Somos democratas-cristãos e está explícito na Bíblia que quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Não é por meia dúzia de fardos velhos que vamos tirar a pessoa da lista, neste momento. Cabe à Justiça e a Deus julgarem o acto

Sondagem Marktest para a TSF e Diário Económico

PS 40.0%
PSD 31.6%
BE 9.0 %
CDU 7.2%
CDS 7.2%

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Às vezes governa-se melhor sem uma maioria absoluta

(...)
DN - E acredita que há hipótese de entendimento entre o PS de Sócrates e o Bloco de Louçã?

MA - Não é só entre eles, o diálogo tem de ser entre toda a esquerda. É preciso não esquecer que existe o PCP, que é o Partido Comunista mais forte da Europa com a votação que tem. É uma força experiente e, ao mesmo tempo, difícil, porque tem os seus princípios. Não será por acaso que sobreviveu (deve-se a Álvaro Cunhal por num determinado momento ter preservado esses princípios), mas o PCP quando chega a um acordo cumpre-o. Não é só com o BE que tem de haver um diálogo, é entre todos. E não é com o intuito de se fazer uma coligação, porque não a vejo possível. Nem o PS quer, nem o BE o quer, nem o PCP! Certo é que vai ter de haver um Governo e, pela experiência que tenho e pelo que já vivi, alguns dos melhores governos que houve neste país foram minoritários, porque os obrigava a uma concertação e a uma humildade. Mesmo no período mais quente da política pós-25 de Abril houve orçamentos que passaram com a abstenção do PCP. Às vezes, governa-se melhor sem uma maioria absoluta.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Jerónimo de Sousa esteve ontem nos “Gato Fedorento”.


Dos cinco líderes partidários que por lá passaram a minha estima e consideração vai direitinha, por óbvias, mas também merecidas, razões para Francisco Louçã. Porem sou obrigado a abrir uma excepção e inclinar-me perante a genuidade, bonomia, simpatia, empatia, sentido de humor e sobretudo pela dimensão humana do actual líder do PCP.
Jerónimo pode ser um comunista ortodoxo, um sindicalista sectário, pode ser tudo o que se quiser mas a verdade é que ali, perante Ricardo Araújo Pereira esteve um homem, simples é certo, mas verdadeiro. Mais, estou convencido que aquele é o verdadeiro Jerónimo.
Gostei!

Haja alguém que lhe ponha travões

Paulo Rangel começa a tornar-se chato, pior… aborrecido. As vezes parece um puto empertigado e até mal educado.
Ganhou, sem saber ler nem escrever as eleições europeias. Ganhou, é bom que se diga, mais por demérito do adversário que por mérito próprio. Mas a verdade é que desde então os tiques de menino mimado, birrento até, não o têm largado. Hoje, depois de Cavaco ter tirado o tapete ao PSD, ao demitir o seu assessor de imprensa, o rapaz continua todo empertigado a acusar outros daquilo que todos já à muito perceberam que se tratou de uma inventona.
Francamente, haja alguém que lhe ponha travões, o moço está a tornar-se impertinente.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Soltem-se as feras!!!

A entrevista da Antena 1 parece não ter corrido bem a Sócrates. Nela exibiu o animal feroz que diz ser, ou dito por mim: um ser arrogante, provocador, controlador; que procura amaciar agora, como tem sido bem patente nas últimas aparições nas televisões

Caiu um "Homem do Presidente".


Na sequência do processo das escutas, Cavaco Silva, afastou hoje Fernando Lima do cargo de responsável pela assessoria para a Comunicação social.
Demorou a reagir, mas reagiu. A fonte anónima como, em devido tempo bem denunciou Francisco Louçã, era Fernando Lima.
E se o PS, Sócrates em particular, seguisse o exemplo e pusesse os patins ao procurador Lopes da Mota, tendo em conta o processo Freeport e as pressões sobre os magistrados que investigam o caso.
Calhando não era mal esgalhado…
Mas este PS tem em boa conta os amigos e não os abandona de qualquer maneira.
E como não os abandona, temos que ser nós a correr com eles.
Dia 27 vamos calçar os patins ao Pinto de Sousa, retirando-lhe a maioria absoluta, para pormos isto um pouquinho mais na ordem.

Os cães ladram, a caravana passa.

