terça-feira, 30 de junho de 2009

A visão "retrógrada" dos sindicatos ao pé destes criminosos é uma ninharia, uma exiguidade

Ontem no Prós e Contras ouvi com particular atenção o meu camarada de partido António Chora, tratava-se da primeira intervenção pública depois de fracassado o acordo na Auto-Europa de que ele era um defensor, visto que o negociou com a administração.
Mas a questão não andou à roda desse tema e focalizou-se mais nas relações entre parceiros sociais, nesse contexto Chora foi interpelado no sentido de explicar um ponto de vista expresso num artigo da sua autoria. Nesse artigo António Chora considerava que tanto os sindicatos quanto os patrões são "retrógrados".
Instigado a explicar esse ponto de vista o líder da CT da Auto-Europa explicou-se, embora de forma não muito clara, dizendo que a expressão "retrógrada" naquele contexto tinha a ver com o facto de os sindicatos na mesa de negociações continuarem agarrados às conquistas, algumas do tempo do PREC, mantendo-se irredutíveis na sua defesa sendo incapazes de ceder um milímetro que seja e em contrapartida o patronato estar apostado em reconquistar a situação antes do PREC. Uns e outros são nesse contexto "retrógrados", defendeu António Chora.
Como eu o percebo, como eu o entendo…
Na verdade, qualquer negociação pressupõe capacidade de ceder aqui, para ganhar ali, sendo que há matéria em que de todo não pode haver cedências. A questão muitas vezes consiste em saber separar umas das outras. Separar as negociáveis das não negociáveis, como também faz sentido percebermos a realidade dos tempos, e as alterações que ocorreram.
A revolução tecnológica, a Europa, o fim da guerra-fria, a globalização, a emergência de novos mercados, etc… criaram dinâmicas novas que de todo não podem ser descuradas.
Neste contexto, de facto há sindicatos que têm dificuldade em adaptar-se à realidade.
Atenção, adaptação não significa claudicar ou assinar de cruz qualquer acordo, até porque o outro parceiro, é como diz o Chora, uma entidade apostada regra geral em regressar ao 24 de Abril.
Acho que apesar dos esforços, o meu camarada não foi suficientemente convincente, pelo menos a mim soou-me muito mal, a forma como defendeu o seu ponto de vista.
Para começar deveria ter-se levantado e explicar, com exemplos até, o sentido da sua opinião. Mais, na metalurgia, de onde provem, não faltam factos que permitem ilustrar a sua opinião. Embora curta, a história da Auto-Europa é fértil em exemplos de um e de outro ponto de vista. O Sindicato dos Metalúrgicos tem sido crítico aos diversos acordos celebrados na Auto-Europa entre os trabalhadores, via CT, e a Administração. António Chora deveria ter ilustrado o seu ponto de vista com os exemplos que conhece da realidade da fábrica em que labuta. Deveria ter clarificado o que o distingue em concreto daquela estrutura sindical . Foi mais eficaz a mensagem, quando referiu exemplos do grupo Volkswagen , das negociações entre sindicatos alemães e a administração.
A questão da correlação de forças é outra variável que os sindicatos nem sempre têm em conta e por vezes arrastam-nos para becos sem saída. Sobre esta matéria Chora nada disse.
Outra questão a meu ver importante e que talvez seja determinante para modernizar os nossos sindicatos prende-se com uma pratica corrente na Auto-Europa de Palmela e que consiste na representatividade das diversas sensibilidades na ORT da fábrica, por força do Método de Hondt, bem como a envolvência dos trabalhadores nas grandes decisões pois os acordos só são rubricados mediante acordo dos trabalhadores por voto secreto mas antecedido de plenários que ajudem a formar opinião e a debater as diversas saídas.
Estas duas vertentes são porventura factor decisivo na destrinça entre sindicalismo em fim de ciclo, o tal “retrógrado” a que Chora se referiu, e o sindicalismo de tipo novo que se quer envolvente, participado, democrático e lúcido.
Contudo, eu militante do mesmo partido do Chora revi-me muito mais no discurso de Carvalho da Silva, que no meu camarada por uma razão muito simples. As coisas não acontecem por acaso, e esta crise não caiu do céu aos trambolhões, esta crise tem culpados e esses não são seguramente os trabalhadores.
É certo que a pergunta de Fátima Campos Ferreira estava armadilhada, e António Chora caiu nela que nem um patinho. Mais que a visão "retrógrada" dos sindicatos e até dos patrões há que identificar os culpados e esses, repito o que disse Carvalho da Silva, não são os trabalhadores.
Era tão simples António Chora, até porque horas antes um desses responsáveis foi condenado a 150 anos de prisão.
Condenado nos EUA, aqui continuam a pavonear-se e a receber chorudas indemnizações, pensões e mordomias vitalícias.
A visão "retrógrada" dos sindicatos ao pé destes criminosos é uma ninharia, uma exiguidade. Que carece de mudança evidentemente.
Carvalho da Silva mostrou mais uma vez que é o excelente “líder operário”.


segunda-feira, 29 de junho de 2009

Eleições para a CHS da PTC (Setúbal)

Eleições para a Comissão de Higiene e Segurança na PT (Representantes dos trabalhadores)
Mesa de Setúbal – Edifício Mariano de Carvalho
Lista A – Apoiada pelo SINTTAV – 25 Votos
Lista B – Apoiada pelo STPT, SNTC e STT – 33 Votos
Lista C – Apoiada pelo SINDETELCO – 5 votos
Brancos – 5 Votos
Nulos – 1 Voto

Ao que parece apesar do desaire de Setúbal a Lista A, acabou por ganhar e vai assim eleger mais representantes para a CHS da PTC. O meu voto foi, como já antes o tinha declarado para a Lista B.

Mais uma transparência à Socrates

O portal das obras públicas, criado em nome da transparência para publicitar os ajustes directos e derrapagens, foi adjudicado à Microsoft sem concurso. A adjudicação foi feita antes das portarias que o regulamentam terem sido publicadas e quatro meses antes do contrato ter sido assinado. O ajuste directo foi feito por 268.800 euros mas, segundo o jornal "Público", a Microsoft já apresentou facturas que duplicam esse valor.
[Ler noticia no Esquerda.net]

Será que ele ouve o apelo?


Ferreira de castro faleceu há 35 anos

Autor de uma obra literária significati- va cultivou e deu preponderância ao realismo social e ao humanismo. Sobre a sua obra escreveu Urbano Tavares Rodrigues: “A obra romanesca de Ferreira de Castro, injustamente esquecida e por vezes denegrida, merece uma atenta revisão, que, na actual conjuntura política (em que o egoísmo prevalece ostensivamente sobre a solidariedade) possa iluminar os valores humanos que o seu realismo social exalta sem demagogia.”

Da sua obra destaco entre outros:


  • Sangue negro (1923)
    A epopeia do trabalho (1926)
    Emigrantes (1928)
    A Selva (1930)
    Terra Fria (1934)
    A tempestade (1945)
    A lã e a neve (1947)
    A missão (1954)
    Os fragmentos (1974)

  • Ferreira de Castro faleceu há precisamente 35 anos, em 29 de Junho de 1974

***

Vida e obra [Texto retirado da “Casa Museu Ferreira de Castro” (Aqui)]

José Maria Ferreira de Castro nasceu a 24 de Maio de 1898, no lugar de Salgueiros, freguesia de Ossela, concelho de Oliveira de Azeméis. De origens humildes, órfão de pai, a sua educação foi rude e exigente, influenciando a sua personalidade triste e amargurada. Em 1904 entra para a escola primária de Ossela, que lhe confere as únicas habilitações que possui, motivo do qual se orgulhava. Interessa-se desde muito cedo pela leitura, adquirindo todas as obras de cordel que a sua parca condição financeira podia suportar. Passa os primeiros anos da sua vida em intensa comunhão com a natureza do vale banhado pelo rio Caima, em Ossela.
Aos 12 anos de idade emigra para o Brasil, passando parte da sua adolescência, de início no Seringal Paraíso, no interior da Amazónia, e posteriormente, em Belém do Pará, onde trabalhou arduamente para conseguir subsistir. Em 1916 consegue publicar o romance "Criminoso por Ambição", que distribui porta a porta. A partir daí, começa a colaborar com alguns jornais locais, estabelecendo, a pouco e pouco, relações com pessoas que lhe abrem o caminho na vida jornalística. Produz e pública, por esta altura, algumas novelas, que, apesar de renegadas mais tarde, lhe começam a conferir alguma notoriedade. Contudo, só em 1928, com a publicação de Emigrantes, se inicia definitivamente a sua carreira literária, alcançando notória consagração em 1930, ano em que publica a Selva, a obra lusófona com mais traduções feitas. Com este sucesso editorial, quer em Portugal, quer no estrangeiro, consegue, através da publicação de diversos e sucessivos êxitos literários, alimentar a auréola da notoriedade até falecer, em 1974, com 76 anos de idade. Mas, para além da notoriedade literária, a personalidade humanista de Ferreira de Castro, que tão bem alimentou a sua obra, constituiu uma referência cívica e moral na luta contra o regime ditatorial e em prol dos direitos humanos.


