quarta-feira, 8 de julho de 2009

É fartar vilanagem!


Quando os sindicatos, sobretudo o SNTCT, denunciaram a situação, foram chamados de irresponsáveis.
Claro denunciar que entre 8 de Julho de 2002 e 31 de Maio de 2005, com a decoração do gabinete do presidente do Conselho da Administração dos CTT, Carlos Horta e Costa, bem como a sua sala de visitas e ainda das salas de visitas e refeições gastaram-se 430.691 euros e que Carlos Horta e Costa teve à sua disposição, entre 2002 e 2005, um Jaguar S Type (a renda para o adquirir custou cerca de 50.758 euros) e um Mercedes Benz S320CDI (comprado em Abril de 2004 por 84 mil euros), só podem ser irresponsáveis, responsáveis era terem-se abotoado também com alguma massa.
E depois venham falar de produtividade!
Produtividade para quê? Para roubarem mais?!

2 comentários:

  1. A célebre venda do prédio dos CTT de Coimbra que no mesmo dia foi vendido duas vezes não é a única operação sob suspeita. Em 2003, outro prédio da empresa foi vendido sem a obrigatória autorização do governo. A maioria dos 52 arguidos tem ligações ao PSD.


    O Jornal de Notícias conta hoje a história atribulada da venda de um prédio dos CTT na Avenida da República, em Lisboa. A administração da empresa liderada por Horta e Costa decidiu a venda na reunião de 10 de Dezembro de 2003 e a escritura foi assinada no dia 30 do mesmo mês. O facto que causou estranheza aos investigadores foi a ausência da necessária autorização do governo para a operação, que só chegou no último dia do ano.

    A assinatura que viabilizou a venda, já com a escritura assinada, pertence ao secretário de Estado adjunto da Economia Franquelim Alves, que mais tarde transitou para a administração da Sociedade Lusa de Negócios. O facto da administração dos CTT ser composta por elementos indicados pelo governo PSD/PP está a levantar suspeitas de financiamento partidário em vários actos da gestão de Horta e Costa. O JN diz que dos 52 arguidos no processo, a maioria tem ligações ao PSD.

    O desfecho da venda do prédio de Lisboa foi pelo menos tão polémico quanto a escolha do comprador, que segundo a Inspecção Geral das Obras Públicas foi feito sem qualquer anúncio no jornal. Foi aceite a proposta da empresa Demagre, já envolvida no negócio do prédio de Coimbra meses antes e que pertence a duas sociedades off-shore. Mas o cheque da Demagre, no valor de 12,5 milhões, não tinha cobertura. Em vez de accionar os mecanismos legais, a administração dos CTT deu à Demagre a possibilidade de venda do prédio a terceiros por um preço superior, dividindo a mais valia entre as duas empresas.

    A Demagre serve de fachada à TramCrone, em cuja sede a polícia apreendeu notas pessoais dos administradores Júlio Macedo e Pedro Garcês, que lhe permitiram reconstituir o esquema de distribuição de comissões por vários dos intervenientes no processo. Segundo o Correio da Manhã, uma das linhas de investigação sobre o rasto do dinheiro teve como destino operações financeiras no BPN Cayman e Banco Insular. A alienação da frota automóvel dos CTT a uma empresa do universo SLN/BPN, originando 2,7 milçhões de prejuízo, é um dos actos de gestão suspeitos. O Diário de Notícias também refere uma carta de José Vaz de Mascarenhas, na sequência do cheque sem cobertura para pagar o prédio de Lisboa, assegurando que o negócio seria apenas uma simulação para retirar o imóvel do património dos CTT "no contexto da transferência do seu fundo de pensões para a Segurança Social".

    Outra das suspeitas dos investigadores levaram à constituição de Paulo Miraldo como arguido. Quando era chefe de gabinete de António Mexia, então ministro das Obras Públicas do governo Santana Lopes/Paulo Portas, Miraldo fez avultados depósitos em numerário nas suas contas pessoais. Segundo o Correio da Manhã, estes depósitos totalizaram mais de 57 mil euros em 2004 e pelo menos 36500 em 2005. Para além das notas depositadas, a polícia assinalou a entrada de dois cheques emitidos por dois conhecidos empreiteiros, Américo Santo e Emídio Mendes, num total de 125 mil euros.

