terça-feira, 29 de setembro de 2009

Onde Sancho vê moinhos, D. Quixote vê gigantes…

Numa analise às eleições no Portal de Thrasybulos, alguem disserta sobre os resultados e conclui que: “A CDU teve uma vitória curta em termos de resultado eleitoral, porém ninguém pode negar os milhares de votos a mais comparados com o último sufrágio legislativo, a eleição de mais um deputado, além das enormes demonstrações de força popular nos comícios e arruadas feitos por todo o país, mostrando que a CDU é uma força política presente na vida quotidiana do povo e dos trabalhadores portugueses.”

Cada um ilude-se ou deixa-se iludir como muito bem quiser. Onde Sancho Pança vê moinhos, D. Quixote vê gigantes…
Vê moinhos? São Moinhos!
Vê gigantes? São gigantes!
[Para o caso de não estar sintonizado com os crescimentos partidários regista-se que a CDU cresceu 14 000 votos e ganhou um deputado e o BE obtveve cerca de 200 000 votos, ultrapassou lagamente o meio milhão de votos e dobrou o numero de deputados, passou de 8 para 16.]

Mas a vida continua…
Porem, a coisa pia mais fino, quando o sectarismo e a cegueira politica toldam a mente, condicionando o raciocínio. O mesmo analista no que confere ao Partido que mais subiu em termos absolutos, que dobrou o numero de deputados, que de partido urbano sediado em apenas três cidades alcançou dimensão nacional diz que: “ com o seu discurso social-democrata de fachada socialista, [refere-se ao Bloco de Esquerda] agregando uma imagem new-wave que atrai os mais jovens, conseguiu consolidar-se como força de esquerda.” Para concluir que o Bloco “à medida que se avoluma a sua representação, a social-democracia e o discurso de conciliação de classes está cada vez mais presente e a fachada socialista é uma camada todos os dias mais ténue, até que se torne em mais um companheiro de caminho de PS/PSD/CDS.”

Quando tal acontece, quando não se consegue descortinar e ou vaticinar, nesta votação, nesta consolidação do Bloco de Esquerda mais que um companheiro de route do PS, do PSD e até do CDS, creio que já não estamos perante um simples fenómeno de dor de cotovelo, de corno se quiserem, estamos de facto perante um problema de demência mental de um pobre lunático que se considera iluminado por um qualquer fogo, divino ou não, mas cuja intensidade da chama lhe vai consomindo os neurónios.
Por isso o analista é diferente dos demais e está cada vez mais convicto de que vencerá. Vencerá não sabemos bem o quê… vencerá e isso basta!

Vencerá hoje, amanhã, daqui a 2 anos, 20 anos ou daqui a 2 séculos.

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