A retórica socialista é interessante, tão depressa reclamam a assumpção de responsabilidades governativas por parte do Bloco, nomeadamente através de uma coligação com o PS, como desancam naquele partido como “malho na eira”.
Soares, que não representa este PS, já fez a defesa pública desta solução, como antes o tinham feito outras figuras do PS. O próprio Sócrates não afasta essa possibilidade, contudo quando se trata de dar porrada o PS manda a etiqueta as malvas e pimba lá vai disto.
Agora ganem que nem “canitos esfaimados” contra as propostas de nacionalizações do Bloco, no entanto Sócrates não teve pruridos de nenhuma espécie em nacionalizar os prejuízos da gestão danosa e ruinosa da banca.
Francamente é preciso não ter nenhuma vergonha para de manhã morder as canelas e à noite estarem prontinhos para a volúpia na cama da governação.
Desenganem-se, não se trata de uma qualquer pureza original ou de preservação da virgindade… Nada disso! No Bloco já mandamos “isso” as malvas há muito tempo. Porem temos princípios e sobretudo palavra. No Bloco sempre honramos a palavra dada, coisa que parece não ser muito apreciada por uma certa esperteza saloia que por ai anda armada em comentadora, muito habituada, por vezes, comendo na mesma gamela dos figurões do PS, do PSD e do lavrador Portas - Escrevi Lavrador não confundir com Labrador (Retriever) – que não se cansa de colocar essa hipotética participação do BE num governo com este PS, isto de por mais de uma vez, dezenas, diria centenas de vezes ter sido desmentido pelo Bloco.
De facto viver no pantanal estreita a visão, não permite almejar para lá dele. Tudo o que os cerca é lama. Lama e porcaria…
Meus senhores, o Bloco quer ser governo, quando o povo, os eleitores, as cidadãs e os cidadãos lhe derem força para tal, até lá discutirá e aprovara ou rejeitará medida a medida, proposta a proposta.
É simples de mais para as mentes cheias de farelos, pois!
Repeti-me seremos governo quando os eleitores quiserem… confiando-nos o voto, um forte voto!


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sondagem (Hoje) SIC/Expresso/RR

PS 34.9% 88 a 96 deputados
PSD 32.5% 80 a 87 deputados
BE 9.6% 18 a 20 deputados
CDU 8.4% 15 deputados
CDS 8.4% 15 a 17 deputados

SONDAGEM TVI (Hoje)

PS 32,9%
PSD 29,7%
BE 12,0%
CDU 9,2%
CDS 7,0%.

Sondagem (de hoje) Correio da Manhã

PS: 36.1%
PSD: 29.7%
BE: 10.0%
CDU: 7,5%
CDS: 7.6%

Carmelinda a incansável

Carmelinda Pereira, ex-deputada socialista na constituinte, desde sempre líder do POUS (Partido Operário de Unidade Socialista) que fundou com Aires Rodrigues, quando ambos abandonaram nos anos 70 o PS, lembra-me aquelas pobres mulheres que mesmo depois de enjeitadas, preteridas pelos seus homens, em favor de outras, ou aquelas que vitimas da violência domestica, na hora da decisão estão sempre prontas a desculpar, a perdoar a infidelidade e, ou a brutalidade em nome de uma inexplicável paixão, quiçá de amor num só sentido.
Desde sempre defensora de um governo de aliança entre o PS e o PCP, Carmelinda compõe agora o ramalhete acrescentando o Bloco ao putativo governo da esquerda. Diz ela: “Não queremos (Não quer o POUS e não quer a Carmelinda) que o PS perca as eleições (...) pois corremos o risco de ter um governo de direita.
Mas… era socialista o governo de Sócrates?

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

CGTP


Sondagem (de Hoje) Universidade Católica (RTP/ANTENA 1/D.NOTICIAS)

PS 38%
PSD 32%
BE 12%
CDU 7%
CDS 7%

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Tempo de antena

Sondagem da Eurosondagem para o Expresso

PS: 33,6%
PSD: 32,5
BE: 9,6%
CDU: 9,4%
CDS: 8,0%

Sondagem da Marktest para a TSF e Diário Económico

PS: 35,3%
PSD: 32,4%
BE: 16,2%
CDU: 6,9%
CDS: 5,2%

Setubal, dia do Bocage (15 de Setembro)




Liberdade


Liberdade onde estás? Quem te demora?