Outro link sobre Ferreira de Castro

domingo, 28 de junho de 2009

Araguaia - Depoimento

A proposito do post anterior

Governo brasileiro reconstitui outro lado da ditadura militar

Autoridades brasileiras tentam resgatar vários testemunhos sobre os 21 anos de ditadura - entre 1964 e 1985 - para indemnizar as vítimas do regime e guardar as memórias num museu em Belo Horizonte.
Na noite de 31 de Março de 1964 começaram as prisões. Inaugurava-se 21 anos de ditadura militar. Nos dias seguintes entra em vigor o Acto Institucional, que proclama "a revolução gloriosa que se legitima a si mesma".
A democracia voltou em 1985

Não à Praxe Académica

O Instituto Piaget de Macedo de Cavaleiros foi condenado pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) a pagar 38 mil euros a Ana Sofia Damião, a título de indemnização na sequência das sevicias e violências da praxe académica a que foi sujeita no ano lectivo de 2002/2003.
Ana Sofia Damião pediu uma indemnização de 70 mil euros por danos morais e materiais, contudo o STJ reconheceu-lhe o direito a 38 mil euros. Valor esse a pagar pelo Instituto Piaget.
"Foi a primeira vez que um tribunal reconheceu as responsabilidades objectivas da direcção de uma universidade" relativamente às praxes violentas, referem os responsáveis do Movimento Anti-Tradição Académica (MATA).

Para os estudantes antipraxe, esta decisão "obriga a uma reflexão na escola, na comunidade estudantil e na sociedade", pois "a impunidade já não é uma realidade".

Pelos meus filhos que, enquanto universitários se insurgiram contra as praxes, fico satisfeito com esta decisão do STJ.

A praxe académica não é uma tradição é um resquício elitista e salazarento.

Injustiça eleitoral

A obstinada teimosia é uma imagem de marca deste governo, mas não só!
Almeida Santos, cuja retórica aprecio, tenho aliás quase todos os livros que editou - Aprecio mas não sigo. - vem agora a terreiro argumentar que os resultados eleitorais das europeias foram uma grande injustiça para o Partido Socialista e muito particularmente para o seu líder.
Os resultados foram injustos” e ”espero que o povo português caia em si (…) espero que reveja a sua opinião sobre este governo”. Diz o presidente do PS.
Malandro! Mal agradecidos é o que são, senhor doutor. Este povo não vos merece!
Já experimentou mudar de povo senhor doutor, talvez outro que não este, seja venerado e agradecido e almeje a bondade deste governo, coisa que este não é capaz.
Não é capaz ou não quer. Há povos assim Dr. Almeida Santos, calhando o nosso é desses.
Mal agradecidos…

sábado, 27 de junho de 2009

Enganei-me!

Cavaco Silva não fez a vontade ao PSD, marcou para 27 de Setembro de 2009 as eleições legislativas. Assim o resto do calendário eleitoral de 2009 contempla as legislativas a 27 de Setembro e as autárquicas a 11 de Outubro.
Com esta atitude prestou um serviço à democracia e à verdade eleitoral.

Manifesto em defesa do investimento público


Cerca de cinquenta economistas, sociólogos, professores entre outros apresentaram este sábado o manifesto "Só com emprego se pode reconstruir a economia", em defesa de uma política pública de resposta à crise, em Portugal e na Europa, que tente evitar "uma crise social dramática".
Os subscritores do manifesto começam por considerar que: “Estamos a atravessar uma das mais severas crises económicas globais de sempre. Na sua origem está uma combinação letal de desigualdades, de especulação financeira, de mercados mal regulados e de escassa capacidade política. A contracção da procura é agora geral e o que parece racional para cada agente económico privado – como seja adiar investimentos porque o futuro é incerto, ou dificultar o acesso ao crédito, porque a confiança escasseia – tende a gerar um resultado global desastroso.
É por isso imprescindível definir claramente as prioridades.
(…)”


E concluem que: “Precisamos de mais Europa e menos passividade no combate à crise.
Por isso, como cidadãos de diversas sensibilidades, apelamos à opinião pública para que seja exigente na escolha de respostas a esta recessão, para evitar que o sofrimento social se prolongue
.”

Leia aqui o Manifesto na íntegra




Subscritores do manifesto em defesa do investimento público:

Carlos Bastien, Economista, Professor Associado, ISEG;
Jorge Bateira, Economista, doutorando, Universidade de Manchester;
Manuel Branco, Economista, Professor Associado, Universidade de Évora;
João Castro Caldas, Engenheiro Agrónomo, Professor Catedrático, Departamento de Economia Agrária e Sociologia Rural do Instituto Superior de Agronomia;
José Castro Caldas, Economista, Investigador,Centro de Estudos Sociais;
Luís Francisco Carvalho, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
João Pinto e Castro, Economista e Gestor;
Ana Narciso Costa, Economista, Professora Auxiliar, ISCTE-IUL;
Pedro Costa, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
Artur Cristóvão, Professor Catedrático, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro;
Álvaro Domingues, Geógrafo, Professor Associado, Faculdade da Arquitectura da Universidade do Porto;
Paulo Areosa Feio, Geógrafo, Dirigente da Administração Pública;
Fátima Ferreiro, Professora Auxiliar, Departamento de Economia, ISCTE-IUL;
Carlos Figueiredo, Economista;
Carlos Fortuna, Sociólogo, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
André Freire, Politólogo, Professor Auxiliar, ISCTE;
João Galamba, Economista, doutorando em filosofia, FCSH-UNL;
Jorge Gaspar, Geógrafo, Professor Catedrático, Universidade de Lisboa;
Isabel Carvalho Guerra, Socióloga, Professora Catedrática;
João Guerreiro, Economista, Professor Catedrático, Universidade do Algarve;
José Manuel Henriques, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
Pedro Hespanha, Sociólogo, Professor Associado, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
João Leão, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
António Simões Lopes, Economista, Professor Catedrático, ISEG;
Margarida Chagas Lopes, Economista, Professora Auxiliar, ISEG;
Raul Lopes, Economista, Professor Associado, ISCTEIUL;
Francisco Louçã, Economista, Professor Catedrático, ISEG;
Ricardo Paes Mamede, Economista, Professor Auxiliar, ISCTE-IUL;
Tiago Mata, Historiador e Economista, Universidade de Amesterdão;
Manuel Belo Moreira, Engenheiro Agrónomo, Professor Catedrático, Departamento de Economia Agrária e Sociologia Rural, Instituto Superior de Agronomia;
Mário Murteira, Economista, Professor Emérito, ISCTE- IUL;
Vitor Neves, Economista, Professor Auxiliar, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
José Penedos, Gestor;
Tiago Santos Pereira, Investigador, Centro de Estudos Sociais;
Adriano Pimpão, Economista, Professor Catedrático, Universidade do Algarve;
Alexandre Azevedo Pinto, Economista, Investigador, Faculdade de Economia da Universidade do Porto;
Margarida Proença, Economista, Professora Catedrática, Escola de Economia e Gestão, Universidade do Minho;
José Reis, Economista, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
João Rodrigues, Economista, doutorando, Universidade de Manchester;
José Manuel Rolo,Economista, Investigador, Instituto de Ciências Sociais;
António Romão, Economista, Professor Catedrático, ISEG-UTL;
Ana Cordeiro Santos, Economista, Investigadora, Centro de Estudos Sociais;
Boaventura de Sousa Santos, Sociólogo, Professor Catedrático, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
Carlos Santos, Economista, Professor Auxiliar, Universidade Católica Portuguesa;
Pedro Nuno Santos, Economista;
Mário Rui Silva, Economista, Professor Associado, Faculdade de Economia do Porto;
Pedro Adão e Silva, Politólogo, ISCTE;
Nuno Teles, Economista, doutorando, School of Oriental and African Studies, Universidade de Londres;
João Tolda, Economista, Professor Auxiliar, Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra;
Jorge Vala, Psicólogo Social, Investigador;
Mário Vale, Geógrafo, Professor Associado, Universidade de Lisboa

Medir o risco...

