quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Quem será o pai vs mãe da criança?

Parecer do "pai" da Constituição diz que cortes salariais de 2011 não ferem o texto fundamental da República.
Imprensa de hoje
(Por “pai” leia-se Jorge Miranda)


Esta coisa dos progenitores da constituição já cheira mal.

Acotovelam-se todos para receber o abono, todos querem ser os pais da dita. O que vale é que o descrédito a que a coisa chegou já não afecta ninguém.

A paternidade da Constituição lembra-me sempre aquela anedota do militar que queria passar uns dias em casa e resolveu apresentar como justificação que o pai faleceu. Fê-lo por diversas vezes embora de forma espaçada e a coisa resultou sempre.

«Mê sargento, recebi agora mesmo a noticia que o meu pai faleceu.»

De imediato o graduado mandava passar a guia de marcha e o magala lá ia passar uns dias a casa. Espantado com tanta sorte o militar um dia resolveu “matar” a mãe:

«Mê sargento, a minha mãe faleceu.»

O sargento apresentou-lhe os pesamos e deu-lhe nova guia de marcha até à santa terrinha.

O problema surgiu quando ele voltou a "matar" a mãe, ai o sargento retorquiu:

«Pais terás vários, muitos até, não conheço a tua mãe e não sei com quantos homens se deitou, mas mãe, boa ou má só tens uma.»

E o "espertalhão" do magala apanhou dois meses de prisão disciplinar.

Por cá, ou na real, tratamo-la,  à Constituição, como se fosse uma meretriz... e é pena a nossa Constituição sendo séria, deveria ser tratada como tal, a começar pela paternidade…

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