Quem faz que o teu influxo em nós não caia

Porque (triste de mim!), porque não raia

Já na esfera de Lísia a tua aurora?


Da santa redenção é vinda a Hora

A esta parte do mundo, que desmaia.

Oh!,venha... Oh!, venha e trémulo descaia

Despotismo feroz, que nos devora!


Eia! Acode ao mortal que, frio e mudo,

Oculta o pátrio amor, torce a vontade,

E em fingir, por temor, empenha estudo.


Movam nossos grilhões tua piedade;

Nosso númen tu és, e glória ,e tudo,

Mãe do génio e prazer, ó Liberdade!


Bocage

Eu também lá estive

Lisboa, Pavilhão Atlântico – Sala Tejo -13 de Setembro de 2009


Eu estive lá, e a minha prole também!


COMISSÃO DE TRABALHADORES DA PT DENUNCIOU:

Executivos receberam mais de seis milhões de euros em prémios num ano em que os trabalhadores da PT, ou levaram aumento zero ou se ficaram por uns míseros tostões de aumento.
Francisco Gonçalves, líder da CT fez a denúncia. Ao fazê-lo correu riscos. Riscos no que confere a prossecução da sua actividade enquanto líder daquela ORT de que, embora eleito em lista diferente já fiz parte, visto que a liderança da PT não vê com bons olhos intromissões na sua área. Não vacilou e, certamente medindo as consequências, veio à praça fazer o que lhe competia, denunciar a hipocrisia da administração que em nome da contenção de custos inviabilizou aumentos, contudo entre si arrebatou mais de seis milhões.
É por estas e por outras que, apesar das divergências, não podemos deixar de incentivar e apoiar as nossas ORT’s.
No caso presente, para alem do apoio e incentivo à CT e a todos os seus membros, (incluindo aqueles "que me trairam") o meu abraço muito especial para o Francisco Gonçalves com quem muitas vezes estive e muito provavelmente continuarei a estar em desacordo, pela coragem da denuncia.

Leia aqui, aqui, aqui e ali o que se escreveu e disse sobre a escandalosa admissão de prémios chorudos aos administradores da PT.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

France Telecom - Mãos sujas de sangue

de "O Cantigueiro"


22 suicídios em 18 meses, e mais algumas tentativas, sendo que uma dessas tentativas de suicídio ocorreu mesmo durante uma reunião de trabalho. É este o triste balanço do estado de descontrolo e desespero a que a cegueira da flexibilidade, mobilidade e demais crimes normalmente associados ao que o capitalismo selvagem chama reestruturações, está a levar os trabalhadores da gigante France Telecom. É a consequência visível do tipo de gestão demente, centrada no lucro a qualquer preço e no jogo e especulação bolsista, que se instalou na maioria das grandes empresas, onde os trabalhadores não passam de "activos", tratados com a mesma frieza (por vezes mais) com que se tratam todos os outros números e indicativos.

[Continua]

Nota: Como se percebe o post completo é propriedade de "O CANTIGUEIRO"

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 de Setembro, 36 anos depois.



Em 11 de Setembro de 1973, Augusto Pinochet, um criminoso fascista que a humanidade para seu próprio bem, jamais poderá esquecer, derrubou pela força das armas a primeira experiencia de Unidade Popular (Socialismo pela via eleitoral) na América Latina.
A besta fascista que derrubou o governo socialista de Salvador Allende, no auge da guerra-fria recebeu às claras ou pela calada o apoio norte-americano e até, pelo silêncio das democracias europeias, a complacência dos europeus.

A violência que se seguiu ao golpe de 11 de Setembro, eliminou ou fez desaparecer milhares de adversários políticos, jamais poderá ser esquecida, no mínimo como tributo a memória dos muitos que sofreram no corpo e na alma o ímpeto fascista.

Hoje 36 anos depois inclino-me perante a memória dos revolucionários chilenos, do povo mártir dos Andes, lembrando a coragem de Salvador Allende que recusou a rendição tombando na resistência ao golpe, recordando as palavras magicas daquela “revolução”:
O POVO UNIDO JAMAIS SERÁ VENCIDO!
VENCEREMOS, VECEREMOS!

