sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Golpes de rins


Eu sei que o nosso sistema judicial, diria sistema ocidental, representa sem duvida alguma, um avanço civilizacional. Sobretudo se comparado com alguns sistemas judiciais – Serão mesmo judiciais? – islâmicos ou africanos. Porem há nele algo de perverso que faz com que cada vez mais desconfiemos dele.

O direito à defesa por um ou vários advogados [dependendo da carteira do arguido.] de todo e qualquer arguido é sem duvida um aspecto basilar e determinista dos fundamentos civilizacionais aqui reconhecidos.
É aliás, impensável uma justiça onde esse principio não esteja reconhecido e, diria mesmo, facilitado.
A questão que vou colocar, não significa, nem de perto nem de longe qualquer oposição a esse principio, porem a postura de alguns advogados leva, a que o meu espírito, porventura duro de cintura, se arrepie com alguns golpes de rins. "Golpes" esses que levam a que um advogado seja capaz de, hoje defender na barra um trabalhador despedido e enxovalhado na sua dignidade por um qualquer pato-bravo que lidera uma qualquer empresa e amanhã esteja a defender esse mesmo patrão noutro qualquer conflito.
Evidentemente que o advogado é pago para isso para defender e que de um modo geral o faz com honestidade e respeito pelo sistema vigente. Mas esta “promiscuidade”, esta mudança de campo, estes posicionamentos perturbam, incomodam. A mim pelo menos…
Outros há, que no que confere as defesas que patrocinam, conseguem fazer o pleno. Por exemplo o advogado que defendeu Fátima Felgueiras no processo “Saco Azul”, é o mesmo que defendeu o vice da CM de Gondomar, José Luis Oliveira no “Apito Dourado”, o mesmo que defendeu o celebérrimo Domingos Névoa do Bragaparques e o mesmo que agora defende Hugo Godinho sobrinho do principal arguido no “Face Oculta”.
Mediatismo é o que é. Pois, que mais podia ser?

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