Há um estranho, diria extraordinário pacto de silêncio, embora perturbador, por parte das ORT’s, da CGTP, do Sindicato dos Metalúrgicos, da União dos Sindicatos de Setúbal em torno da recusa, legitima aliás, dos trabalhadores da Auto-Europa em rubricar o pré-acordo de entendimento estabelecido entre a CT e a Administração.
Tenho ideia que no fundo todos queriam o fracasso do pré-acordo, no entanto consumada a recusa ninguém sabe o que fazer com a “criança” que lhes caiu nos braços. Todos a queriam, mas agora ninguém é pai.
Longe de mim, criticar a soberana decisão dos trabalhadores, provavelmente se trabalhasse na Auto-Europa teria alguma relutância em votar “SIM”. Relutante talvez, mas ponderada a correlação de forças e o momento presente, o mais provável seria votar “SIM”.
Aqueles 250 trabalhadores que estão na iminência de não renovar contrato, provavelmente não tiveram hesitações e o seu voto foi o “SIM”, o mesmo aconteceria com aqueles trabalhadores que trabalham nas pequenas empresas que dependem da Auto-Europa, esses se tivessem oportunidade também votariam “SIM”.
Mas, deixando de lado os “ses”, até porque a história não se escreve na base do “se”, a verdade é que a decisão está tomada e o pré-acordo foi rasgado.
Cabe agora, como já escrevi, à CT e aos trabalhadores descobrir a adequada resposta, estou certo que a encontrarão.
Mas, e aqueles que esfregam as mãos de satisfação pelo fracasso do pré-acordo, não têm uma palavra a dizer?
Há silêncios que ecoam mais alto que os berros!
Nota: Não acho que os trabalhadores que votaram “Não”, ao fim e ao cabo a maioria dos trabalhadores da Auto-Europa o tenham feito de ânimo leve, provavelmente estão fartos de perder, enquanto à sua volta, uns poucos ganham cada vez mais. Penso contudo que há recuos que trazem ganhos dobrados.
Tenho ideia que no fundo todos queriam o fracasso do pré-acordo, no entanto consumada a recusa ninguém sabe o que fazer com a “criança” que lhes caiu nos braços. Todos a queriam, mas agora ninguém é pai.
Longe de mim, criticar a soberana decisão dos trabalhadores, provavelmente se trabalhasse na Auto-Europa teria alguma relutância em votar “SIM”. Relutante talvez, mas ponderada a correlação de forças e o momento presente, o mais provável seria votar “SIM”.
Aqueles 250 trabalhadores que estão na iminência de não renovar contrato, provavelmente não tiveram hesitações e o seu voto foi o “SIM”, o mesmo aconteceria com aqueles trabalhadores que trabalham nas pequenas empresas que dependem da Auto-Europa, esses se tivessem oportunidade também votariam “SIM”.
Mas, deixando de lado os “ses”, até porque a história não se escreve na base do “se”, a verdade é que a decisão está tomada e o pré-acordo foi rasgado.
Cabe agora, como já escrevi, à CT e aos trabalhadores descobrir a adequada resposta, estou certo que a encontrarão.
Mas, e aqueles que esfregam as mãos de satisfação pelo fracasso do pré-acordo, não têm uma palavra a dizer?
Há silêncios que ecoam mais alto que os berros!
Nota: Não acho que os trabalhadores que votaram “Não”, ao fim e ao cabo a maioria dos trabalhadores da Auto-Europa o tenham feito de ânimo leve, provavelmente estão fartos de perder, enquanto à sua volta, uns poucos ganham cada vez mais. Penso contudo que há recuos que trazem ganhos dobrados.
Não era Lenine quem defendia a teoria de “dois passos atrás, um passo à frente”?
.
Também editado no "Preia-Mar"
Sem comentários:
Enviar um comentário