Este texto foi remetido ao Noticias de Castelo de Vide, com pedido de publicação. Certamente por lapso, ou por outra qualquer razão não foi publicado, assim o autor entendeu publicar neste espaço. O efeito não será o mesmo, mas quem não tem cão caça com gato....
Em Setembro, se tudo correr como o planeado, os “Carapetos” voltam a confraternizar. Contrariamente aos anteriores encontros, desta vez, julgando interpretar um sentimento generalizado entre esta numerosa família de Castelo de Vide, a organização convida todos os “Carapetos” e respectivos afins a estarem presentes no convívio, que se quer participado e alegre. Para o efeito recuaram uma geração e tomaram como raiz comum Manuel do Nascimento Carapeto, pai do patrono dos anteriores encontros.
Deste antepassado, a organização lamenta não possuir dados significativos. Sabendo contudo que terá nascido em Castelo de Vide por volta dos anos cinquenta do Séc. XIX; que gerou uma prole de cinco rapazes e uma rapariga e que se dedicava à agricultura, actividade que muitos dos seus descendentes também se dedicaram.
Certo é que no lugar do Brejo, outrora em grande parte pertença dos “Carapetos”, a casa junto à “Fonte do Cortiço” ostenta na chaminé, para além da data Abril de 1913, as iniciais MNC e VAJ que, dizem os Carapetos mais antigos, corresponde as iniciais dos avós que seriam precisamente Manuel do Nascimento Carapeto e sua esposa Victória de Alegria. Aqui surge uma imprecisão a que o encontro de Setembro poderá dar resposta. A letra “J” da segunda sigla não encontra tradução no apelido da ancestral Victória de Alegria, tanto quanto se sabe o seu sobrenome começaria por “B”, concretamente seria “Busca” e não “J” como as iniciais parecem indicar.
A título de curiosidade não podemos deixar de fazer uma pequena referência ao anexim comum à família ou apenas um dos seus ramos. Castelo de Vide é pródigo em “Alcunhas”, que aqui denominamos por anexim. Os “Carapetos” como seria de esperar não fogem a esse fadário. Na realidade, tal como o meio em que o anexim germina, o mundo rural, também está em crise, diríamos mesmo em desuso. Apesar disso, pelo menos um ramo dos “Carapetos”, é ainda hoje conhecido por “Sanins”.
O anexim tem por base uma característica do visado, um costume, uma mania, algo que lhe é singular. Alguns dos anexins transformaram-se em apelidos ou cognomes e a verdade é que apesar de perseguirem o indivíduo para toda a vida, constituem ainda assim um factor identitário a que regra geral se recorre para facilitar a identificação.
Pois bem no próximo dia 25 de Setembro, reunindo à mesa um significativo número de Carapetos - Reavivamos o convite a todos os descendentes e afins de Manuel do Nascimento Carapeto para a grande confraternização no Salão Jardim. – não enjeitaremos pois a oportunidade para tirar a limpo a origem do peculiar anexim. A versão corrente diz que um tetravô, ainda criança foi incumbido de ir comprar um litro de sal. Para não se esquecer pelo caminho foi repetindo: um litro de salinho, um litro de salinho … A lenga, lenga acabou por baralha-lo ao ponto de a partir de determinada altura soletrar qualquer coisa parecida com “saninho”, a confusão foi tal que na venda acabou por pedir um litro de “Sanim”.
E Sanim ficou.
Sem orgulho, não é caso para tal, tampouco com vergonha, porque não se justifica, Carapetos ainda há que respondem ao anexim Sanim como se apelido fosse.
Sou João Carapêto tenho 59 anos e gostava de saber se por acaso ainda pertenço à familia de Castelo de Vide. Os dados que tenho sobre a familia.
ResponderEliminarO meu bisavô era natural da Vidigueira e chamava-se Francisco Carapeto tendo sido agente da policia no reinado de D.Carlos,se souberem alguma informação agradeço.