“ O problema começa quando foi decidido ouvir os trabalhadores, numa iniciativa a que se não mediu o risco”


Esta opinião de Rui Tavares editorialista do “Semmais” (região de Setúbal) a proposito do chumbo do pré-acordo na Auto-Europa, é bem reveladora do pensamento que norteia estes fazedores de opinião, esta gente manhosa que se assenhorou do poder.
O problema afinal de contas foi não terem medido o risco. Filhos da mãe!
A desfaçatez, a falta de carácter, a falta de vergonha destas mentes é bem elucidativa do estado a que chegamos.
Mas não são apenas estes diabretes a cultivar este tipo de raciocínio. A mesma base de pensamento e respeito pelos compromissos e pela democracia, presidiu a decisão de Sócrates de dar o dito por não dito e impedir os portugueses de opinar em matéria tão importante como o chamado “Tratado de Lisboa”.
Foi para não correr riscos que os governantes molestaram a democracia, feriando-a gravemente, impedindo os portugueses de dar a sua opinião sobre a Europa. E depois pedem à malta para votar nas europeias, e acusam quem não votou, como o fez Cavaco Silva, de não terem autoridade para reclamar. Não tem autoridade para reclamar quem não votou? E tem autoridade para governar quem mente com quantos dentes tem na boca? Francamente!!!
Estes escrevinhadores não almejam que este tipo de risco é a essência da democracia, [Ouvir os trabalhadores é algo que não entra naquelas cabeças formatas à neo-libreral.] ouvir o povo é base da relação dos democratas com o povo. Esquecem que em democracia não há riscos, há maiorias que, respeitando as minorias, têm o direito de aplicar decisões sufragadas.
Mas estes escribas também não percebem que o princípio da auscultação dos interessados faz parte do código genético da filosofia política da maioria dos elementos da CT da Auto-Europa, que, contrariamente às correntes maioritárias nos sindicatos, sejam estes afectos à CGTP ou da UGT. Esta corrente defende este princípio a par da adopção do Método de Hondt para as eleições sindicais, como primado para o funcionamento democrático das ORT’s.
Estes escribas no fundo, credibilizam todo e qualquer acordo dos acordos cozinhado entre as cúpulas sindicais e as administrações onde os trabalhadores apenas são informados de factos consumados. Essa não é a política sindical democrática e transformadora que acabará, mais cedo que tarde, de servir de referência para as relações laborais, porque democrática, participada e envolvente.
Eles são democratas tanto quanto, para eles a democracia é um risco calculado e quando estiver em “risco” determinados interesses, até se pode suspender a democracia, as eleições, os referendos e tudo o que possa atrapalhar o negócio.
Que nojo!
Apetece-me plagiar o Zé Mário…
Cabrões.
Filhos da puta. Neo-liberais do caralho que vos foda a todos! Vão fazer opinião para o raio que vos parta a todos!

Tomem fiquem-se com esta prenda!

[Também editado no "Preia-Mar"]

sexta-feira, 26 de junho de 2009

As árvores morrem de pé


Aldeia da Pena
Curiosa aldeia situada a norte de São Pedro do Sul, num profundo vale da serra da Gralheira. A forma muito apertada do vale gerou um microclima responsável por uma cobertura vegetal extraordinária. As casas são de pedra à moda tradicional. O isolamento secular só foi quebrado há poucos anos com a construção de uma estrada alcatroada, ainda assim íngreme e sinuosa. Até então, mesmo os mortos tinham que ser transportados em padiola. E foi a queda de um caixão, atingindo mortalmente um dos carregadores, que fez nascer a lenda do "morto que matou o vivo".

Despudor


Hoje o governo vai indicar ao Presidente da Republica a data das eleições autarquicas.
Depois, Cavaco Silva indicará a data das legislativas.
Provavelmente, já o escrevi aqui, Cavaco Silva, cedendo a um capricho do PSD/MFL, vai fazer conjugar as datas de forma a realizar ambas as consultas no mesmo dia muito embora todos os partidos consultados, a excepção do PSD, tenham manifestado contrariedade pela junção das datas. O homem que um dia foi fazer a rodagem do carro à Figueira não tem pruridos dessa natureza e é muita capaz de os deixar amargurados.
Se o fizer está a contrariar toda a lógica da democracia, na medida em que as eleições são distintas e a similitude apenas visa beneficiar o maior partido autárquico, no caso o PSD. Nalguns municípios talvez não seja assim, contudo para a lógica perversa de Manuela ferreira Leite assim será. Vamos ver se Cavaco, que sem despudor tem feito um claro alinhamento com a sua antiga ministra [Esta, ao contrário de Santana, será uma moeda boa?] lhe fará a vontade, que ao fim e ao cabo é também a sua.
A argumentação de Ferreira Leite é pobre e sem princípios.
Ao defender a mesma data Manuela Ferreira Leite argumenta com os custos e a poupança de tempo.
Curiosamente, estava o PSD na mó de baixo [e assim continua, ela é que pensa que não] mas escrevia, nessa altura admitiu-se realizar as eleições europeias e legislativas no mesmo dia.
Logo o PSD se insurgiu, reclamando que isso era batota, dada a natureza distinta das eleições.
Bom, se há eleições análogas, estas, legislativas e europeias são seguramente semelhantes. Onde não há paralelismo é entre as locais e as nacionais.
Que se passou entretanto para Ferreira Leite mudar de opinião?
Argumenta com os custos. Francamente a poupança que dai advém é irrelevante. É menor que os custos da renovação da frota automóvel do governo e seguramente que, se for governo (cruzes, canhoto!) não hesitará em mudar de imediato a frota.
A poupança de tempo, é outro argumento porventura o mais ridículo que Ferreira Leite já proferiu a este propósito.
Convenhamos se a questão é de tempo, então suspenda-se as eleições. Aliás até não estaria a fazer nenhuma inovação. Não foi Ferreira Leite quem sugeriu a suspensão da democracia por seis meses?
Sinceramente, est@s tip@s tresandam a bolor por todos os poros, porque carga de água é que temos ainda que os ouvir?

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Jerónimo de Sousa em entrevista ao “Avante”

Jerónimo de Sousa em entrevista ao “Avante” considera que a CDU teve um bom resultado: “É um resultado que nos trouxe uma imensa alegria, tendo em conta que alcançámos um crescimento de votação superior a 70 mil votos e elegemos dois deputados “ e acrescenta que “Com os trabalhadores a serem o motor desta luta, outros sectores e camadas sociais também se juntaram à luta em defesa do Serviço Nacional de Saúde, da Segurança Social, do aparelho produtivo e da produção nacional. A lição maior que se pode tirar é que vale a pena lutar.”
A entrevista parece-me serena e, sem concordar com parte substancial das conclusões a que Jerónimo chegou – por isso não milito nem voto PCP – creio que estamos perante um homem, não apenas simpático mas com bastante clarividência politica, de acordo com os valores em que acredita.
Até mesmo em relação ao Bloco, alvo da adversidade de um certo PC, Jerónimo apesar de manter a acusação de que a imprensa optou “pela promoção de outros, designadamente do Bloco de Esquerda” manteve alguma contenção e nem mesmo o facto de se por em bicos de pé dizendo que os “comentadores, analistas, jornalistas e políticos fizeram foi demonstrar que o que mais temem é a CDU e o seu resultado.” Acrescentando que “A sua preocupação é tapar o resultado da CDU, promovendo o resultado do BE. E isto tem uma leitura política: que a direita económica tem, de facto, um receio – que é a afirmação da CDU como alternativa.”
Tirando este aspecto, enfim cada qual justifica os seus êxitos e os não êxitos como entender, a entrevista, contrasta seriamente com uma certa animosidade anti-bloquista perpetrada por militantes do PCP, algumas dessas opiniões ficaram registadas nas paginas do “Avante”. Reafirmo que, sem contar com estes aspectos, que fazem parte da natureza do PCP, Jerónimo de Sousa mostrou-se sereno e bastante lúcido, fazendo uma leitura política do momento presente muito clara. Aliás não tenho qualquer relutância em subscrever grande parte das afirmações do líder do PCP, pese embora o facto de nem sempre o que se diz corresponder ao sentimento.