    Apesar da investigação ter apurado outros depósitos de milhares de euros nas contas de dezenas de arguidos na altura da transacção do prédio dos CTT em Coimbra, e ter as iniciais de alguns desses nomes nas notas dos administradores da TramCrone, não existem provas concretas de influência sobre os CTT ou as entidades públicas que arrendaram espaços no prédio após a venda. Por isso, diz o JN, a acusação sobre estas pessoas deverá cingir-se à fraude fiscal em vez de corrupção e tráfico de influências.

    A presidente do PSD reagiu a esta investigação que envolve nomes importantes do seu partido, dizendo que a época pré-eleitoral "é propícia a este tipo de notícias". Manuela Ferreira Leite procurou desvalorizar as notícias, dizendo que "não há desenvolvimentos" na investigação em relação ao que já era conhecido.

    in-Esquerda.net

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  2. As agendas e notas pessoais de alguns suspeitos foram decisivas para a investigação. Relatório da PJ, a que o DN teve acesso, desmonta todo o esquema de pagamento de comissões.

    As agendas e notas pessoais de alguns dos arguidos do caso dos CTT foram um excelente ponto de partida para a Polícia Judiciária. Em vários documentos apreendidos a Júlio Macedo, antigo administrador da empresa que comprou o imóvel de Coimbra e que é suspeito de corrupção activa, constam desenhos com esquemas do pagamento de comissões. Os beneficiários são referidos por iniciais. O relatório final da Polícia Judiciária, a que o DN teve acesso, revela ainda um contacto entre o ex-presidente do Banco Insular, Vaz Mascarenhas, com José Oli-veira Costa, antigo presidente do BPN, sobre um negócio dos CTT.

    As notas pessoais foram apreendidas na sede da empresa TramCrone, que negociou com os CTT a compra de dois prédios, um em Coimbra, o segundo em Lisboa. Os apontamentos recolhidos revelam que os administradores Júlio Macedo e Pedro Garcês estariam a montar um esquema de pagamentos de comissões para as quais seriam, posteriormente, necessárias operações comerciais que justificassem a saída das verbas. Neles constam iniciais: CHC, MB, JL, PM, NS.

    O negócio do prédio de Coimbra foi realizado por cerca de 15 milhões de euros. O negócio estava para ser feito com a TramCrone, mas, à última hora, quem apareceu foi a Demagre, uma empresa que, segundo a Judiciária, foi constituída por um escritório de advogados e tinha como sócias duas sociedades offshore. No mesmo dia, a Demagre revendeu o prédio a uma empresa do grupo Espírito Santo por 20 milhões, sendo que ficou acordado que o preço subiria caso a Demagre angariasse inquilinos para o espaço.

    A investigação apurou que foram realizados inúmeros contactos para levar instituições a ocuparem espaços no edifício. A Direcção-Geral da administração da Justiça chegou a instalar o Tribunal Administrativo e Fiscal.

    Já em relação ao negócio do prédio em Lisboa, a TramCrone posicionou-se para a sua compra, mas esta acabou por não se efectivar, dado que um cheque de 12,5 milhões de euros não tinha provisão. É neste contexto que surge uma carta de José Vaz de Mascarenhas, antigo presidente do Banco Insular de Cabo Verde, que está no centro do caso BPN, a José Oliveira Costa, contando que o negócio entre os CTT e a TramCrone seria apenas uma simulação para "a saída do imóvel do património" dos Correios "no contexto da transferência do seu fundo de pensões para a Segurança Social".

    Investigando o rasto do dinheiro das comissões, que estão documentadas no processo, a Judiciária acabou ainda por descobrir que Paulo Miraldo, enquanto chefe de gabinete do ministro António Mexia, depositou cheques passados por dois conhecidos empreiteiros. Paulo Miraldo também está constituído arguido.

    in-Diario de Noticias

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