segunda-feira, 29 de março de 2010

Eleição da nova CT da PT-C. Hoje, vota-se na PT.

Já votei. Votei na Lista A.

Não foi um voto de convicção, digamos que se tratou de um voto de repudio pela salganhada e contra a descaracterização de um projecto para a CT que alguns dos membros da Lista B reivindicam como continuador do processo que, mal ou bem, encabecei no mandato iniciado em 2003 sob o lema “Com os trabalhadores Absolutamente”.

Votei A, porque apesar das criticas que desde sempre fiz e mantenho no essencial, ao chamado “projecto unitário” da Lista A, nomeadamente pela incapacidade que têm revelado em desalinhar a agenda da CT, da agenda partidária, apesar disso escrevia, do ponto de vista técnico a Lista A, apresenta-se muito bem preparada e, contrariamente à Lista B, estão longe de consubstanciar projectos revanchistas e de vingança como os que hoje estão inequivocamente presentes na Lista B.
Por outro lado, a Lista A enquanto linha maioritária na CT, tem trabalhado com seriedade na construção de progectos unitários, unitários de facto, envolvendo todas as ORT's da PT-C. Foi assim na defesa do Plano de Saude e na Luta contra a OPA belmiriana. Contrariamente outros, que hoje estão com a Lista B, tudo fizeram para boicotar esses esforços.
O líder da Lista A, Francisco Gonçalves, estando longe de ser um líder operário e ideologicamente firme, é do ponto de vista técnico uma mais valia de que os trabalhadores da PT não devem prescindir. Acresce que no campo da unidade na acção Francisco Gonçalves não se coibiu de dar o seu apoio à Marcha pelo Emprego promovida pelo Bloco de Esquerda em 2006, tendo sido inclusivamente orador numa acção em Torres Novas. Esta atitude contrastou seriamente com a posição de dirigentes do SINTTAV que embora presentes nesse mesmo evento foram incapazes de se comprometer com aquela acção.

Por tudo isto votei na Lista A.

A lista B, ao contrário do que diz um dos seus elementos mais activos, nada tem que a relacione com o projecto de 2003 a 2007. Não me revejo naquela salganhada de interesses, cujo ganhador final é inequivocamente a empresa, nem lhes reconheço legitimidade para reivindicarem o que quer que seja do mandato para que fui eleito em 2003 sob o lema “Com os trabalhadores Absolutamente”.
Não! A lista B, será tudo menos um projecto de mudança séria e responsável ou de defesa dos trabalhadores que é aquilo que eles dizem ser!

Não! O meu voto jamais poderá dar cobertura, ao ódio, ao sectarismo, a alianças contra naturas e a ambições desmedidas. Jamais!


Nota de Rodapé:

A pertinência, diria clarividência de um texto do STT a propósito do acto eleitoral que hoje tem lugar na PT leva-me a reproduzir um excerto desse documento:

«A Lista B que já mereceu dois apoios, um explícito do SINTTAV, o outro envergonhado do SINDETELCO
(...)
Se metade da lista é composta por membros dos Corpos Gerentes do SINDETELCO (3º, 6º, 8º, 10º e 11º) que, explicitamente, deram o seu acordo às gravosas alterações ao Plano de Saúde Clássico da PTC em 2006 que provocaram um desmesurado aumento das contribuições e redução das coberturas ou comparticipações?
(…)
Se metade da lista é composta por membros dos Corpos Gerentes do SINDETELCO que estão de acordo com as normas do Código do Trabalho, ferramenta que tem sido utilizada pela PTC como arma de arremesso quando os sindicatos não aceitam as suas propostas? Quem não se lembra da pressão exercida pela “(…)ADM/DRH,(…)” que “(…)PRETENDEU ASFIXIAR O SINTTAV(…)” quando em 2007 não assinou o acordo e ameaçou mesmo desencadear o processo conducente à caducidade do AE subscrito pelo SINTTAV?
(…)
Se metade da lista é composta por membros dos Corpos Gerentes do SINDETELCO que recusou integrar a Plataforma Sindical, recentemente criada pelo SINQUADROS, SINTTAV, STPT, STT PARA RESPONDER AO PROCESSO NEGOCIAL NA PT no qual a empresa pretende retirar direitos aos trabalhadores da PTC?

“UM PROJECTO COLECTIVO PARA DEFENDER OS TRABALHADORES”?
COMO ASSIM? »

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