Ontem foi entrevistado Carlos Marques, candidato apoiado pela UDP e pelo PCP(r) em 1991, candidato de que, com muita honra, fui mandatário para o concelho de Setúbal. Curiosamente no anuncio do programa, ao fim da tarde de ontem, chamava-se a atenção para a entrevista de Freitas do Amaral, também ele um candidato que o povo não escolheu, dizendo que Freitas era o entrevistado da semana.
Estas artimanhas não são inocentes. Candidato da semana? Então e o Carlos Marques não foi entrevistado na mesma semana? Pelos vistos as semanas já não de domingo a sábado?
É este tipo de notícia, de promoção de programas, que nos intoxica que manipula consciências e adultera vontades.
Já depois da entrevista de hoje a Freitas do Amaral, e até mesmo antes (a entrevista estava gravada) foram destacadas algumas das ideias e opiniões do professor apresentadas nos serviços informativos. Curiosamente ontem, Carlos Marques tinha revelado que não concluiu a licenciatura em engenharia antes do 25 de Abril por ter sido expulso do ensino universitário. Carlos Marques e outros setenta estudantes do Técnico recusaram, na sequência de uma greve aos exames, pedir desculpa ao Ministro da Educação de então, Veiga Simão de seu nome, acabaram expulsos e com a sua vida académica e não só complicada.
Contrariamente, um dos actuais candidatos à presidência, o Sr Aníbal Cavaco Silva terá procedido precisamente ao contrário, tendo pelo seu punho declarado fidelidade ao regime.
Mas esta questão, pertinente e reveladora de carácter não mereceu qualquer destaque por parte dos promotores do programa, como não mereceu qualquer referência ao facto do Ministro da Educação do regime fascista, ter sido ministro (na democracia) de um governo socialista e ser hoje um incondicional apoiante de Aníbal Cavaco Silva.
E isto é serviço público, olha se não fosse!...
Sem comentários:
Enviar um comentário