[Allende, ao centro, resistindo ao golpe no qual pereceu]

Sondagem da Universidade Católica para o DN, JN, RTP e Antena 1

PS 37%

PSD 35%

BE 11%

CDU 8%

CDS 6%

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Agostinho Neto faleceu há 30 anos

Há precisamente 30 anos, em Moscovo, na então União Soviética morria o primeiro presidente da Republica Popular de Angola. Não sei o que a história lhe reservaria, mas sei que enquanto protagonista da luta de libertação do povo angolano, líder do MPLA, e Presidente de Angola, Agostinho Neto terá cometido muitos erros, porem a sua acção e postura jamais poderá ser comparada com a do seu sucessor, o qual se transformou, em contraste com o povo angolano, como um dos homens mais ricos de África.Certamente que não foi para isso que Agostinho Neto e os seus camaradas deram os melhores anos da sua vida.


***

Havemos de voltar


Às casas, às nossas lavras / às praias, aos nossos campos / havemos de voltar

ÀS nossas terras vermelhas do café / brancas de algodão / verdes dos milharais / havemos de voltar

Às nossas minas de diamantes / ouro, cobre, de petróleo / havemos de voltar

Aos nossos rios, nossos lagos / às montanhas, às florestas / havemos de voltar

À frescura da mulemba / às nossas tradições / aos ritmos e às fogueiras / havemos de voltar

À marimba e ao quissange / ao nosso carnaval / havemos de voltar

À bela pátria angolana nossa terra, / nossa mãe havemos de voltar / Havemos de voltar

À Angola libertada / Angola independente

Extraído do livro Sagrada Esperança, de Agostinho Neto

Louçã e a fiscalidade

Ainda a proposito do debate Louçã vs Sócrates e o "problema" sobre fiscalidade levantado pelo primeiro-ministro que mais penalizou a classe media e os trabalhadores em geral.

Francisco Louçã clarificou a opinião do Bloco sobre a matéria

A primeira diferença é sobre o combate à evasão fiscal. Para o PS, tudo está a correr bem. A maioria absoluta recusou a proposta do Bloco (inicialmente aprovada por todos os deputados do PS menos um) de levantamento do segredo bancário. E deixou tudo na mesma. Para o Bloco, só há duas formas de combater a evasão fiscal: a comparação entre os rendimentos declarados e os rendimentos registados no banco, e o registo de todas as transferências para offshores. Nenhuma delas está a ser aplicada, como devia.
Segundo a lei, as transferências para os offshores já deviam estar a ser registadas. Mas não acontece nada. No primeiro semestre deste ano, mais de 6 mil milhões de euros foram transferidos para os paraísos fiscais, não pagando imposto. O que se perdeu daria para pagar a nova ponte sobre o Tejo.
Pior ainda: o governo orçamentou 1796 milhões de euros de benefícios fiscais para o offshore da Madeira. O que assim se perdeu pagaria 4 grandes hospitais nacionais. O PS tem sido o governo do desperdício fiscal.

Auto-estrada Oliveira de Azeméis/Coimbra - Concurso anulado

Francisco Louçã congratulou-se com a anulação do concurso para a concessão da auto-estrada Oliveira de Azeméis/Coimbra, anunciada pelo presidente das Estradas de Portugal: "se o Governo assim o faz, já ganhámos 500 milhões de euros". Mas o coordenador bloquista desafiou o primeiro-ministro a explicar o desvio de 689 milhões de euros de outras concessões idênticas.

Bloco de Esquerda, no Pavilhão Atlântico, em Lisboa

No próximo domingo, dia 13 de Setembro, haverá um Almoço nacional do Bloco de Esquerda, no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, e que contará com as intervenções políticas de Francisco Louçã, Luís Fazenda e Ana Drago, além de um concerto com Tora Tora Big Band.
Inscrições: 213510510 - 925417131 bloco.iniciativas@bloco.org

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Vilar de Perdizes 2009


Limãos (Traz-os-Montes)


Ainda o debate de ontem (Louçã vs Sócrates)

