terça-feira, 12 de maio de 2009

Abertura

Reestruturação

Depois de mais de um mês em experimentalismos vários, tentando intervir por esta via em três palcos distintos, Castelo de Vide vs Alentejo e Setúbal, numa perspectiva de intervenção politica, e uma terceira faceta de carácter intimista, entendo que a mistura de temas e de áreas, acaba por ter um efeito dispersivo sem nenhuma delas cumprir os seus objectivos. Assim entendi dar corpo às três áreas em campos distintos, ainda que interligados.
Castelo de Vide e Alentejo ficam alojados no http://omeucapote.blogspot.com/; Setúbal fica atracado na Preia-Mar, em http://xarrocadas.blogspot.com/ e a intervenção de carácter generalista, intimista até, vai para o Ribeiro da Fonte em http://ribeirodafonte.blogspot.com/ .

Nota: Esta reestruturação não anula os “posts” temáticos alojados até agora n’O meu capote contudo serão colocadas cópias de cada um no respectivo espaço.

JotaCê

***
Terça-feira, 21 de Abril de 2009

Elegi, o Alentejo mas sobretudo o meu concelho de naturalidade – Castelo de Vide – como palco privilegiado para a minha intervenção cívica, com base na opinião, neste espaço da blogosfera. Assim continuará, muito embora possa canalizar esse tipo de intervenção para o "Ribeiro da Fonte", se alguns amigos com quem penso partilhar aquele espaço estiverem dispostos a aceitar o desafio, apesar dessa eventualidade, este será sempre o meu espaço… digamos que será o capote que me aconchega no inverno, quando o frio aperta, e me protege quando o calor abafa.
O que tapa o frio, tapa também o calor, diz o nosso povo. Que assim seja... Veremos, o futuro é o melhor juiz nestas coisas…
Contudo, e sem me afastar desse postulado, não deixarei de expressar as minhas opiniões sobre outro palco que de igual modo incorpora a minha área de afectos, e onde a minha intervenção cívica ultrapassa o campo da opinião, refiro-me a Setúbal e as suas gentes. Assim de quando em vez não deixarei de postar sobre Setúbal, tanto mais que é em Setúbal que ganho o meu pão, e, ou sobretudo, porque esta é a terra dos meus filhos.
Evidentemente que a politica de âmbito nacional estará sempre no meu horizonte. Muito embora a primazia, repito, continue a ser Castelo de Vide e a urgência que tenho em contribuir para um rumo novo para o concelho.

***

Sexta-feira, 3 de Abril de 2009

“O sonho comanda a vida” (1)
Há quem abjure a sua própria juventude, quem se envergonhe do passado.
Para esses a irreverência juvenil, a sua própria natureza, não passou de um conjunto de devaneios, de disparates… Outros, falam desse tempo, como um tempo vivido do lado errado – o lado errado da história como lhe chamou Augusto Santos Silva, referindo-se ao seu próprio percurso – por oposição ao lado certo, suponho, que agora trilha.
Como ele, outros mais, alguns chegaram mesmo ao topo da hierarquia… daquela que supostamente combateram, quando jovens.
Pobres coitados, penso!
Ao invés, sinto-me bem na minha pele. Por isso não me renego, nem renego passado algum. Antes pelo contrário, orgulho-me muito do que fiz, sabendo que muito de tudo isso foi circunstancial.
Circunstancial, na medida em que os acontecimentos ultrapassaram largamente a minha vontade, o meu saber, a minha disponibilidade…
Tive a felicidade de viver um tempo único e porventura irrepetível, que foi o 25 de Abril com pouco mais que 15 anos. E isso, meus senhores, nunca me roubarão. Podeis destruir-me os sonhos, utopias se quiseram, mas jamais podeis roubar-me o tempo vivido, e nesse está o 25 de Abril de 74, o PREC, a Reforma Agrária, as nacionalizações, a rua… enfim, os tempos felizes…
Por isso em nome de nenhum utilitarismo ou seja lá aquilo que quiserem renego a minha juventude, tampouco o meu passado. Quero continuar a olhar-me sem corar de vergonha. E quero que os meus filhos não se envergonhem de mim.
Tenho dó, compaixão daqueles que perderam a capacidade de sonhar.
E tenho uma raiva danada daqueles que nos querem destruir essa capacidade. Que nos querem destruir a esperança e o perspectivar do futuro, sonhando-o, que o mesmo é dizer vivê-lo por antecipação.
Na verdade «(...) Haja ou não haja frutos, / pelo sonho é que vamos. / Basta a fé no que temos. / Basta a esperança naquilo / que talvez não teremos. / Basta que a alma demos, / com a mesma alegria, / ao que desconhecemos / e ao que é do dia a dia(...) » (2).
Recuso-me pois a desistir de contribuir activamente para um mundo mais justo, e porque assim penso quero agir, quero intervir. Modestamente é certo, mas ainda assim não enjeitarei a oportunidade de opinar, de responder as chamadas que as circunstancias e a vida determinarem.
Não quero nem sei desistir, porque em boa verdade não consigo ficar indiferente, fingindo que não é nada comigo e continuar a assobiar para o lado…
Opinião – uma das muitas formas de exercer a cidadania – é o que por aqui poderá encontrar. Podendo generalizar, não deixarei contudo de me focar na minha terra – Castelo de Vide – como forma de influenciar tanto quanto o engenho me ajudar a mudar o rumo da nossa vida colectiva, a qual tem, na minha opinião andado muito mal entregue. Por culpa nossa evidentemente!No campo da política, partidária ou não, situo-me claramente à esquerda, e sou defensor de um projecto que una a esquerda. A grande esquerda, mas sem equívocos.
Por tudo isto, a opinião que aqui expressar será sempre comprometida.
Comprometida, que não tutelada!
:
JC
(1) – António Gedeão
(2) – Sebastião da Gama