terça-feira, 20 de outubro de 2009

As palavras de Saramago

A bíblia pode ser tudo aquilo que Saramago disse [Um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade e do pior da natureza humana, (um livro escrito) sob a dominante de um Deus cruel, invejoso e insuportável.] – Pode ser. Provavelmente é! – mas ninguém me convence que estas declarações não se inserem numa estratégia de promoção do seu livro “caim” e porque assim é, ou parecem ser, deixam de ter credito e são apenas estratégia comercial.
Saramago não precisava disto, escreve muito e bem, vende ainda mais.
Usar convicções profundas, serias (Saramago, tenho-o como homem serio quando critica a igreja, a bíblia neste caso.) para uma estratégia comercial é dispensável e, pior, descredibiliza a critica, justa e necessária à igreja.
Também eu sou crítico desta igreja, mormente aquela que à revelia da minha vontade, me despejou uma pouca de água pela cabeça, que disse benta, e me considerou desde então seu filho, seu membro se quiserem.
Não sou nem uma coisa nem outra - Embora as circunstancias da vida me tenham feito vacilar muitas vezes no que ao divino confere. – e por isso tomei as adequadas medidas no que confere aos meus actos conscientes, que foi não casar pela igreja e não baptizar os meus filhos, eles se quiserem que o façam. A escolha será sempre deles.
Mas voltando a Saramago, que é ele o centro da polémica, não aprovo as criticas, sobretudo pela forma e pela oportunidade, porque estão claramente fora de contexto e são excessivas no que confere à força do verbo. Até porque sendo a bíblia cruel, como vamos adjectivar o capitalismo? Sobretudo aquele em que vivemos, que leva as pessoas ao suicídio, como acontece por exemplo na France Telecom?
Comparada com o capitalismo e no contexto actual a bíblia é qualquer coisa de insonso, que ninguém lê, que não aquece nem arrefece…
A força das palavras, não é o que elas querem dizer, é o que elas dizem em cada instante!

Sem comentários:

Enviar um comentário