Estranhamente, ou talvez não, a “Instituição Justiça” considerou improcedentes as queixas no âmbito do processo Casa Pia contra o dirigente socialista Paulo Pedroso.
Pedroso passou alguns meses em prisão preventiva, sendo depois libertado e “desligado do processo.
Em face disso Paulo Pedroso exigiu uma indemnização de alguns milhares ao Estado Português e em simultâneo apresentou queixa contra os jovens casapianos que o acusaram. Apresentou queixa por difamação.
Devo, antes de avançar com mais considerações declarar que em todo este processo nunca acreditei na culpa de Paulo Pedroso, nem dele nem de outros arguidos. Trata-se de uma intuição evidentemente, assente naquilo que conheço – e é muito pouco – dos arguidos e das vítimas. Ainda que tenha também a profunda convicção de que efectivamente os jovens foram abusados. Abusados uns, outros prostituíram-se… adiante, que o post não versa sobre esses meandros…
Hoje sou surpreendido com a notícia de que a “Instituição Justiça” considerou que os jovens que Pedroso acusou de falsos testemunhos, considerou os seus depoimentos verdadeiros. Verdadeiros ou, outra qualquer denominação técnica, cujo efeito é o mesmo.
Assim cria-se um imbróglio.
Pedroso não é pedófilo, Pedroso não abusou daqueles jovens, assim o considerou a justiça ao libertá-lo e, os jovens que o acusaram não mentiram, assim o decidiu pela terceira vez, ao que parece, a justiça…
Mas afinal em que ficamos?
Estou desconfiado que, o desfecho da indemnização pedida por Pedroso é capaz de ser diferente, isto é o Estado, que o mesmo é dizer, todos nós, vai pagar uma bruta indemnização a Paulo Pedroso por ter estado injustamente preso num processo em que os que o acusam estão igualmente inocentes…
não posso deixar de dar a minha opinião sobre este assunto,que a mim particularmente me toca bem de perto , uma vez que foi na Casa Pia de Lisboa que completei toda a minha escolaridade desde o ensino básico até ao 12º ano.Acho inacreditável que este novelo de possiveis culpados e possiveis vitimas ,nunca mais tenha um fim. Que raio de "justiça" é esta que permite este tipo de jogo do gato e do rato, que não há maneira de acabar .Quantas crianças sofreram em silencio, quantas cresceram com essa angustia dentro delas e optaram (infelizmente) por seguir o caminho mais fácil,(como a droga e prostituição)sem que tenham tido familia para as apoiar ou simplesmente alertar para o caminho que estavam a seguir, pq afinal de contas estavam entregues a uma instituição que deveria protege-las e não o fez ajudando-as a afundarem-se ainda mais.Pergunto-me quais as noticias que se seguiram sobre este tema .Como se não basta-se , o ridiculo da situação , ainda acaba-mos todos" por pagar as favas " por possiveis injustiças cometidas contra os presumiveis culpados ,afinal inocentes. Então e os verdadeiros culpados quem são? Quantas mais indemnizações teremos todos nós que pagar, até tudo se resolver? Susana
ResponderEliminarÉ sabido que tenho muitas dúvidas acerca da veracidade do acontecido, nomeadamente na credibilidade de alguns depoimentos. Das vitimas inclusivamente.
ResponderEliminarÉ uma opinião, que longe dos romantismos académicos, que leva a garantir a pés juntos que «as crianças não mentem», assenta na vida vivida e observada em contacto directo com os dois mundos. E as coisas não são assim…
Não tenho a menor duvida acerca das sevícias, dos crimes, das vidas destruídas sobre e dos jovens casapianos. Acredito que alguns dos acusados neste processo sejam ainda mais tenebrosos que a imagem que hoje temos deles, porem… as coisas não assim. E as crianças vitimam que foram, vitimas que são; continuarão vitimas, se olharmos para elas como cândidas criaturas incapazes da menor maldade, da menor mentira.
Longe de as defendermos estamos antes a alimentar situações e vivencias que de todo não posso aprovar. Adiante… [falta-me arte, no domínio da escrita, para expressar claramente o meu ponto de vista sobre a matéria, por isso dispenso-me de outros considerandos].
O comentário de cima, é de alguém que conhece a situação de perto, porque foi também casapiana, e embora sem os holofotes da imprensa, a questão que coloca, é «os verdadeiros culpados quem são? Quantas mais indemnizações teremos todos nós que pagar, até tudo se resolver?»
Esta é também a minha questão; para alem da incredibilidade decorrente das decisões da nossa justiça, a de saber quem são os culpados e quem no meio deste pântano se vai safando…
Safando?
Obrigado Susana!