Bloco - Encontro de Trabalho

No próximo dia 28 de Junho, o Bloco organiza o Encontro de Trabalho "Sindicalismo, os Códigos do Trabalho e Direitos dos Trabalhadores". O encontro tem lugar no hotel Berna, em Lisboa e inclui dois grandes temas: "O Código do Trabalho e as suas consequências" e "A intervenção sindical e os direitos dos trabalhadores".
O sindicalismo constitui um dos meus principais motivos de interesse, contudo não estarei presente neste encontro, e assim acontecerá em todos os que se realizarem sobre a mesma temática, por considerar que o Bloco tem uma "divida"(*1) para comigo relacionado com o sindicalismo na PT, onde pelo silencio deu cobertura a toda uma serie de calunias e traições.
Fiz a propósito do assunto uma exposição à Mesa Nacional, contudo e apesar da solidariedade manifesta por alguns camaradas, a exposição não mereceu resposta, ainda que alguns dirigentes me tenham dito por diversas vezes que o assunto não estava esquecido. Se não estava, está.
Para mim o assunto não está encerrado e como tal recuso-me a participar em farsas. Farsa porque aquilo que tanto criticamos a outros, nomeadamente a actividade do controleiro, acabou por ter reflexos na nossa casa. E o pior não foi o ter acontecido, o pior foi o silêncio que se lhe seguiu.
Eu não participarei no encontro, contudo faço questão de o acompanhar, nomeadamente através dos textos em debate.
Alguns dos textos de apoio para o Encontro de estão disponíveis.
Leia aqui a análise ao Código de Trabalho e a resolução sobre intervenção sindical. Também já está disponível o Boletim “Participação” de Junho/Julho Leia aqui o boletim em pdf.
(*1) - "Divida" é um modo de falar, o que eu critico é a não resposta.

Algo triste, diria mesmo deprimente!

Alberto Martins provavelmente não é capaz de, na qualidade de líder parlamentar do partido que suporta a arrogância de Sócrates, fazer melhor que aquilo a que se tem prestado nos debates parlamentares. É de facto muito pouco e pouco dignificante. Mas cada um sabe de si e Alberto Martins conhece as linhas com que se cose.

Samuel, no seu blog “O Cantigueiro” escreveu sobre a matéria e disse em síntese precisamente aquilo que eu sinto sem contudo o ter colocado na ponta da minha pena.

Leiam aqui.

É maluquinha contra o quê?


Manuela aposta tudo na bipolarização. “Cabe aos portugueses dizerem se querem manter José Sócrates ou se pelo contrário querem entregar o poder ao PSD”, diz ela.
Manuela aposta na aparente falta de memória dos portugueses, e já se imagina a cavalgar de novo o poder e com a sua mascara de ferro e insensibilidade social a impor-nos mais do mesmo.
Está enganada!
Os portugueses, apesar desse suposto handicap não esqueceram as mentiras de Sócrates e a sua arrogância e no passado dia 7 mostraram-lhe um cartão bem amarelo. Mas o PSD não ficou melhor na fotografia, os votos que teve foram os mesmos que provocaram a ultima hecatombe social-democrata com Santa Lopes a liderar o partido.
Manuela para ganhar credibilidade acena com um se for governo “Não aumentarei impostos” e espera que o pessoal acredite. Francamente, a sua governação, ela foi ministra não o esqueçamos, foi tudo menos exemplar. E no que confere aos impostos os aumentos que provocou não foram pequenos.
Manuela que disse não ser “maluquinha contra os comboios” [É maluquinha contra o quê?] entende que o país não se pode endividar mais. Se o país não estivesse endividado…
Enfim um discurso de economia de camponês, ao jeito de um tal Oliveira Salazar que não queria dividas e pretendia ter os cofres a abarrotar enquanto a malta penava as passas do Algarve. Por outro lado Ferreira Leite fala como se os governos do PSD se pudessem orgulhar do que fizeram enquanto gestores do país.
[Se não causar mau jeito, se, se lembrar Dª Manuela diga lá se faz favor onde foram parar os milhões que entraram no país quando vexas foram governo. (Em vexas incluo o Sr. Aníbal.) Onde para esse dinheiro?]
Pessoalmente considero que há investimentos faraónicos que podem comprometer gerações que devem ser bem ponderados. Não vejo por outro lado grande necessidade no TGV, trata-se a meu ver de uma “modernice” insustentável para quem tem tantos problemas de emprego e de pobreza. Contudo a Manuela Ferreira Leite falta-lhe autoridade moral para criticar esses investimentos, tanto que foi um governo, em que foi ministra, quem primeiro rubricou com Espanha esses acordos.
[Sobre o manifesto dos economistas, apenas lembro que a esmagadora maioria dos subscritores, foram ministros e estiveram ligados aos piores exemplos de gestão económica deste país. Alguns são os pais deste atoleiro em que nos encontramos. Não têm moral para falar.]
Ontem, ouvi um argumento interessantíssimo sobre o endividamento, consiste no seguinte:
“Se alguém se endividar para jogar no casino, estamos perante um mau negocio, uma divida ruinosa. Se, por outro lado o endividamento servir para tirar um curso ou algo que possa contribuir para a valorização das pessoas é um bom endividamento.”
Desconfio que na base do pensamento de Manuela Ferreira Leite, este raciocínio não funciona, digamos que ali funciona mais o raciocínio do pequeno agricultor, estilo politica de sobrevivência. Aqui um canteiro de couves, acolá de batata… arranca a batata, a terra está fresca, semeia feijão. Com todo o respeito para com os agricultores, de onde aliás provenho.
Manuela, vá pregar para outra freguesia, o seu discurso tresanda a bolor. Tem tanto de bolorento quanto o de Sócrates tem de incompetência e arrogância.

Luz ao fundo do túnel

Como consequência directa da vontade expressa pelos trabalhadores da Auto-Europa, em referendo estes perdem entre 350 a 400€ com a “lay-off” imposta pela administração (10 dias sem trabalho e sem vencimento até ao fim do ano). O Pré-acordo previa uma perca de 48€ (dois sábados no mesmo período de tempo).
Como é evidente foi a vontade dos trabalhadores quem assim o quis e estes, por principio têm razão. Os trabalhadores decidiram, está decidido. Não faz pois qualquer sentido nova votação.
Contudo a CT e os trabalhadores não devem dar o assunto por encerrado, porque a Administração, liberta de um acordo, não desistirá de reduzir os chamados custos de produção, onde se inserem os cerca de apenas 5% de custos de pessoal. É preciso manter a unidade e impedir que o ruído externo quebre o elo de ligação dos trabalhadores com a CT e esta mantenha o discernimento necessário para ultrapassar as vicissitudes do processo democrático em que apostou. Até porque esta não foi a primeira vez que a CT perdeu um referendo sem que tal tenha quebrado o seu elo de ligação à maioria dos trabalhadores.
É com grande satisfação que a CT encara a salvaguarda dos 250 postos de trabalho, bem como a manutenção dos dois turnos de produção.
A CT anunciou que vai “usar todos os meios legais para impedir a aplicação da “lay-off” e para o efeito convocou um plenário já para 2 de Julho.
Em conclusão pode-se afirmar que os trabalhadores da Auto-Europa e a CT, CT que livremente escolheram, continuam a dar provas de maturidade e elevada consciência democrática, sendo nestes valores que assenta a sua força e a sua unidade.
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Também editado no "Preia-Mar"

Salazar não diria melhor

A Associação de Pais dos alunos da escola do filho de Macário Correia, presidente da CM de Tavira, exige a retorno à escola do professor suspenso pelo edil. Recorda-se que Macário Correia suspendeu o professor na sequência de um acidente numa aula com um filho seu.
O edil responde que «enquanto uns se dedicam a “palhaçadas” nos fazemos obra». Salazar não diria melhor.
Em resume o senhor Macário, no uso das suas funções, ou abusando delas, permite-se ser juiz em causa própria, um seu filho tem um lamentável acidente e ele vinga-se no professor suspendendo-o.
Isto é apenas a ponta do “iceberg” em que se transformarão as escolas deste pais sujeitas ao livre arbítrio dos pequenos tiranetes que abundam por ai.

