quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Batoteiro!


Francisco van Zeller, patrão dos patrões portugueses, declarou sem rebuço, e as palavras são dele, que se deve fazer batota para que as empresas portuguesas ganhem concursos.

Sem querer tecer juízos de valor acerca da necessidade de as empresas portuguesas ganharem concursos, que segundo o dito cujo, devem ser feitos à sua medida, as declarações proferidas, mais ao jeito de um vendedor da feira da Xepa que de um suposto parceiro social, creio que Van Zeller revelou até que ponto respeita os acordos estabelecidos. Aliás, ele que assinou o acordo de concertação onde estava regulado e definido o aumento do salário mínimo, vem agora à praça reclamar contra esse mesmo aumento.

Tudo isto é bem esclarecedor do nível da nossa classe empresarial, parasitária dos subsídios governamentais, avessa à modernidade e defensora de esquemas fraudulentos para preservação do seu status.

Absurdo é também o tratamento cirúrgico que os “média”, ditos de referência, dispensam as palavras de Francisco Van Zeller, depois de ele ter dito, e eu sou testemunha disso, e defendido abertamente a institucionalização da batota, limpam as declarações e deixam passar umas ridículas palavras, eivadas de um nacionalismo serôdio e falso, supostamente em defesa da nossa economia.

Pobre país este, que se sujeita e julga esta gente pilares da sociedade, desgraçados os trabalhadores que os têm como patrões.

Sem comentários:

Enviar um comentário