Baltasar Garzón, juiz do estado espanhol que se notabilizou entre outras acções por ter retido (Sim, retido e não detido.) o ditador chileno Augusto Pinochet, em Londres e também pela perseguição aos nacionalistas bascos (Terroristas da ETA e seus aliados para muitos.) considerou-se competente para investigar o desaparecimento de pessoas durante a Guerra Civil Espanhola e a ditadura franquista.
Tal disponibilidade mobilizou a extrema espanhola, a qual ao que parece conta com apoios na cúpula do tribunal que se propõe julgar Baltasar Garzón e este corre o risco de ver a sua actividade suspensa por um período de vinte anos. Isto porque os franquistas empedernidos que ainda influenciam a sociedade espanhola se socorrem de uma lei de amnistia aprovada pelo parlamento espanhol em 1977, dois anos depois do desaparecimento do ditador fascista e criminoso Francisco Franco “Caudillo de España, por la gracia de Dios” como se intitulava e como constava nas pesetas, amicíssimo do caudilho português Oliveira Salazar. A lei aprovada em nome da paz e da concórdia, passa uma esponja sobre os crimes horrendos cometidos na e após a Guerra Civil Espanhola, cujos vencedores foram, para além de Franco e as tropas mouras, o fascismo italiano e alemã que ali testaram parte da maquina de guerra que haveria de arrasar a Europa escassos anos após aquele conflito.
Garzón, é excessivamente mediático para o meu gosto, por outro lado não me seduz a destreza em deter, ou reter Pinochet, quando “deixou” que o ditador espanhol Francisco Franco morresse calmamente numa cama do hospital sem pagar pelos sórdidos crimes que cometeu. Ainda assim parece-me que a iniciativa, investigar os crimes daquela época conturbada na vizinha Espanha, é louvável e merece o apreço de todos os democratas e antifascistas e consequente repudio pela acção da extrema-direita espanhola.
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