Negócios

Ao que parece a PT vai pagar a módica quantia de 150 milhões de euros [E não há dinheiro. Até onde chegariam se houvesse?] por 30% da Média Capital - dona da TVI – quando em números redondos “aquilo” não vale um centena de milhão.
Dir-me-ão, como diz José Sócrates, que são negócios entre privados. Será?
Então para que serve a “golden share”, para que servem as famosas 500 acções de ouro?
Mas o problema é que estes negócios acarretam sempre prejuízos e percas para os mesmos, para a malta que trabalha e produz, vendendo diariamente a sua força de trabalho e fabulosos lucros para os accionistas e gestores.
Está bom de ver, o Estado nada tem que ver com isto.
Mas se não tem se o estado não é o agente regulador, para que raio serve?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

PT - Comissão de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

Eleição dos representantes dos trabalhadores na Comissão de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho na PT Comunicações.

O processo está inquinado, na medida em que impede os trabalhadores de forma livre e independente de se candidatarem à Comissão. O processo depende dos sindicatos, nem mesmo a CT pode patrocinar uma candidatura. Trata-se de um regulamento corporativista que apenas serve para manter o status quo sindical e em nada contribui para a participação da “sociedade civil”. A lei não impede expressamente as candidaturas independentes, contudo o processo é de tal forma burocrático e cheio de obstáculos que dificilmente alguém se aventura na construção de uma lista independente.
Assim ao acto eleitoral do dia 29 apresentam-se três listas. A “A” patrocinada pelo SINTTAV, a “B” com o apoio do STPT, do SNTCT e do STT e a “C” do SINDETELCO.
Apesar da minha oposição ao processo de formação de listas fui convidado por um sindicato a encabeçar uma das listas, confesso que o convite me honrou, contudo recusei por entender que a minha participação no processo implicaria um entendimento entre as diversas ORT’s em vez de contribuir para o acirrar de clivagens.
Seria hipócrita se justificasse a minha recusa apenas por não haver entendimento entre as ORT’s. Essa foi uma razão evidentemente, outra assenta no facto de entender que o processo está inquinado pelas razões já expostas e por ultimo mas não menos importante, por não ter vontade de encetar diálogos com o SINTTAV e muito menos com o SINDETELCO depois de estes terem inviabilizado, mais uma vez uma plataforma de entendimento sindical que permitisse impedir a vergonha que foi a ultima assinatura do AE por parte das ORT’s. Se, aceitasse participar, teria que, para dar cumprimento ao ponto um dos meus três considerandos, que encetar conversações com essas estruturas sindicais.
Enfim, apesar das querelas, que não quero continuar a alimentar, não vou deixar de participar no acto e no próximo dia 29 o meu voto vai para a lista “B”. Os candidatos desta lista não são, enquanto trabalhadores e cidadãos, melhores que os outros das outras listas, têm porem um projecto que procurou a unidade e uniu três organizações sindicais e congrega também a simpatia da CT. A lista “A” é mais uma tentativa de afirmação do SINTTAV e a “C” na linha a que o SINDETELCO nos vem habituando, é mais do mesmo.
Eu voto “B”!

terça-feira, 23 de junho de 2009

Um passo atrás agora para dois passos à frente a seguir

(António Chora em solidariedade com a luta dos trabalhadores da PT)
[in coerencias] Um passo atrás agora para dois passos à frente a seguir

Os trabalhadores da Auto-Europa decidiram em plenário recusar trabalhar aos sábados, concretamente em seis sábados num ano, pagos como trabalho normal e não como trabalho extraordinário, no caso de um pico de trabalho o justificar, e para os trabalhadores que já tivessem beneficiado de 22 dias sem produção este ano. Em contrapartida não haveria despedimentos dos 250 trabalhadores contratados a prazo durante 2 anos, nem seria necessário fechar um dos turnos ou o recurso tipo lay-off.
Ao que li o pagamento de seis sábados como trabalho normal e não como extraordinário, grosso modo, significa uma perda por trabalhador de 150 euros num ano. Sinceramente 150 euros nada valem se do outro lado estão garantias importantes e extremamente solidárias como:

a) a garantia da permanência de emprego, durante 2 anos, para os 250 trabalhadores contratados a prazo
b)a garantia de continuação dos turnos, com todas as consequências, em termos salariais e como garantia do posto de trabalho
c) o não entrar em conflitos perigosos em tempos de refluxo do movimento dos trabalhadores.

Não será o melhor acordo, certamente. Haverá aproveitamentos da conjuntura para retirar regalias ou suspender direitos. Mas é um acordo bom. Especialmente porque salvaguarda princípios de solidariedade com trabalhadores precários, não cria dificuldades acrescidas à economia local, empresas e trabalhadores, que dependem da Auto-Europa.



É verdade que os trabalhadores da Auto-Europa, de alguns anos para cá, têm perdido algumas coisas, mas também parece ser verdade que em matérias de direitos, regalias, condições de trabalho, remunerações se encontram bem à frente de outros trabalhadores da mesma área de actividade. E tal deve-se em muito, não apenas à capacidade reivindicativa dos trabalhadores mas à capacidade, sagacidade, inteligência da Comissão de Trabalhadores e em especial do seu coordenador, António Chora, agora, mais do que nunca, atacado de forma infame por sectores ligados ao PCP. É olhar para alguns blogues e especialmente para as paletes de comentários injuriosos espalhados pela blogosfera.


Nota: Este texto foi retirado do "incoerencias" e é da responsabilidade do meu amigo e camarada Fernando Marques. Estou em total sintonia com o texto dai o "plagio" assumido.


As eleições ganham-se nas urnas, apenas nas urnas.

Cavaco Silva – pode ser que me engane, mas… – prepara-se para fazer mais um serviço ao PSD e marcar as autárquicas para a mesma data das legislativas.
Os argumentos de Aníbal Cavaco Silva são falaciosos.
São argumentos enganadores porque se baseiam em conceitos economicistas de gosto popularucho, do tipo economia de camponês.
Quando se argumenta com os custos das eleições, sobe-me um arrepio pela espinha, lembra-me o homenzinho de Santa Comba, para poupar nem as realizava.
[Homenzinho, uma gaiata! Ditador de Santa Comba.]
Por outro lado, argumentar como o fez com sondagens é, perigoso, tanto mais que as ultimas que se conheciam para as europeias eram unânimes a dar a vitoria ao Sócrates e ele sofreu uma estrondosa derrota. Invocar pretensas sondagens que apontam para esse sentimento, é profundamente errado e contraria os princípios da democracia. São eleições distintivas, não podem ocorrer no mesmo dia.
Cavaco Silva “maquilhou-se” e quis mostrar-nos um homem novo, democrata e tudo… mas o gene está lá, e cheira-me a que não será capaz de vencer os tiques de prepotência que tanto o caracterizaram enquanto primeiro-ministro.
Cavaco se quiser respeitar a democracia e a natureza de cada eleição só pode marcar as autárquicas para datas diferentes.
Duvido contudo que o faça.