Por muito que lhe (a Sócrates) custe admitir, por muito que os fazedores de opinião se esforcem em demonstrar que assim não é, a verdade é que o principal adversário desta politica e deste primeiro-ministro é Francisco Louçã e o Bloco de Esquerda.
O facto de Louçã ter sido brindado como uma minuciosa leitura e um aprimorado estudo por parte de Sócrates do programa do BE, ao ponto de ter enxergado uma penalização da classe média por via das eliminações das deduções fiscais, proposto pelo Bloco, obriga a concluir que Louçã é, não apenas um adversário de respeito, como o seu verdadeiro adversário. Louçã é o concorrente e candidato capaz de “obrigar” Sócrates a jogar à defesa [Sendo que neste caso se aplica a máxima dos futebóis: a melhor defesa é o ataque.] e a ignorar as questões mais pertinentes ou a fugir delas como o diabo foge da cruz, nomeadamente quando confrontado com questões concretas.
Louçã aludiu a negócios do Estado onde o governo, sem qualquer pudor, favoreceu o antigo dirigente do PS, Jorge Coelho. Não foi apenas a entrega do Terminal de Alcântara à Mota-Engil, sem concurso, é também a construção da auto-estrada entre Oliveira de Azeméis e Coimbra, ganho pela mesma Mota-Engil, que duplicou o orçamento da obra, depois do concurso ganho. E a isso Sócrates disse nada. O desmentido que fez sobre a auto-estrada, atrapalhada e sem convicção, foi a confirmação de que “ali anda gato com rabo de fora”.
[Já hoje Almerindo Marques presidente das auto-estradas ao desmentir a adjudicação, argumentando que as propostas não foram aceites porque não eram boas, não conseguiu precisar com rigor a data dessa decisão. Seja! Na verdade o que importa é que o país acabou por não perder 500 milhões, que iriam direitinhos para a Mota-Engil, mercê da denuncia de Louçã. Infelizmente, tal denuncia não chegou a tempo de impedir derrapagens de proporções muito semelhantes a esta na construção de outras auto-estradas.]
Louçã, ao contrário de Sócrates não fugiu às questões colocadas, e explicou, embora o possa voltar a fazer com maior clareza, dada a pertinência da proposta, a razão daquela eliminação da dedução fiscal.
Em resumo: O BE que já alcançou nas europeias um resultado muito próximo de metade do PS, configura-se cada vez mais como a alternativa de poder séria e credível que faz tremer José Sócrates, obrigando-o a estudar o programa proposto pelo Bloco e a tentar fazer colagens a um tempo que sendo histórico, embora não envergonhe ninguém ao ponto de o rejeitar, já passou.
Sócrates julgou ter descoberto a pólvora, mas ao registar a patente verificou que aquilo que descortinou já era do conhecimento de mais de cento e cinquenta mil pessoas, tantas quantas as que leram o programa que está na net ao dispor de qualquer cidadão.
Sócrates, cuida-te… o teu poder está-se a esvair…

Dizem cultos estes povos?

A Philips esclareceu em comunicado que a “recusa” em fornecer equipamentos médicos [3553 equipamentos no valor de 72.8 milhões de dólares] a Cuba e à Venezuela se deve a dificuldades na obtenção das autorizações ou licenças necessárias para a operação.
Enfim… apesar das subtilezas a Philips, assumidamente ou pela calada, alinha no boicote contra estes dois países.
Estamos a falar de equipamentos médicos, de máquinas fundamentais para a qualidade de vida dos cubanos e venezuelanos.
O que eu quero entender é a razão pela qual os povos, permitem que os seus governos – governos que salvo excepções resultam da sua própria vontade expressa através do voto – se permitem boicotar Cuba e a Venezuela mediante recusa em fornecimento de equipamentos médicos, quando em simultâneo se envolvem no comercio de armas e, ou sustentam ditadores, “outros” ditadores se quiserem, tiranos e assassinos que em muitas partes do mundo ocupam os cadeirões do poder?
Chamam a isto Estados Civilizados?
Dizem cultos estes povos?
Pois! Perante estes factos estamos conversados…

Jaume d’Urgell, força companheiro!

Uma palavra de apreço para Jaume d’Urgell, cidadão espanhol, que se recusa a pagar uma multa, que pode valer-lhe a prisão, por ter hasteado a bandeira republicana.

Com esta atitude o catalão Jaume, arrisca-se como escrevi, a ser preso. Preso por este "crime" provocará seguramente um debate público sobre a bandeira espanhola, quiçá sobre dicotomia Republica-Monarquia.
No fundo trata-se de uma batalha pela dignidade da pessoa humana, a qual também se mede pela possibilidade de participar em todas as escolhas e não na aceitação da hereditariedade dos cargos, nomeadamente na do chefe supremo da nação como acontece na monarquia.
Força companheiro!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Louçã vs Sócrates

Escalpelizar o debate entre Louçã e Sócrates ao ponto de encontrar um vencedor e um derrotado é, em minha opinião, um perfeito disparate ou na melhor das hipóteses um mero exercício de entretenimento.

