segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Coisas de velho…

Quando em 1979 o ditador do Irão Mohammad Reza Palevi, foi derrubado, na Europa olhamos com simpatia para o novo regime que nascia sob a liderança de um Aitolá que vivera exilado em Paris.
Regressado ao país, onde as massas tinham derrubado o Xá Reza Palevi, Ruhollan Khomeini, o Aitolá de Paris, acabou por instaurar o regime dos Aitollás no Irão. É certo que o ditador Reza Palevi foi responsável por uma ditadura inqualificável, porem e no que confere por exemplo ao papel da mulher iraniana, a verdade é que o regime dos Aitollas fez regredir a sociedade iraniana. Mas a nossa confiança inabalável nas massas populares e na sua “sabedoria” preferiu ignorar o que a recepção ao Aiatollá Khomeini deixava transparecer. Os fundamentalistas exultavam enquanto na Europa entoávamos hinos à liberdade que espreitava em Teerão…
Hoje no Egipto o povo na rua exige a “cabeça” de Mubharak. Pressentindo o sentido dos ventos da história a policia desapareceu das ruas e o exercito não sabe bem para que lado cair. Diz-se que poucos serão os que ainda prestam vassalagem ao ditador. Mubaharak parece ter os dias contados.
Consequência da turbulência que varreu da Tunísia a ditadura? Talvez!?...
Os noticiários dizem que amanhã os egípcios querem um milhão de pessoas na rua para expulsar Mubharak do poder.
Na Europa não nos surpreendemos. A revolta popular já era esperada.
E a Europa como vê as manifestações de júbilo e apoteose pelo regresso à Tunísia, onde tal como Khomeini, o líder islamita Rachid Ghannouchi passou os últimos vinte anos?
Provavelmente nem pensamos nisso. Viva a liberdade, abaixo a ditadura. Viva pois então! Abaixo, claro!
As mulheres tunisinas, mas não só – alguns “velhos” europeus também – olham para tudo aquilo com uma certa apreensão.
Mas não liguem, são coisas de velho…
Viva a liberdade, abaixo as ditaduras!

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