Dor de cotovelo

A dor de cotovelo é como a dor de corno, dói que se farta. Dói na alma e cega, faz perder o discernimento e a clarividência a quem a tinha, quem já padecia dessas maleitas, então entra na fase da demência.
Em ambas, a essência da dor assenta numa pretensa rejeição. Rejeição que invariavelmente levam @s supost@s vitimas a atribuir ao prentens@ rival, o que de pior há à face da terra.
O PC não consegue disfarçar a dor – de cotovelo ou de corno, confesso que não sei – por se ter visto ultrapassado no nosso espectro partidário pelo Bloco de Esquerda. Os seus escribas de serviço, nos blogs, em opinião ou como comentário, despejam sobre o Bloco e os seus lideres toda uma panóplia de mentiras e insultos. Acreditam que dessa forma, reconquistam o povo. Isto para não falar nos insultos e nas mentiras expressas nas páginas do avante. O último escrevedor de serviço no Avante foi José Casanova, que pela pena parece antes um Casavelha.
A panóplia de insultos sobre o Bloco na blogosfera atinge as raias do absurdo. Contudo a pobreza de espírito que evidenciam e a falta de rigor político acabam por ser um precioso trunfo do Bloco de Esquerda.
Pobres coitados, ainda não perceberam que quantos mais insultos lançarem sobre o Bloco, mais se afastam do povo, mais se afastam das pessoas que com o voto expressam o sentido do seu apoio.
O PC que desde o 25 de Abril sonha com uma aliança com o PS, a celebre maioria de esquerda de que falava Álvaro Barreirinhas Cunhal, vêm agora sancionar o Bloco por, pretensamente, estar disponível para uma aliança com o PS.
Mas eles sabem que não é verdade, eles sabem que o Bloco não se presta a esse tipo de politica e sabem que o Bloco assumirá funções governativas apenas se o povo o quiser. Basta para tanto que o povo lhe confira nas urnas essa confiança.
O Bloco está em condições de afirmar e demonstrar que não faz politica dessa maneira. Contudo o PC terá serias dificuldades em resistir ao apelo se porventura o PS lhe acenar. A nível autárquico são largos os exemplos de alianças contra natura que o PC estabeleceu para se manter na esfera do poder, curiosamente alguns protocolos de entendimento foram estabelecidos com autarquias do PSD. No Porto, durante o primeiro mandato de Rui Rio o PC não teve relutância alguma em alinhar com ele. Em Castelo de Vide, o PC com um único elemento na Assembleia Municipal não teve pruridos em aceitar a presidência do órgão a troco de fazer maioria com o PSD.
Enfim, o PC tem muito experiência nesta matéria e julga que todos são da mesma tempera.
Está enganado!
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Também edidato no "O meu capote"

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Grupo de Amigos de Castelo de Vide presta homenagem a Salgueiro Maia

No próximo dia 1 de Julho, Sal- gueiro Maia completaria 65 anos, nesse dia o Grupo de Amigos de Castelo de Vide vai promover-lhe uma homenagem na terra em que nasceu, Castelo de Vide.
Esta é a segunda homenagem que o Grupo presta Salgueiro Maia, a primeira teve lugar no Largo do Carmo em Lisboa em Julho de 2004 (reedição da noticia de Julho de 2004 no então site do GACV).
No âmbito dessa primeira homenagem do GACV a Salgueiro Maia a CM “agarrou” a ideia/proposta do GACV de colocar uma placa evocativa do nascimento do insigne capitão na casa em que nasceu na Rua de Santo Amaro, e encarregou-se ela de o fazer.
Uma das figuras convidadas para homenagear o “nosso” capitão é Carlos Beato actual presidente da CM de Grândola (independente nas listas do PS). Carlos Beato integrou a coluna de Salgueiro Maia quando este obrigou Marcelo Caetano e Américo Tomaz a renderem-se. Recentemente Carlos Beato foi mandatário de Aníbal Cavaco Silva para o concelho de Grândola, provavelmente “por reconhecimento” pela obra de Cavaco, nomeadamente pela recusa deste enquanto primeiro-ministro, em atribuir uma pensão por serviços relevantes prestados à nação a Salgueiro Maia. Curiosamente, ou talvez não, Cavaco Silva atribuiu na mesma altura pensão a dois agentes da famigerada PIDE.

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Nota: Cada qual responde por si e eu actualmente não faço parte dos órgãos executivos do GACV, sou membro da mesa de Assembleia-geral, se ainda fizesse, da mesma forma que propus a homenagem de 2004, opor-me-ia agora à inclusão do nome de Carlos Beato na homenagem a Salgueiro Maia
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[Também publico em "O meu capote"]

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Estranho silêncio

Há um estranho, diria extraordinário pacto de silêncio, embora perturbador, por parte das ORT’s, da CGTP, do Sindicato dos Metalúrgicos, da União dos Sindicatos de Setúbal em torno da recusa, legitima aliás, dos trabalhadores da Auto-Europa em rubricar o pré-acordo de entendimento estabelecido entre a CT e a Administração.
Tenho ideia que no fundo todos queriam o fracasso do pré-acordo, no entanto consumada a recusa ninguém sabe o que fazer com a “criança” que lhes caiu nos braços. Todos a queriam, mas agora ninguém é pai.
Longe de mim, criticar a soberana decisão dos trabalhadores, provavelmente se trabalhasse na Auto-Europa teria alguma relutância em votar “SIM”. Relutante talvez, mas ponderada a correlação de forças e o momento presente, o mais provável seria votar “SIM”.
Aqueles 250 trabalhadores que estão na iminência de não renovar contrato, provavelmente não tiveram hesitações e o seu voto foi o “SIM”, o mesmo aconteceria com aqueles trabalhadores que trabalham nas pequenas empresas que dependem da Auto-Europa, esses se tivessem oportunidade também votariam “SIM”.
Mas, deixando de lado os “ses”, até porque a história não se escreve na base do “se”, a verdade é que a decisão está tomada e o pré-acordo foi rasgado.
Cabe agora, como já escrevi, à CT e aos trabalhadores descobrir a adequada resposta, estou certo que a encontrarão.
Mas, e aqueles que esfregam as mãos de satisfação pelo fracasso do pré-acordo, não têm uma palavra a dizer?
Há silêncios que ecoam mais alto que os berros!

Nota: Não acho que os trabalhadores que votaram “Não”, ao fim e ao cabo a maioria dos trabalhadores da Auto-Europa o tenham feito de ânimo leve, provavelmente estão fartos de perder, enquanto à sua volta, uns poucos ganham cada vez mais. Penso contudo que há recuos que trazem ganhos dobrados.

Não era Lenine quem defendia a teoria de “dois passos atrás, um passo à frente”?
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Também editado no "Preia-Mar"

Morreu Carlos Candal

Republicano dos sete costados e homem de combates.
Outros, mais habilitados que eu, amigos e camaradas de partido certamente, não deixarão de evocar a figura do politico e enaltecer o carácter do homem.
Por mim, quero apenas inclinar-me perante a memória de mais um resistente que parte e recordar apenas que ele foi autor do “Manifesto anti-Portas em Português Suave” um libelo sarcástico e corrosivo contra Paulo Portas e Pacheco Pereira, algo que vai faltando na nossa politica.
Lembrar também a ousadia, faça-se a leitura que se fizer do seu verbo, quando perante a indignação de Paulo Portas – a propósito de Candal ter falado no lobby gay – ameaçou dar-lhe “umas bengaladas”. Candal terá respondido: "Um homem não ameaça dar umas bengaladas, um homem dá uns murros no focinho", ou algo parecido.
Evidentemente que este meu registo não é politicamente correcto. Mas convenhamos, sem questionar a orientação sexual de cada um, nem pretender servir-me desse tipo de expedientes para o meu combate político, a verdade é que a resposta de Candal foi adequada.
Há uma versão mais soft que diz que o Candal na resposta a ameaça das “bengaladas” do Portas terá dito: "Não lhe dei uns murros (ou umas bofetadas) porque não tem onde as apanhar."
Aqui para nós que ninguem nos ouve (lê): "As que caissem no chão era as que se perdiam."

quinta-feira, 18 de junho de 2009

José Sócrates Prime Minister of Portugal

Esta recebi por mail.



"Beverly sócrates"

José Sócrates, é um dos clientes da mais exclusiva (e cara) loja de Beverly Hills, onde só entra um cliente de cada vez, com hora marcada, e todo o staff de empregados ao seu dispor...
Com direito a nome escrito no vidro da montra, claro!


É o primeiro-ministro do país mais atrasado da Europa e líder de um governo que nos conseguiu atirar ainda mais para a cauda da Europa e atolar-nos em dívidas no estrangeiro até, pelo menos, ao ano 2050!!! Aaaahhhh! Mas é um dandy, este nosso primeiro-ministro! (E nem todos se podem gabar de ter um assim!... Ora bem!...)Soube-se agora, pelo jornal
online i, que o nosso dandy, é cliente de uma das lojas mais caras do mundo!...Sim, sim! O primeiro ministro português, que declara às Finanças ser um "teso" que só ganha 5 mil euros por mês, tem o seu nome escrito na montra da loja de novos ricos, da rua Rodeo Drive, (já de si uma rua cheia de lojas hiper luxuosas) em Beverly Hills (Los Angeles), Califórnia. Vejam a fotografia... Lá está o nome, José Sócrates, só que, a seguir, tem o pouco feliz título de Prime Minister of Portugal! Mas porque raio não lhe puseram antes o título de "engenheiro pela Universidade Independente"??? Sempre nos deixava a todos fora desta verdadeira afronta!...