Não se trata de ganhar ou perder, caso contrário abolíamos as eleições e recorríamos a esta ferramenta porventura mais económica, para escolher os governantes e legisladores. O debate, a meu ver, serve para apresentar ideias, denunciar casos e confrontar políticas. E nesse contexto Louçã foi clarificador, deixando Sócrates a apanhar bonés vezes sem conta, nomeadamente quando este defendeu que a operação GALP, visava impedir que a empresa caísse em mãos estrangeiras. Será que José Eduardo dos Santos é português? Mas também quando confrontado com os negócios com a empresa liderada por Jorge Coelho, nomeadamente no Terminal de Contentores de Alcântara, adjudicado sem concurso à empresa ou no negocio da auto-estrada contratualizada por quinhentos milhões e cujo desfecho vai nos mil milhões, [É fartar vilanagem!] Sócrates ficou visivelmente incomodado.

Por outro lado apesar de ziguezaguear, Sócrates não conseguiu neste debate, esconder um esgar facial quando confrontado com o PS/oposição e o PS/governo no que ao Código do Trabalho diz respeito. Louçã foi certeiro quando apresentou o documento assinado por Viera da Silva para corroborar essa desfaçatez e a falta de carácter deste PS. O documento era nada mais nada menos que a declaração política do PS enquanto oposição comprometendo-se com a revogação do Código de Bagão Felix, sendo que essa declaração foi conspurcada pela governação socialista.

Estes incómodos, estes bonés e o ziguezaguear podem ter custos eleitorais, porem aquilo que determinará o voto dos portugueses, é – Eu tenho esperança nisso! – a memória. E se não formos amnésicos seguramente que teremos em boa conta o que Sócrates e a sua equipa fizeram da nossa vida. [Como não nos esqueceremos de Manuela Ferreira Leite e quejandos.]

Poder-se-á argumentar que Sócrates jogou uma cartada forte quando confrontou Louçã com a política fiscal do Bloco, nomeadamente no que confere ao fim de algumas isenções fiscais na saúde e na educação. Falou-se no factor surpresa, Louçã não estaria à espera daquela saída. Não sei… para mim surpreendente, ou talvez não, foi a má fé de José Sócrates. A cartada pode ter sido forte, mas era sobretudo mal intencionada. Mal intencionada e de má fé porque foi apresentada fora de contexto em que está inserida e fez tábua rasa sobre a condição politica para tal acontecer, a qual claramente aponta para a gratuidade dos serviços de saúde e do ensino. Se o Estado garantir esses serviços e com qualidade, como o Bloco propõe, que sentido faz ar isenção fiscal?

No que confere aos PPR, Sócrates apesar da má fé, não foi convincente. Não foi convincente porque no que confere ao ponto anterior, as pessoas não têm o factor de comparação à mão para testar. Na verdade as pessoas apreciam as isenções fiscais e porque nunca usufruíram plenamente de um serviço de saúde gratuito e eficaz, tampouco de um sistema de educação competente e igualmente gratuito não podem fazer comparações. Não podendo comparar, Sócrates pode ter deixado dúvidas e inquietações, mas nos PPR as pessoas sabem perfeitamente que as isenções fiscais se diluíram por completo nos prejuízos decorrentes dos investimentos em bolsa. Os PPR valorizam-se na bolsa e não valorizaram, antes pelo contrário.

Para terminar uma referência a esperteza saloia sobre a regressão ideológica. Gostei da resposta de Louçã, argumentando que sempre foi socialista, laico e republicano ao invés de Sócrates, sabemos, que provem da JSD. A menos que consideremos, como aliás eu encaro [apesar de Louçã achar que o PS é diferente do PSD] que entre o PSD e o actual PS não há diferenças substancias…

Mas como digo, o debate não tem vencedores.

Um voto retirado ao PS, é um voto ganho ao PSD.

