Dos filhos, regra geral, os pais têm boas recordações. Eu não fujo à regra e, como são três os meus filhos, tenho as recordações a triplicar.
Hoje, em mais uma tentativa para arrumar o meu arquivo de fotos – devia ser um arquivo, mas são apenas alguns milhares de fotos mais ou menos à solta no meu PC –encontrei uma do meu filho Dinis interpretando «Os malefícios do tabaco» («O vrede taboka») de Tchekov. Olhando a foto, dei por mim a recordar a noite em que assisti maravilhado ao espectáculo promovido pelo Grupo “A Descoberto”. O evento teve lugar, já lá vão uns anitos, numa colectividade de Setúbal o Clube Recreativo Palhavã.
A peça de Anton Pavlovich Tchekhov, dramaturgo russo (1860 – 1904) foi representada pelo Grupo de Teatro “A Descoberto”, cabendo ao Dinis (meu filho) a interpretação, única porque na realidade trata-se de um monólogo. O Dinis fez então uma interpretação magistral. Eu sei que a minha leitura pode ser tendenciosa, mas ainda assim tratou-se de uma interpretação magnífica! Maravilhada a bem composta assistência daquela noite no Clube Recreativo Palhavã de Setúbal dispensou uma forte ovação ao trabalho do Dinis.
Dessa noite ainda retenho a alegria de ter presenciado, uma extraordinária vitória pessoal de um jovem e promissor actor. O Dinis, não só interpretou magnificamente o monólogo como se superou a si mesmo, vencendo a fobia de enfrentar a assistência, de se expor perante as pessoas. À custa de uma tensão nos limites e de um trabalho notável, onde não faltou disciplina, metodologia e dedicação, o Dinis revelou (-me) potencialidades que de todo, por estranho que pareça, eu como pai não as conhecia.
Embora o sucesso fosse dele, os amigos, dele e meus, não deixaram de me felicitar nessa noite. Senti, então mais uma vez, o quanto é gratificante ser pai destes filhos.
Ao revê-la sinto necessidade de repetir Parabéns Dinis! Obrigado filho!
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