quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Justiça; a casa dos outros


Após criticas aos juízes por parte de António Marinho Pinto, bastonário da Ordem dos Advogados, António Martins presidente da Associação Sindical dos Juízes veio a terreiro declarar enfaticamente que, passo a citar: «O Sr. Bastonário que cuide da Ordem dos Advogados porque, quem não consegue cuidar da sua própria casa, nem sequer tem legitimidade para falar da casa dos outros.»

Falta de legitimidade para falar da casa dos outros, disse o Sr. António Martins. A legitimidade em termos abstractos, é sempre subjectiva, porem no caso presente para discutir a justiça e os seus agentes a questão da legitimidade não se coloca tão-pouco. Não se coloca porque é inerente à condição de cidadão, todos os cidadãos têm essa legitimidade por inerência, ponto!
Porem entendo que a “legitimidade” a que António Martins alude é apenas uma construção semântica, uma “força de expressão” mais que qualquer outra coisa. Mas, quando refere a “casa dos outros” está nitidamente a marcar terreno.
«Isto é meu, aquilo é teu»; «esta é a nossa casa, aquela a vossa
Eu julgava que a Justiça era de [para] todos, não apenas dos. No caso dos senhores juízes.
Se a justiça e os seus problemas, são um exclusivo de outros, no caso presente outros significa juízes. Se apenas a estes cabe discutir a justiça [que denominam por sua casa] ela não é de [para] todos.
Bom… a verdade é que assim é… mas não devia,

PS: António Marinho Pinto, está longe de ser isento nas suas análises, há na sua intervenção publica demasiada coincidência com a estratégia e politica governamental, para ser apenas fruto do acaso.
Apesar de ter muita razão…

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