Inventário


Que é feito do Luís Cilia?
***

Inventário

Adriano vai na memória
Dos séculos que há na canção
Que persiste em ver na História
O reverso desta ilusão.
Vai a glândula cantando o Zeca
O Sérgio está mais gordinho
O Fausto ficou careca
E eu feito num desalinho.

O GAC perdeu o pé
Tropeçou, caíu no poço
Canta o Graça um fado em ré
Diz o Branco um Padre Nosso.
Nas maminhas da Maria
Não há ninguém que não toque
Há guerra na Academia
Quando o Coiro canta o rock.

A velha diz que se mata
O Partido perdeu a linha
Só por causa do Barata
Querer cantar prá criancinha.
A canção do punho erguido
Partiu o punho, que chatice.
Matei o porco, fiz um enchido
Fiquei cheio de aldrabice.

Eu, disco d'oiro e tu, de prata
Reina a selva na canção
Há quem faça discos de caca
P'ra ver se chegam ao milhão.
Já cantaste na Patagónia
Em Badajoz e no Seixal
E como vives da Parvónia
És uma star internacional.

Quem não sabe fazer nada
Quem não lê e escreve mal
Vai prá polícia montada
Ou p'ra crítico musical.
Diz do primo, que esse é que sim
E do cozido, que é português
Vai dizendo mal de mim
E apadrinha dois ou três.

Agora, para ser artista
É preciso ir à TV
Ao concurso pluralista
Bardamerda, vá você.
Quem perde no Festival
Da canção dos vomitórios
P'ra consolo do seu mal
Meta três supositórios.

Vi um burro comer alpista
Vi voar um camaleão
Um general que é pacifista
E que não gosta do neutrão.
Vi uma bomba que é uma ofensa
E vi a outra, que é muito boa
Só não vi foi a diferença
Se uma delas cai em Lisboa.

Vou mudar de profissão
Ninguém ouve o meu recado
Isto não dá nada, não
Vou, mas é, p'ra deputado.
Porque a minha cama é fria
Não vou ficar ao relento
Espero ir dormir um dia
Nas sessões do parlamento.

Depois desta canção
É que vou ouvir das poucas
Mas aceito a condição
De Cília. o Manda Bocas.
Parece que canto mal
Ao que diz o Índio Chupista
Que até chupa o Capital
P'ra mostrar que é progressista

Luís Cilia

http://www.luiscilia.com/index_ficheiros/inventario.htm

Uma senha de Abril

A José Calvário

E depois do adeus



Faleceu o Maestro José Calvário

Compositor de "Flor sem tempo" e "E depois do adeus", entre outros êxitos da música ligeira portuguesa faleceu ontem. O maestro José Calvário ficará para sempre ligado ao conjunto dos mais belos êxitos da música ligeira portuguesa. “Festa da Vida” foi outra das extraordinárias canções dos anos setenta que orquestrou. Sinto, com a sua partida, mais um vazio na memória… Reavivam-se as saudades de um tempo que, sendo de má memória, tinha apesar disso coisas tão belas…




E agora António Chora?

Os trabalhadores da Auto Europa rejeitaram, por magra vantagem, o pré-acordo que a CT liderada pelo meu camarada António Chora, cuja visão politica não subscrevo integralmente, estou certo de que os trabalhadores e a CT, conseguirão o entendimento necessário para estabelecer um acordo que honre os trabalhadores, salvaguarde a maioria e os principais direitos alcançados e que possa ser aceite pela administração.
Sendo certo que a pressão sobre os trabalhadores e sobre a CT vai crescer – e vai haver pressão de um e outro lado, incluindo sectores ditos do lado do trabalho, mas que em boa verdade estão verdadeiramente apostados no insucesso destas negociações – não é menos verdade que esta não é a primeira rejeição por parte dos trabalhadores a um pré-acordo estabelecido pela CT e pela administração da Auto Europa.
Não é dramático, é apenas mais um teste à liderança daquela CT e a sua capacidade de trabalhar no fio da navalha.
Outro facto que desde já urge valorizar tem a ver com o princípio de referendar acordos entre os interessados, mas referendar com debate e discussão, não apenas para inglês ver. Bom seria que outras ORT’s, nomeadamente as que em surdina criticam o pré-acordo, fossem capazes de ouvir os seus associados. Se o fizerem, provavelmente teriam desagradáveis surpresas.
António Chora – acabo de o ouvir – não dramatizou, tão pouco se mostrou assustado ou acossado e deu mostras de saber encontrar o caminho, uma solução de compromisso e até de alguma flexibilidade que não envergonhe o trabalho e possa ser aceite pelos trabalhadores. Até porque, como muito bem foi lembrado, está muito calor, mas a incerteza meteorológica não aconselha a arrumar já o chapéu-de-chuva.
De uma coisa tenho a certeza, daquelas negociações depende o futuro de muita gente, e nem todos podem ser chamados a decidir sobre elas. Seria bom que quem tem aquela arma tão poderosa na mão – o poder de decidir sobre o acordo – antes de a usar pensasse também neles.
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Também edidato em "Preia-Mar"

É preciso não ter pitada de vergonha!

Todos sabemos que a introdução do tema TGV em Portugal é obra de um governo, do qual José Pedro Aguiar-Branco foi ministro.
Independentemente do que cada um pensa sobre o assunto – Eu faço desde já a minha declaração de interesses sobre a matéria. Assim apesar de o partido em que tenho votado, não se opor ao TGV, eu sou totalmente contra a iniciativa. Considero-a fútil e desnecessária, não acrescenta nada de significativo ao que temos e é incomportável para a bolsa dos contribuintes portugueses, os quais, se o processo for avante, acabarão por ter que o pagar e, por outro lado, é um empreendimento que vai invariavelmente comprometer uma geração que não pode ainda ser ouvida. – entendo que tem que haver honestidade na argumentação, seja ela a favor ou contra. Pois bem, ontem Aguiar-Branco deve o despudor e o descaramento de, tal como o fez nos últimos dias, manifestar total objecção ao projecto.
Mas afinal em que ficamos? Não foi o PSD e o governo onde Aguiar-Branco foi ministro quem assumiu os primeiros compromissos sobre a matéria? Então o TGV é bom se for obra do PSD e é mão se for obra do PS?
Francamente, vergonha e ética não abundam naquela bancada.

Nota: Do debate da moção de censura de ontem ressalta ainda um primeiro-ministro a tentar uma nova imagem, mais cordata, mais humilde… porem a ser traído pela sua própria natureza, em cada instante e em cada interpelação. O homem não tem emenda é mesmo assim e quer continuar nesse mesmo rumo

terça-feira, 16 de junho de 2009

Europeias 2009 - Resultados finais


Um ancião reconhecido.

Mário Soares, cuja lucidez aos oitenta e tal anos, faz inveja a muita gente, tem tanto de lúcido quanto de gratidão.
Soares é um homem agradecido, um ancião reconhecido.
Soares não esquece favores nem quem de alguma maneira o distinguiu.
Quando o bom senso aconselhava a calçar as pantufas e a cingir-se ao papel de “reserva da nação” eis que o velho Mário coloca o elmo e de lança em riste propôs-se travar Aníbal.
Mais que o bom senso, falou então o “animal político” que vive dentro dele.
Teve adversários à sua altura, internos até – estou a lembrar-me de Manuel Alegre – mas foi o apoio decisivo do actual timoneiro do partido que fundou que o fez catapultar-se para aquele combate desigual.
Ao invés da prestação de Manuel Alegre, o resultado obtido por Mário Soares foi decepcionante. De tal maneira que nem o contagiante sorriso de Joana Amaral Dias quebrou o gelo daquela noite eleitoral socialista, digo soarista. Soarista porque, ao contrário do que se possa imaginar, o verdadeiro candidato de José Sócrates ganhou as eleições daquela noite.
As pequenas querelas que têm nos últimos tempos oposto Sócrates a Cavaco, são circunstanciais, nada para levar a sério. Hecatombe eleitoral “socialista”, foi no passado dia 6. E será ainda mais pesada nas legislativas do final do ano, se a amnésia não tomar conta de nós.
Mas, para Soares escrevia, o que importou verdadeiramente foi os apoios e os desapoios. Manuel Alegre ficou marcado, Soares jamais lhe perdoará a afronta. Em contrapartida, Sócrates é credor da sua gratidão.
A tal ponto que nem mesmo depois do descalabro eleitoral socialista nas europeias, Soares deixou cair o novo amigo. Novo. Novo claro, antes das presidenciais, Soares [na campanha do filho João] mimoseou José Pinto, também conhecido por Sócrates, com alguns mimos pouco condizentes com o que hoje publicamente diz de Sócrates.
Adiante! O descalabro eleitoral é inteiramente da responsabilidade do ex-militante da JSD e actual líder do PS. Claro, outros rapazolas também têm a sua cota parte de responsabilidade no processo. Lurdes Rodrigues, Augusto Santos Silva, Correia de Campos, Pinho e tantos outros são igualmente responsáveis, mas Sócrates é o rosto da política do governo. Ele é o responsável pela derrota e pela politica governamental. Mas não para Soares.
Soares continua assim a pagar a factura do apoio “socrateriano”. Hoje no D.N. Mário Soares escreve que é injusto, como “o futuro o demonstrará” a penalização que o eleitorado impôs a Sócrates.
Eu acho que tudo isto é apenas gratidão, mas vezes há em que… sei lá a idade não perdoa…

