Não vou mudar o sentido das coisas, este blog continuará a funcionar como escape, como eco das minhas angustias pelo estado a que deixamos chegar esta “coisa”, funcionará até como catarse ou expiação dos meus próprios “pecados” por esse mesmo estado ou Estado.
Esse estado afere-se também pelo estado do nosso património.
Este verão depois da praia tive oportunidade de visitar Terena, na sequência de um projecto pessoal que visa calcorrear os santuários alentejanos. Gostei, do santuário e da aldeia, e aconselho vivamente a visitar esta «jóia da arquitectura religiosa do século XIV, templo-fortaleza de planta cruciforme, rara em Portugal, construído em forte cantaria granítica, coroado e ameias muçulmanas. Nas fachadas norte, sul e poente, abrem-se pórticos de arcos ogivais, góticos e estreitas frestas medievais, encimados por balcões defensivos, com matacães (por onde se jorravam líquidos a ferver, em caso de ataque), decorados com pedras de armas reais portuguesas. O conjunto da fachada principal é ainda enobrecido por singelo campanário, acrescentado no século XVIII.»
Aproveitando a passagem por aquela região desloquei-me a Jurumenha, sentinela do rio Guadiana, que corre a seus pés.
A frustração foi total!
Não pelo lugar, não pela história que se perscruta em cada pedra, desde a então Chelmena muçulmana até à Jurumenha cristã esta terra é riquíssima de história e património, mas pelo abandono a que as entidades responsáveis votaram este lugar. O mato cresce livremente por entre aquelas pedras, aquelas ameias, muralhas e igrejas…
Aqueles nacos de história, aqueles rios de suor e sangue das gentes que a escreveram com coragem e determinação ao longo dos séculos merecia outro respeito que não o estado de total abandono a que foi votado pelas entidades competentes.
No país do simplex não se entende a dificuldade em dar um ar apresentável ao castelo de Jurumenha.
Tenham em vergonha!
O mato no interior da fortaleza chega a ter a altura de um homem como se pode ver na foto de cima e na seguinte.
As igrejas, as duas que estão no interior do castelo estão completamente degradadas e com obras paradas vai para muitos anos.
Sem comentários:
Enviar um comentário