No debate previsto para hoje entre Louçã e Sócrates, este ultimo não enjeitará a oportunidade de explorar a bipolarização nas próximas eleições legislativas.
Sócrates enquanto líder de um dos supostos pólos, que curiosamente tem visto fugir a sua base de apoio para o partido liderado por Louçã, tem todo o interesse em dramatizar o cenário apostando no receio, justo diga-se a propósito, que o povo com memória tem de ver regressar à esfera do poder Manuela Ferreira Leite e a sua equipa. Porem o problema que está colocado é de outra natureza.
Bem podem, Sócrates e os seus assessores, amedrontar com o papão do voto útil no pressuposto de que um voto a mais no BE é um voto a menos no PS, e por consequência um reforço do PSD, que o pessoal já não cai nessa.
Evidentemente que, entre Sócrates e Ferreira Leite existem diferenças, mais que não sejam de modernidade. Ela é ultra-conservadora no que aos costumes diz respeito, ele não; Ela é defensora de um liberalismo absoluto, ele nem por isso. Enfim, negar as diferenças é tapar o sol com a peneira. Porem em matéria de justiça social, de direitos e garantias entre um e outro as diferenças, ou não existem ou são apenas de pormenor e outras vezes, Sócrates defende e aplica medidas bem mais gravosas que as da própria direita. Atente-se a propósito no Código do Trabalho; a direita não foi tão longe na subtracção de direitos aos trabalhadores quanto o foi José Sócrates.
Mas Sócrates tem ainda um outro pecado capital para o qual não há perdão. Sócrates conseguiu minar a nossa sociedade colocando trabalhadores contra trabalhadores. Sócrates chegou ao ponto de “diabolizar” aos olhos dos cidadãos os funcionários públicos e os professores entre outros sectores. A direita por estratégia é certo, nunca tinha chegado a tamanha maldade, excepto no rescaldo do PREC quando fez dos operários da Lisnave, dos metalúrgicos e dos sindicalistas, uma classe privilegiada que vivia à custa do erário público.
Bem pode pois Sócrates travestir-se de socialista, de politico moderado e até meigo que a nossa memória jamais lhe perdoará, jamais contemporizará com a sua politica. Jamais!
Por isso o problema que hoje se coloca ao BE, não é tanto o de disputar o eleitorado do PS, mas o de acolher os descontentes com essa politica e ao faze-lo disputa o eleitorado ao PSD.
O dilema que hoje se coloca aos professores, aos funcionários públicos, aos enfermeiros, aos cidadãos de um modo geral é o de excluído o PS – no qual nem mortos votam – votar em quem?
Creio que hoje há um conjunto significativo de professores, de funcionários públicos, de enfermeiros, de médicos, de trabalhadores em geral que não perdoam ao PS, sobretudo a José Sócrates, a forma como foram tratados e surripiados. São pessoas, eleitores se quiserem, que jamais confiarão em Sócrates. Por outro lado são votantes que não se revêem no projecto do PCP ou não se sentem disponíveis para a “proletarização” da luta nos contornos em que este partido a concebe. O CDS por outro lado, moldado ao jeito da personalidade do seu líder, e com as mãos conspurcadas pelo poder que exerceu em parceria com o PSD, não parece ser solução.
Restam, neste cenário, o Bloco e o PSD. Embora o PSD tenha responsabilidades no “estado a que isto chegou” – E não são poucas! – é um partido da chamada esfera do poder, e aos olhos de muitos portugueses capaz de ser alternativa ao PS. Para mim PSD é mais do mesmo ainda que de tonalidade diferente.
Sou pois de opinião que o Bloco deve continuar a disputar o espectro potencial de eleitores socialistas, sabendo que tem como adversário nessa disputa não apenas os “socranetes” mas sobretudo o PSD.
A disputa desse eleitorado em ruptura com o PS é entre o Bloco e o PSD!
Um voto retirado ao PS, é um voto ganho ao PSD.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Sondagem CM 7-09-2009

Correio da Manhã hoje
Sondagem coloca o PS à frente do PSD.
Bloco de Esquerda surge como o terceiro partido, CDS-PP o quarto e em quinto está a CDU nas intenções de voto.

Percentagens:
PS 34,5%
PSD 28,9%
BE 10.4%
CDS-PP 8,1%
CDU 7,8%
Indecisos 6%

Sondagens... valem o que valem que o mesmo é dizer, nada!