Algo vai mal no reino da educação

Quando por mês em média se reformam 429 professores, a meio do ano lectivo inclusivamente. A minha filha perdeu dois professores por esse facto no início do terceiro período. Quando tal acontece e em muitos casos com penalização para os próprios professores, que as preferem a continuar no sistema, qualquer pessoa bem formada deve questionar-se com o que se está a passar. Algo vai mal, muito mal, no país quando uma classe profissional com o peso estratégico desta classe, desiste.
Sim desiste. Mas nem sempre a desistência é sinónimo de cobardia, diria antes que são actos de profunda lucidez.
Repito, não critico os professores por decidirem aposentar-se, antes pelo contrário, se estivesse em circunstâncias iguais não hesitaria um só instante em antecipar a reforma. Antecipar é uma maneira de falar, na verdade a equipa ministerial, mudou as regras do jogo a meio, logo não há uma antecipação. Mas, continuando, só por puro masoquismo quem pode sair se mantém no sistema.
Aquela equipa cujo principal responsável é Sócrates, mas onde imperam figuras como Lurdes Rodrigues, Valter Lemos e Jorge Pedreira, para não falar nos pequenos tiranetes que a nível regional vão fazendo das suas, só pode esperar que os professores batam com a porta.
O país não aguenta mais esta gente, o país não pode pactuar com o hipotecar do futuro a toda uma geração.

Chega! Pim!

"Nós, europeus."

Vital afinal vai apoiar Barroso para novo mandato nas europas.
Surpresa? Para mim não!
Se lhe faltava tudo o mais porque havia de Vital manter a palavra?

Uma afronta. Uma grande afronta!

A transferência de Cristiano Ronaldo para o Real Madrid pelas quantias envolvidas, cerca de 100 milhões [a mais alta em termos de verbas envolvidas feita até ao dia de hoje] para alem dos vencimentos, muito próximo dos 15 milhões, constitui uma afronta aos homens e mulheres, aos jovens e menos jovens, aos pobres e aos remediados do mundo, mas sobretudo aos espanhóis, particularmente aos perto de 20% que não têm emprego.
É um facto indesmentível, ao futebol e aos seus agentes, permitem-se todas as loucuras. É certo que o futebol serve antes de mais para descarregar a adrenalina e aliviar tensões. Sobretudo tensões sociais.
[Perdeste o emprego?
Toma lá bola… Grita e diverte-te com os golos dos teus ídolos.
Passas fome? A família não tem que comer?
Que se foda a família! Tu queres lá saber dela…O que é isso quando comparado com um golo fantástico de Ronaldo?]

Mas será que vamos continuar a alimentar esta loucura?
O problema não é apenas a “loucura social”, a questão está relacionada com as lavagens de dinheiro que o futebol, determinado tipo de futebol, permite, mas não só.
A maioria dos estádios está às moscas. Se não há publico, de onde provêm as receitas?
Por mim poderíamos começar por impedir que a televisão pública continue a subsidiar o futebol profissional.
Se desistir da bola a televisão perde a guerra das audiências? Mas… e daí!?

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Legislativas 2009

Para quem diz que o Bloco é apenas um partido de protesto talvez queira saber que o Bloco de Esquerda colocou em debate público o seu programa eleitoral para as legislativas de 2009.
Da primeira fase de debate, a Mesa Nacional do Bloco elaborou um primeiro guião para o programa para ser submetido a uma segunda ronda de discussão. As sugestões e propostas, de alteração, de acréscimo, de argumento, estão abertos a todas e todos quantos queiram participar. O texto do programa será finalmente apreciado pela direcção do Bloco de Esquerda em finais de Junho.

Acompanhe a discussão no site: http://igualdade.bloco.org/
Envie o seu contributo para igualdade@bloco.org

Cuidado com eles


O PCP teve um papel importantíssimo na resistência à ditadura. Um papel não apenas importante como fundamental no derrube da ditadura.
Ao PCP e ao altruísmo dos seus militantes, à dedicação e à extraordinária coragem de muitos comunistas devemos a conquista da Liberdade em Abril de 1974. Não apenas a eles é certo, mas sem o seu esforço, abnegação e coragem a luta poderia não ter um corolário como o que teve.
Porem, de Abril para cá, as direcções do PCP e de um modo geral todo o seu aparelho, se auto intitula como o guardião da liberdade e tal como os fascistas, perdoe-se-me a comparação mas de facto assim é, quem não é por eles é contra eles. Mas, mais grave ainda, se porventura alguém do mesmo campo, homem ou mulher, jovem ou adulto, só ou organizado se atreve a “mijar fora do penico” cai o “Carmo e a Trindade” e todos à uma lhe caiem em cima. E quando assim é o PCP não olha a meios.
Antes do 25 de Abril, chegaram a denunciar nas páginas do Avante a entrada no país de resistentes que tendo sido comunistas, ou continuando a seguir a doutrina, saíram do PCP. No Verão de 1964, depois de visitar a Albânia e a China, Francisco Martins Rodrigues tentou instalar no interior do país a direcção da CMLP. O PCP não teve nenhum prurido em denunciar nas suas páginas a entrada no país de combatentes da liberdade que se atreveram a discordar da opinião do PCP. O modo como o Avante informou os seus leitores é bem demonstrativo da hostilidade, tanto mais que o PCP sabia que a PIDE apanhava o jornal: sob o título “Cuidado com eles”, o Avante anuncia que “Manuel Claro e João Pulido Valente, dois renegados pertencentes ao grupelho provocatório de Francisco Martins Rodrigues, todos eles expulsos há tempos do Partido Comunista Português por actividades cisionistas e aventureiristas” entraram no país e têm espalhado “calúnias contra a linha do Partido e contra a sua Direcção, tentando arrastá-los para o seu lado na actividade provocatória contra o Partido”, constituindo a sua acção “uma autêntica provocação tendente a identificar-se com a acção do próprio inimigo” (Dezembro de 1964, n.º349).
Agora o PCP não faz denuncias análogas, a liberdade alcançada retira qualquer efeito à bufaria. Agora o Avante calunia e dando mostras de indigestão permite-se publicar nas paginas do Avante textos desta ídolo.
Para não descer ao mesmo nível fico-me por aqui… na certeza de que o PCP não vai baixar os braços e mais que uma espinha atravessada na sua garganta, o Bloco transformou-se, sem o desejar evidentemente, no alvo dos seus ódios de estimação.
Malhar no Bloco funciona como uma catarse para o PCP, uma espécie de purificação… no purgatório da sua caminhada para a extinção.

Uma provocaçãozinha: Ouvi dizer que a célula de Algeruz(*) é já a maior célula do PCP em Setúbal. Será verdade?

(*) Cemitério Municipal de Setúbal
Nota: Aos camaradas, amigos e familiares que militam no PCP, quero desde já declarar que não tenho animosidade nenhuma contra o vosso partido, porem não suporto mais as provocações e a dor de cotovelo que vai pelas bandas do Hotel Victória.
Quem não se sente, não é filho de boa gente, e eu prezo muito as minhas origens!