Ontem numa manifestação de apoio a Fernando Nobre, Edmundo Pedro acusou Sócrates de instaurar um clima de medo no PS. Seria essa a razão pela qual muitos socialistas que apoiam Nobre, mantêm um prudente silencio.
Há, no PS, muita gente dependente de Sócrates, acrescentou o ancião. Lembro que Edmundo Pedro já vai nos 92 anos de idade, talvez essa provecta idade justifique as declarações, algumas meio patéticas que nos últimos tempos vem proferindo.
Não me cabe, jamais o farei, defender o líder da escalada neo-liberalismo nosso país, José Sócrates de seu nome. Não é uma questão de simpatia, ou de carácter – ou da falta dele – que me opõe a Sócrates. A política e apenas ela, me faz rejeitar Sócrates. O carácter sendo importante, perante o pragmatismo que a politica requer, até pode ser uma questão de somenos. As mentiras, as contradições e tudo o mais que o caracteriza sendo relevantes e porventura inibidoras de um putativo apoio, são ainda assim secundárias perante o descalabro a que o “Estado Social” que diz defender chegou; irrelevantes perante a realidade do corte de salários; desprezíveis mediante o estado da economia; uma gota de agua no oceano perante o buraco do BPN, etc, etc…
Não é o carácter de Sócrates que está em causa nesta minha apreciação às declarações de Edmundo Pedro ontem numa acção de campanha de Fernando Nobre. Não! Isso está fora de causa e só mentes malévolas ou dementes o poderão admitir.
Posto isto quero lembrar que Edmundo Pedro em Fevereiro de 2009 fez exactamente declarações análogas que logo desmentiu. Em 5/2/5009 ‘O Publico’ referia que «O histórico do PS Edmundo Pedro afirmou ontem numa reunião socialista na sede do partido, no Largo do Rato, em Lisboa, que dentro do PS há quem não se pronuncie sobre a vida interna do partido porque tem medo.» Pouco depois em 28 do mesmo mês ‘O Sol’ escrevia que «O histórico socialista Edmundo Pedro afirmou hoje que as notícias sobre as suas declarações alusivas a um clima de ‘medo’ dentro do PS basearam-se ‘numa fantasia e especulação puras’.»
Afinal em que ficamos? Há medo, não há medo, há assim, assim?...
Afinal em que ficamos? Há medo, não há medo, há assim, assim?...
Se a estas piruetas cruzarmos a história de 1978, quando foi apanhado com uma carga de armas de guerra com as declarações que ontem também terá feito tentando envolver naquela tramóia outras pessoas, nomeadamente o candidato que apoiou nas ultimas presidenciais, facilmente deduzimos que o homem ou está senil ou é mesmo um peão a soldo de alguém.
No que confere as armas de 1978, convém esclarecer que não eram as G3 que Otelo terá declarado estarem “em boas mãos”, estas ao que se disse terão sido distribuídas pelos vencedores do 25 de Novembro, não fosse a coisa dar para o torto.
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