quarta-feira, 15 de julho de 2009

Lisboa, coligações autárquicas.

Em Lisboa, contrariamente ao que diz Santana, não há coligação de esquerda. Em Lisboa, há contactos de António Costa, nomeadamente com vontades desavindas da sua própria área, no sentido de alcançar alguma convergência e reduzir os estragos decorrentes da política governativa do seu amigo José Sócrates.
Qualquer coligação de esquerda em Lisboa não pode dar-se ao luxo de deixar de fora o Bloco e o PCP.
É certo que, no caso do Bloco pelo menos, jamais aceitaria coligar-se com o actual PS. [Sejamos claros, António Costa não é José Sócrates, embora tacticamente lá vai fazendo uma ou outra critica a ministros socialistas, mas convenhamos o que os separa é insignificante, tanto mais que António Costa é o numero dois do PS e não se demarca das politicas fundamentais da governação de Sócrates.]
Voltando ao cerne da questão; não há nenhuma coligação de esquerda em Lisboa. Para não haver duvidas sobre esta matéria, quero deixar claro, que considero louvável os esforços que A. Costa, se quiserem, as diligencias, que tem desencadeado no sentido de tornar abrangente a sua candidatura, mais, está inequivocamente a abrir-se à esquerda. Isto é um facto!
Santana Lopes, precisa evidentemente de agitar o papão da coligação de esquerda, no sentido de unir as suas próprias hostes - Apesar da sua utilidade, na direita também há quem não esqueça que este politico é incompetente e que nenhum valor credibiliza a confiança num politico incompetente e excessivamente kitsch.
Santana é kitsch, mas não deixa de ser estratega. A coligação de que fala insere-se nessa estratégia. Só isso.
Voltando a António Costa, que sem a tutela de Sócrates sobre o PS, até poderia partir para uma politica diferente, a verdade é que apesar de hoje apresentar como seu mandatário o conhecido militante do PCP, Carlos do Carmo, nas intercalares que lhe deram a presidência do município, apresentou como seu mandatário José Miguel Júdice que não morre de amores pelo povo de esquerda, antes pelo contrário. António Costa recebeu o apoio de José Saramago, outro conhecido comunista, porem jamais conseguirá desemparelhar esse apoio do chorudo donativo da Câmara de Lisboa para o filme que trata a relação amorosa entre o português, Nobel da Literatura e a jornalista espanhola Pilar del Rio.
António Costa que namora a esquerda é o mesmo que ainda recentemente no congresso do PS, Fevereiro deste ano, classificou o Bloco de Esquerda como “parasita”.
António Costa nesse congresso subscreveu igualmente a moção de estratégia de José Sócrates, intitulada “A Força da Mudança”, onde a politica governamental não só é defendida como considerada necessária para a próxima legislatura.
António Costa não está inocente na concessão sem concurso de uma extensão do prazo de negócio da Liscont/Mota-Engil (dirigida pelo seu amigo Jorge Costa) no terminal de Alcântara, sendo que tal negócio consubstancia uma grave cedência aos interesses económicos que se têm imposto a Lisboa.
Em resume: do ponto de vista político António Costa faz bem em tentar congregar esquerda à sua lista, espero que o faça com lisura e transparência, o apoio de Saramago é no mínimo, comprometido, para não dizer outra coisa. Se conseguir integrar Helena Roseta, creio que acrescenta esquerda e seriedade à sua lista. Seja qual for os resultados, a grande coligação de esquerda para governar a cidade, não precisa de ser formalizada, far-se-á mediante politicas concretas e justas em defesa dos lisboetas e da cidade.
Tudo o resto é retórica para entreter…

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