Uma carta fora do baralho

“Não há asfixia democrática na Madeira”, declarou Manuela Ferreira Leite ao chegar à ilha do seu comparsa Alberto João Jardim.
De facto a mulher vai de mal a pior. Se, ela nem se lembra do seu próprio programa eleitoral, como ontem ficou bem patente no debate com Francisco Louçã, como pode ela almejar a asfixia democrática no arquipélago madeirense?
Parkinson? Senilidade? Sei lá…
Mas sei, em definitivo, que a senhora não reúne condições para primeira-ministra. De todo!
Em relação ao debate de ontem, creio que o melhor de todos os que já pudemos assistir, Francisco Louçã esteve igual a si próprio e mais uma vez foi esclarecedor, o BE tem de facto propostas e configura-se como uma alternativa credível. Ao invés, Manuel Ferreira Leite, embora igual a si própria, não produziu uma ideia, uma opinião, fosse o que fosse que abonasse em seu favor no sentido de poder vir a granjear a simpatia dos portugueses e a receber a sua confiança.
Manuela Ferreira Leite é uma carta fora do baralho!

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Aqui se citam pescadores, caçadores e outros…

Em 2001 enquanto ministra Manuela Ferreira Leite instituiu o “pagamento especial por conta”. Em 2009 reclama com o governo por manter essa fonte de receita verdadeiramente asfixiante e, vai mais longe, diz que se chegar a primeira-ministra revoga o dito.
Contudo um mínimo de seriedade obrigaria a dizer que nessas circunstâncias revogará uma decisão sua. Mas não o diz. E não diz porque tal como o outro mente. Mente com todos os dentes que tem na boca e ao que parece a velhota não é ainda desdentada.

Na mesma linha de actuação vem José Sócrates.
Na legislatura que findou, Sócrates impôs ao Partido o voto contra o “casamento entre pessoas do mesmo sexo”, agora escassos meses após essa oportunidade perdida compromete-se com essa mesma medida que rejeitou.
A Sócrates não lhe chega mentir, quer gozar com a nossa cara…

Estou farto deles, 18 anos é muito tempo.
Chega pilantras! Vão vender promessas e medidas para a p… que vos p…!

Louçã - Sousa na SIC

Ontem assistimos, durante o desenrolar daquilo a que se chamou o debate à esquerda, no frente-a-frente entre Francisco Louçã e Jerónimo de Sousa, a uma convergência de opiniões entre as duas forças politicas (BE e PCP) na prossecução de esforços para derrotar o inimigo comum, que é, sabemo-lo a politica de direita, defendida desde sempre por Manuela Ferreira Leite e prosseguida nos últimos quatro anos e meio por José Sócrates, em detrimento daquilo que as desune.

Os comentadores preferiam ver sangue – prefeririam talvez que os antagonistas esquecessem o essencial e se perdessem em questiúnculas que em tudo beneficiariam o inimigo comum Sócrates e Ferreira Leite – não o fizeram. Não o fizeram, bem! Oxalá o modelo pudesse fazer escola no dia a dia, nas lutas populares, nas manifestações, etc…
Oxalá, estes “adversários” se cingissem no futuro próximo à apresentação de ideias e de estratégias para almejar aquilo que um e outro dizem defender que é os direitos dos que trabalha e a defesa dos mais desfavorecidos.

Os comentadores de serviço, sempre os mesmos aliás, desvalorizam o debate, acham-no sem sabor, sonso, etc… , se porventura Louçã e Sousa enveredassem pelo explanar de divergências – e são muitas – logo os comentadores enfatizariam a “armadilha” em que teriam caído, digladiando-se e perdendo uma oportunidade de atacar o governo.
É a velha historia d’O homem, do rapaz e do burro…
A minha leitura em síntese:
Louçã foi mais expressivo, mais convincente e soube explanar com clareza o que o move e o que quer. Foi claro quando clarificou o eleitorado que disputa e o a adversário quem enfrenta. Na mira está o eleitorado do PS e até do PSD, o adversário é inequivocamente a direita e os seus putativos primeiros-ministros Sócrates ou Ferreira Leite.
Jerónimo não esteve à vontade. A natural empatia que gera não foi suficiente para ofuscar a prestação de Francisco Louçã e do Bloco. Ainda assim deixou a ideia de um homem e de um partido empenhado na defesa dos trabalhadores e das suas organizações.
Debates a serio terão quando enfrentarem as feras que o mesmo é dizer Ferreira Leite e José Sócrates.